Sam
Dedilhar as cordas do violão, procurando o som mais agradável, a nota mais perfeita para o ritmo que se encaixará nas letras que escrevi com meu coração. Cada palavra emoldurada, com um toque de verdade. Imagino Sammy ouvindo o que meu coração lhe escreveu, o que ele quer que ela saiba. Como seria sua reação?
Enquanto o lápis escorrega pela folha do caderno, descrevendo tudo o que sinto, as verdades que ela nunca ouvirá, penso como seria cantar, as minhas próprias notas de amor. O peito inflando a cada acorde, lembrando de cada detalhe de sua face. Queria tocar o corpo de Sammy, assim como toco as cordas do meu violão.
Cada letra que sai de minha boca, desperta um desejo ainda maior, do quanto eu quero tê-la para mim. Não sou profissional, mas acredito que quando algo transborda dentro de você, você tem o direito de deixar aquilo te inundar. É isso que estou fazendo, enquanto a noite lá fora só vai se perdendo em sua escuridão, eu me perco no meu desejo mais íntimo. As palavras escorrendo por entre meu grafite, fazendo as curvas do meu peito. A cada batida nova, meu coração parece perder uma.
Finalmente termino a música, esperando que algum dia eu possa cantar olhando para aqueles olhos azuis. Queria de alguma maneira que Sammy pudesse se dar conta de como somos perfeitos um para o outro, e é disso que essa música retrata, além do meu louco querer. Ás vezes penso estar ficando maluco, de tanto que a quero. Chega a ser agonizante, eu a vejo e quero tanto experimentar aqueles lábios, quero tocá-la. A cabeça gira e meus sentimentos entram em uma guerra que duram dias. Um dia ela será minha, de todas as formas que se possa imaginar.
Junto os rascunhos, com rabiscos, tentativas que deram errado em tentar expressar o que estava preso, e os toco no lixo. Recolho a música original e o violão preto, novinho e os guardo, colocando o violão no canto da parede do meu quarto e deixando a música em cima da escrivaninha. Já li e reli mais de dez vezes, nunca será o suficiente, nunca alcançará o nível que quero que chegue, afinal, nunca serei capaz de transmitir tudo o que sinto por Sammy.
Ouço um barulho inconfundível, ela está subindo até meu quarto. Assim que me viro em direção a janela, lá está ela, me olhando com um sorriso de abalar minhas estruturas.
-Oi Sam. – ela não entra, permanece fora do meu quarto. Provavelmente irá querer dar uma escapada. – Vamos dar uma volta?
-Pra onde?
-Só diga se quer ou não vir. – o que será que ela está aprontando?
-Eu quero. – por Deus, eu toparia tudo com essa garota.
-Mas você precisa levar uma coisa. - seu olhar malicioso me desperta interesse. Ergo uma sobrancelha, sem entender, mas disposto a levar qualquer coisa. - Quero que leve seu violão. - quase me engasgo com seu pedido, será que ela ouviu eu tocando? - Eu ouvi você tocando ele, quero que cante a música que estava compondo. - Como vou sair dessa?
-Ela não está pronta. - tento soar meio sério, para que ela não perceba que estou mentindo.
-Sam, eu te conheço o suficiente pra dizer que isso não é verdade. - Droga. - Vai, por favor, quero te ouvir cantar. Ainda mais uma música sua. - não consigo resistir ao seu pedido.
-Tá bom Sammy, você ganhou. - maldito coração.
Recolho o violão que pena havia guardado e pego a música, enfiando em meu bolso para não perdê-la. Eu estava pronto para sair pela porta quando Sammy chama minha atenção.
-Sammy, você sabe que pode entrar e sair pela porta, não é? - ela ri. É por isso que sou completamente apaixonado por ela, ela é diferente de todas as outras que conheci.
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Sammy & Sam
RomanceEra tão bom tê-la em meus braços outra vez, pensei que nunca mais olharia para este rosto tão delicado. Ouvir sua respiração perto de meu ouvido e sentir seu coração batendo ao mesmo ritmo que o meu, era a melhor coisa do mundo. Queria que este mome...