Iniciação do plano

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Os olhos amendoados tristes. Era a expressão que Sakura flagrava nesse momento, uma tristeza e solidão profunda de Teruo.

Estava ele sentado na cama que ali possuía.

— Saku?

— Não... sou eu, Sakura — disse a rosada se aproximando do moreno.

— Sakura... — murmurava. — Mii-chan foi embora?

Sakura sentou ao lado dele.

— Hai, ela foi. Voltou para Kirigakure em segurança — respondeu ela, levando a mão nos fios desgrenhados de Teruo.

— Fui o errado de tudo nessa história não é? — ele indagou com grande culpa no coração.

Sakura suspirou.

— Não. É o destino que escolhemos — disse ela, passando a mão no rosto do nukenin. — Temos de arcar com as consequências já que nossas escolhas foram feitas.

Lágrimas de Teruo foram derramados. Sakura sentia suas mãos molharem.

— Eu não queria ter envenenado minha família, eu não queria ter deixado Ayumi sozinha. Eu fui tão idiota para não ter percebido o caos que fiz em minha vida — murmurava com dor nas palavras.

— Não há nada que você possa fazer, o feito já está feito — disse a Haruno, sentindo suas mãos sendo envolvidas pelas dele, frias e trêmulas.

— Sou o fraco de toda essa história — disse Teruo, ainda derramando as lágrimas.

— Por que você fez isso? Você não pensou na sua irmã naquele momento? — indagou Sakura com grande dor no peito.

— Eu... eu... — tentava. Mas sua tristeza o sufocava, deixando as mágoas saírem naquela conversa. — Só enxerguei a mim. Esqueci de Mii-chan.

Ela sentia pena. Pena do próprio nukenin sofrido que Teruo era, lembrava Sasuke de certa forma. Era algo que carregariam para o resto da vida, ela não queria isso. Queriam que eles vissem o mundo de outra forma, porém não era tão simples assim.

— Mii-chan era tão pequena, graciosa menina, uma menina saudável, ela era tão pequena... — comentava.

Sakura sabia que seria um monólogo, ele estava relembrando sua infância ao lado Ayumi. Era como se ele tivesse as perdido quando se tornara nukenin.

— Eu sempre cuidei dela, a protegi de todo mal que lhe causavam. Eu era seu herói. Agora sou um inimigo mortal, não sou mais um irmão... sou uma vergonha à Kirigakure, ao clã Satoru, ao clã Akayume...

Ela olhou nos olhos dele, parecia perdido nos pensamentos.

— Teruo...? — indagou Sakura.

— Por que mataram Saku-chan? — indagou num vazio. — O que ela fizera de errado? Éramos tão jovens...

Sakura entendeu porque ele a via como a moça, é como se ela fosse a jovem e amada Saku na primeira vez que se viram. Talvez Saku tivesse a mesma idade de Sakura quando fora assassinada.

— Saku era tão dócil, inteligente, linda quando ruborizava — relembrava. — Eu a queria como esposa. Por que papai não a quis? Por nossos clãs serem inimigos?

Sakura pensou por ele ser mestiço dos dois clãs, e isso sairia a desconfiança entre os dois clãs. Quem não era do clã, era a mãe de Teruo e Ayumi, somente o pai tinha o kekkei genkai, onde só Ayumi teve por ser filha deste.

— Sinto muito, Sakura. Espero que Mii-chan possa me perdoar algum dia — disse Teruo limpando as lágrimas.

— Irmãos se perdoam, Teruo — disse Sakura com um sorriso. — O tempo faz isso por vocês. Podem estar se odiando, mas no fundo, fundo do coração — ela deslizou a mão do rosto, ao tórax do lado esquerdo. — Aqui, vocês sempre se amarão.

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