Ferida

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Sasuke parou para olhar Saku e Sakya, e sentiu que aquela conversa não deveria ser interrompida. Já Sakura via o ódio no olhar de Sakya, que era capaz de matá-la no momento em que a mesma achar necessário.

— Sasuke, eu preciso ir — desvencilhou dele, e caminhou em direção às gêmeas, porém foi impedida.

— Você não pode — ele disse, segurando firmemente o braço da rosada.

— E por que não? — Sakura inquiriu confusa. Ela não podia ficar parada enquanto via uma amiga lutar.

— Há algo que Sakya e Saiu precisam resolver — Sasuke respondeu. — Não podemos intervir até que ambas se resolvam.

— Resolver? — ela repetiu, arqueando uma de suas finas sobrancelhas.

O olhar frio de Sasuke demonstrava que ele sabia o que as gêmeas tinham para resolver, porém nem mesmo Sakura entendia.

— Resolver... o quê?

— Fazer as duas se encontrarem é para que resolvessem o próprio passado — Sasuke explicou. — Ambas carregam uma ferida que nunca foi tratada. Elas precisam conversar.

— Era isso que você pensava desde do início? — inquiriu a rosada. Ele assentiu com a cabeça.

Sakura compreendeu. Era a mesma ferida que Sasuke e seu irmão carregavam no passado, porém ela desejava que não acontecesse da mesma forma como na “conversa” dos irmãos Uchiha: uma morte.

— Mas... você vai deixar com que Sakya mate Saku?

— Minha intenção nunca foi essa — Sasuke respondeu. — Elas têm algo resolver, e muito rapidamente. O que for acontecer nessa luta, a partir de agora, já não será mais da nossa conta.

— Mas...

O olhar dele estava fixo nas gêmeas, e Sakura suspirou profundamente temendo de que nada ruim acontecesse. Porém, ela não estava convicta disso.

— O quê? Me matar? — Saku repetiu.

— Sim.

— Sakya... O que deu em você? — a loira olhou atentamente a gêmea, ainda segurava a lâmina que antes estava com chakra. — O que aconteceu com você?

— Algo bem... Como posso dizer? Triste? — Sakya disse, irônica, colocando uma das mãos no queixo. — Eu não sei. Talvez você saiba.

— Eu não faço ideia do que esteja dizendo, Sakya — Sakura disse, confusa. O tom irônico a incomodava,  o que acontecera com a sua irmã?

— Pare de se fazer de sonsa! — Sakya gritou, puxando a katana com força. Travou o maxilar do rosto, e encarou os olhos benevolentes da irmã. — Você sabe muito bem do que eu estou falando! Idiota!

— Eu não entendo porque esse rancor — Sakura murmurou. — Somos irmãs, devíamos estar felizes em ver a outra.

— Não consigo compartilhar o mesmo tipo de sentimento, onee-sama — a gêmea disse, fincando a lâmina no chão. — Talvez, eu nunca compartilhe.

— Entendo.

— Mas, o único sentimento que posso compartilhar com você... É ódio, isso eu posso lhe oferecer — Sakya explicou, sorrindo com malícia.

— Ódio... Sakya, o que houve contigo?

— Por que você está perguntando isso novamente? Quando vai parar de ser cega e mentirosa? Por que você se faz de inocente o tempo todo, Saku?! — a fucsiada gritou.

Saku sentiu seu coração doer. Os olhos da gêmea carregavam tristeza, ódio, amargura e outros ressentimentos que eram longe da sua compreensão.

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