Leitora/Crowley
***
- Olá, querida.
Oh, não. Sinceramente, gostaria de saber o porquê dele insistir tanto.
Já perdi a conta de quantas vezes o ameacei, e mesmo agora que ele esta nos "ajudando" a deter Abaddon, gostaria que mantivesse uma distancia minima de 15 metros.
- Crowley - Isso saiu quase como um grunhido. - O que faz aqui? Alias, como entrou aqui?
- Esquece que seus amiguinhos deram-me passe livre para a caixa de metal?- Perguntou referindo-se ao Bunker.
Sim, eu havia me esquecido que os imbecis Winchesters haviam permitido a entrada de Crowley no Bunker. Pelo menos enquanto ele tivesse informações sobre a primeira espada.- Não enquanto ele não estivessem aqui - Falei, enquanto guardava minhas armas em uma bolsa.- E como pode ver, não estão.
- Norte da Califórnia - Falou, e eu o olhei confusa.- É onde Alce e Esquilo estão. Eu sei bem que os dois não estariam aqui, foi exatamente por isso que vim.
- Algo que queira me falar, e que Dean e Sam não podem saber?- Perguntei semi cerrando os olhos e o encarando.
- Nada que você não saiba, querida - Falou.- Mas como costumo dizer, eles apenas atrapalham meus planos.
Fecho a bolsa devagar, desconfiada do rumo dessa conversa. Crowley sempre fez o tipo linha direta, sem enrolações, por que esta falando assim agora?- Certo, Crowley. Diga logo o que quer e vá embora rapido. Eu preciso sair - Falei abandonado de vez a bolsa e me virando para ele. Percebendo só agora o quanto ele havia se aproximado de mim enquanto estava de costas.
- Tenho certeza de que nunca foi segredo o meu grande interesse por você, querida...
- Não me chame de querida - Falei já incomodada com essa forma tao íntima.
- Como quiser, amor...- Ele deu uma risada rouca ao ver meu olhar irritado.- Voltando... Nunca fiz questão de esconder o quanto à acho interessante.
- Realmente, você nunca foi muito discreto - Falo desviando o olhar. Crowley nunca poupou as indiretas e cantadas para meu lado. No entanto, sempre fiz questão de deixar bem claro que seria impossível qualquer envolvimento, já que por sua vez, Crowley é um demônio. E obviamente isso nunca daria certo.- Isso, eu sempre fui claro com minhas intenções. E a senhorita também, já que sempre foi bem direta em recusar todas as minhas ofertas - Seu tom pareceu até um pouco ressentido.
- Crowley...
- S/n - Interrompeu-me fazendo com que eu o olhasse diretamente nos olhos. Crowley era baixo, mas sou obrigada a confessar que ele tem um certo charme.
Recuei um passo quando sua aproximação se tornou ainda maior, infelizmente batendo contra a mesa.
- Não começa, Crowley - Falei.- Sabe que bem que...
- Nunca daria certo?- Completou erguendo uma sobrancelha. - Oh, minha adorada S/n. Eu não estou a pedindo em namoro.
- O que você quer afinal, hein?- Pergunto irritada.
Senti uma mão de Crowley pousar em minha cintura. Isso é bem óbvio.
- Esquece - Falei tentando me afastar.
- Eu vejo nos seus olhos que você quer - Crowley soltou em tom baixo.- Se a única barreira é minha maravilhosa espécie, procure ignorar esse fato por uma noite. Garanto que não vai se arrepender.Não duvido que ele tenha percebido algo. Confesso que senti atração por Crowley a primeira vista, pelo jeito como fala, seu sotaque e ate as piadas de duplo sentido. Mas então Dean me contou sua identidade, um demônio. O rei deles.
Nesses meses todos reprimi com a maior força que tive tudo o que poderia vir a sentir por ele. Parece que tecnicamente deu certo, exceto pela atração física. Ainda estou trabalhando nisso.
Amaldiçoei Dean até o inferno quando permitiu que Crowley entrasse e saísse quando quisesse do Bunker, isso só dificultava as coisas, com todas as investidas de Crowley.
Os minutos de reflexão se passaram velozes e quando voltei em mim, a mão do Rei ainda estava pousada em minha cintura e pretendia subir cada vez mais.Bem, ele disse para que eu ignorasse por apenas uma noite. Não sei se consigo ir contra monga natureza nem por alguns minutos...
Mas não custa tentar.
Crowley não pareceu se aborrecer por minha demora em decidir o que fazer, parecia até bem paciente.
Sem mais saber o que fazer apenas fechei os olhos e relaxei meu corpo. Crowley percebeu minha ação positiva e pude ouvir sua risada vitoriosa, ela foi baixa, mas estava próxima a meu ouvido.- Apenas uma noite, querida - Sussurrou.
- Se me chamar de querida outra vez - Falei baixo, sorrindo.- Te coloco pra fora daqui.
Ele riu mais uma vez antes de finalmente completar a distancia entre nossos rostos e me beijar.
Eu o beijei de volta, não prestava muita atenção no que estava em volta, só quando senti a superfície macia sob mim, quebrei nosso beijo.
- Como...?- Perguntei confusa ao ver que estávamos em meu quarto.
- Eu tenho muitas habilidades - Ele riu antes de voltar a me beijar.***
Quando acordei no outro dia, eram quase onze da manhã. Eu havia perdido minha caçada, Dean e Sam também já estavam aqui.
Sentei na cama ainda um pouco cansada por tudo o que aconteceu ontem. Sem acreditar no que tinha acontecido na noite passada. Percebi o pequeno quadrado branco na comoda e o peguei, era um bilhete. Não segurei a gargalhada.
Ele deixou um bilhete.
Abri o pequeno pedaço de papel, e não contiver a exclamação incrédula que saiu.
Eu deveria saber que não poderia ter cedido uma vez, ele nunca mais me deixaria em paz outra vez. Li o curto recado pela quarta vez, totalmente desacreditada. Em letras elegantemente traçadas em tinta preta brilhante, se lia:"Eu havia dito uma noite? Talvez seja necessário mais que isso. Esteja pronta às oito. Use vermelho... querida".
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✓ 𝐈𝐌𝐀𝐆𝐈𝐍𝐄𝐒 | 𝐒𝐔𝐏𝐄𝐑𝐍𝐀𝐓𝐔𝐑𝐀𝐋 - || LIVRO ENCERRADO ||
FanfictionOne-shots que se passam no mundo da série Supernatural, com temas relacionados a romance, ação na maioria das vezes.