Don't Remember (Part.1)

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Leitora/Dean Winchester/Sam Winchester.

***

Desço do carro após estaciona-lo no ferro velho de Bobby. Havia outro carro alí, este eu não conhecia, só pode significar que Bobby tem visitas.
Me animo ao ver o carro de Sam estacionado mais a frente, ele também estava aqui.
Entro na casa, encontrando apenas Bobby na sala/escritório, ele me olhou surpreso.
— S/n, você por aqui?
— É, pensei em fazer uma visita. Tem mais alguém ai?
— É, eu...
Ouço passos na cozinha, vindo de lá vi Sam e um outro rapaz, acompanhado por uma mulher. Eu não os conhecia, mas seus rostos não me eram estranhos. O rapaz tinha cabelos loiros e olhos verdes, verdes muito bonitos.
Mesmo com essa pulga atrás da orelha corri até Sam e o abracei. Fazia semanas que não via meu namorado, estava morrendo de saudades.
— Sammy! – Exclamei, beijando-o. Percebi que ele estava hesitando em retribuir, o que era bem esquisito, me afastei com as sobrancelhas franzidas e o encarei.
O rapaz ao lado dele mudou completamente de expressão, parecia com raiva. Sem dizer nada ele saiu pisando duro e foi para fora da casa.
— Dean... espera! – Sam falou seguindo-o. Bobby levantou-se em seguida e saiu resmungando.

— O que deu nele? – Pergunto para a moça que parece desconfortável.
— Você não sabe? – Perguntou.
— Eu deveria?
— Acho que sim, não é?
Eu não estava entendendo nada. Balancei a cabeça e estendi uma mão para cumprimentar a moça.
— Acho que Sam pode resolver isso. Sou S/n.
Ela apertou minha mão, por que ela parecia tão confusa?
— Lisa... mas nós já nos conhecemos.
— Já? – Pergunto. – Tem certeza? Porque acho que me lembraria.
Seu nome também não me era estranho, assim como "Dean" também não era. Mesmo assim eu posso afirmar nunca tê-la visto antes.
— Ah, claro. Você é a esposa do irmão de Sam, Dean – Falo estalando os dedos ao me lembrar que, certa vez, Sam mencionou um irmão que havia parado de caçar para viver uma vida normal ao lado de uma mulher chamada Lisa. Então o cara loiro era Dean.
— É...– Ela concordou ainda hesitante. Eu estava odiando aquela comversa, primeiro por não entender a atitude daquela mulher e segundo por não entender a atitude de Sam, mas eu iria descobrir o que estava acontecendo.
~~

Dean POV's:

— Com a S/n, Sam? Justo com ela? Sério mesmo?
Perguntei furioso. Inconscientemente acabei socando o capô de um dos carros velhos espalhados pelo Ferro Velho.
— Dean, acredite em mim, não é nada do que você esta pensando. S/n e eu, nós...
— Vocês o que? Não estão namorando? Ou transando, ou sei lá o que mais?
— Ta, eu posso explicar tudo.
— Sério, Sam? Pode explicar porque estava beijando a minha garota?
— Sua garota, Dean? Tem um ano que vocês não se vêem. Você foi embora para ficar com Lisa.
Era difícil para mim pensar que S/n estava livre para ficar com quem quisesse, mas meu irmão? Eu ainda a amava, mesmo tentando de tudo para esquece-lá, nada funcionou, nem mesmo Lisa. Vê-lá beijando Sam daquela maneira, eu... quase perdi a cabeça.
— Eu fiz o que você queria. O que você me pediu. Segui em frente, com uma família, vida normal, lembra?
— Eu disse para que você fosse feliz. Independente de quem fosse. Foi você quem escolheu a Lisa.
Fiz uma pausa, sentindo o peso de suas palavras assentando em meus ombros. Sam tinha razão, eu fiz minha escolha. Mesmo assim, ele sabia tudo o que eu e ela tínhamos passado.
— Dean, você precisa me escutar – Ele pediu.– S/n não se lembra de você. Ela não sabe quem você é.
— Como é?
— À um ano, ela perdeu toda a memória. Não sabia nem quem ela mesma era, a própria história, nada.
— E vocês me esconderam dela? – Perguntei atônito. – Simplesmente me apagaram da vida dela?
— Bobby falou o quanto S/n sofreu quando você a deixou. Achamos melhor... poupa-la. Ela não caça mais, deixamos de fora tudo o que poderia feri-la.
— Não tentaram recuperar a memória dela? Um feitiço, nada?
— Não foi uma bruxa, Dean. Foi um acidente. Ela estava voltando de uma caçada, alguns demônios começaram a seguir o carro dela, ela me ligou pedindo ajuda mas quando a encontrei o carro estava destroçado. S/n passou cinco meses em coma, quando acordou... não se lembrava mais de quem era.

Me encostei no carro, sentindo minha cabeça pesar. Eu não sabia de nada, eu não fiz nada por ela.
— Vocês não me ligaram, por que não me ligaram?
Sam se afastou sem dizer nada e foi até seu carro, quando voltou trazia um celular.
— Reconhece? – Perguntou. Era o meu celular, um dos antigos, eu deixei na casa do Bobby quando fui embora. – Não ligamos, porque S/n havia ligado, e você não atendeu.
Ele jogou o celular para mim e eu o peguei.
— Ouça as mensagens.
Peguei o aparelho, haviam pelo menos três mensagens de voz, eram todas de um ano atrás.

"Dean...? Droga, por que você não atende esse celular? Eu jurei que nunca mais ligaria, mas preciso da sua ajuda. Tem pelo menos cinco demônios na minha cola e eles trouxeram os tótós. Eu preciso de ajuda..."

A ligação caiu. Todas as outras mensagens era desse tipo, ela precisando desesperadamente de ajuda e eu não estava lá para salva-la.
~~

S/n POV's:

— Sam! – Chamei quando ele entrou na casa novamente. – O que aconteceu?
— Nós precisamos conversar.
— Definitivamente precisamos – Concordo. – Aquele era o seu irmão, não é?
— Era, e você precisa saber de algumas coisas sobre ele – Sam me puxa para a cozinha.
Sam começa a falar, contando sobre o acidente, nada que já não tivesse me contado antes.
— Por que esta me contando tudo isso de novo, Sam? O que isso tem a ver com Dean?
Sam respirou fundo e colocou uma mecha de seus cabelos atrás da orelha. Eu estava ficando mais nervosa do que já estava, toda essa hesitação de Sam estava me dando dor de cabeça, que por acaso estava piorando.
— Vocês já se conheciam, S/n. Dean e você, vocês já foram namorados.
Pisquei varias vezes tentando entender e assimilar sua informação. Isso não podia ser verdade. Tudo bem que eu não me lembrava de nada antes do acidente, mas acho que se isso realmente fosse verdade, Sam não teria escondido de mim.
— Ótima piada, Samuel – Falo, tentei fazer um tom de despreocupação, mas minha voz veio tremida.
— Não é uma piada, S/n – Uma voz mais grossa vem da porta. Eu tenho certeza que nunca ouvi essa voz em toda a minha vida, mas assim que a escuto tenho certeza que é a voz de Dean.

Volto-me para ele.
— Não, isso pode ser uma piada. Eu nunca vi você em toda a minha vida.
Falo me alterando um pouco. Sam não mentiria para mim, ele não esconderia algo assim, muito menos com tudo o que está acontecendo entre nós.
— Eu queria poupar você, S/n. Dean... ele não ia voltar. Você estaca mal, então...
— Então resolveram mexer com a minha cabeça? – Pergunto de forma acusatória, lançando-lhe um olhar raivoso. – Eu não acredito que você pode fazer algo assim, Sam. Eu confiei em você.
— S/n...– Dean me chamou, sua voz estava calma demais.– Nós precisamos conversar, eu e você. Tem muita coisa que você precisa lembrar.
Parei para pensar, eu não quero lembrar. O que eu passei até o acidente, só me parece cada vez mais doloroso, por que eu iria querer me lembrar de uma vida tão triste?
— E se eu não quiser? – Pergunto, baixando o tom de voz.– E se... se eu quiser uma vida nova, longe de tudo isso. Longe de vocês?
Os dois me olharam com expressões confusas, como se não acreditassem em mim.
— Você quer nos apagar da sua vida? – Sam perguntou.
— Dele eu já não me lembro mais – Falei, olhando para Dean. Talvez algumas emoções esquisitas reconhecessem sua presença, mas meu cérebro não conseguia reconhece-lo.– Só falta você, Samuel.
Os dois permaneceram em silêncio.

Sai do comodo e comecei a caminhar para fora da casa, em direção ao meu carro. Quando estava com a mão na maçaneta, Dean segurou meu braço:
— Você não se lembra mesmo de mim? De nós dois?
Encarei seu rosto, buscando no fundo da minha memória danificada qualquer coisa que tivesse uma ligação com ele. Bem no fundo, encontrei algo, apenas uma cena.
Dean estava dentro de um carro, eu estava ao lado dele. Parecíamos cantar algo, uma música alta que saia do rádio, estávamos rindo muito e Sam estava no banco de trás, tentando fazer uma expressão irritada, mas no fim acabava rindo também.
Fechei os olhos e quando os abri a cena toda tinha sumido e Dean me encarava repleto de expectativa.
— Não. Nada.
Respondo entrando no carro e dando a partida.

Continua...

✓ 𝐈𝐌𝐀𝐆𝐈𝐍𝐄𝐒 | 𝐒𝐔𝐏𝐄𝐑𝐍𝐀𝐓𝐔𝐑𝐀𝐋 - || LIVRO ENCERRADO ||Onde histórias criam vida. Descubra agora