Slip Away

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Leitora/Sam Winchester

***

— Eu não sei, Dean... é como se eu o estivesse perdendo, entende? Eu quase posso sentí-lo escorregando pelos meus dedos.
Eu suspirei desanimada e dei um gole na bebida. O loiro também bebeu o resto de uísque em seu copo, ele esfregou o rosto com as mãos.
— Droga, S/n – Disse.– Eu sinto a mesma coisa. Desde que voltei do inferno o Sammy está estranho. Eu pensei que você soubesse de algo.
— Ele não está assim desde que você voltou do inferno, ele está assim há um tempo.
Resmunguei.
Faróis de carro brilharam do lado de fora do motel onde estamos hospedados em Milwaukee. Um caso comum de casa mal-assombrada, salgar e queimar... achamos que isso relaxaria Dean afinal é algo familiar. No entanto, Sam está tão estranho que fez com que nem eu ou Dean conseguisse relaxar.

Sam entrou no quarto, ele carregava duas sacolas com cervejas dentro. Pelo menos dessa vez ele se lembrou de trazer o que disse que traria.
— A fila estava enorme, mas, Dean, eu achei aquela cerveja que você gosta.
Eu me levantei, estava me sentindo tão mal, o estômago revirado e cabeça latejando, a sensação de estar sendo enganada faz isso comigo.
— Com licença.
Falei passando por ele e saíndo do quarto para o estacionamento.
— O que aconteceu?
Ouvi a voz dele perguntar, mas logo estava distante o bastante para não ouvir a resposta de Dean.
Caminhei até o Impala e me encostei na lateral do mesmo. Percebo que a fonte do enjôo e da dor na cabeça vem do fundo do meu peito.
Tudo sempre desmorona para mim em algum momento, só não imaginava que com Sam também fosse ser assim, e pior, dessa forma tão torpe... com Sam mentindo diariamente. E no meio disso tudo eu só consigo pensar o quanto eu não quero perde-lo, e em o quanto eu preciso dele.
É tudo tão ruim.

— Você está bem?
Eu não olhei em sua direção, mas sua voz me fez estremecer. Sam caminhou até estar ao meu lado também se encostou no carro.
É como se ele tivesse algum transtorno de personalidade ou sei lá. Em um momento ele é o meu Sam, o mesmo que conheço há três anos, mas em outro momento ele é alguém que nunca vi... Frio, distante e irritado. Isso me deixa confusa e preocupada.
— Você ainda se importa?
Perguntei baixo.
— O que? Claro que sim. Por que está dizendo isso?
Não quero ter que dizer minhas suspeitas. Não quero colocar as cartas na mesa, pois eu sei, sinto dentro de mim que Sam não conseguiria mentir ou esconder e acabaria admitindo. E eu não acho que seja forte o bastante para encarar a verdade nua e crua.
— Não vamos discutir agora.
Digo, ainda não olhando para ele. Tem um cheiro incomum vindo dele... não sei se tenho certeza do que é.
Sam suspirou.
— S/n, por favor, eu não gosto de ver você desse jeito. Qual é o problema?

Ele soa tão verdadeiro, como o Sam que conheço profundamente, mas quando olho para ele não é o mesmo Sam.
Droga, quando foi que comecei a chorar? São poucas as lágrimas, mas elas estão aqui.
— Você, Sam, você é o problema.
Ele franziu as sobrancelhas.
— Eu? Mas...
Ele parou. Sam é esperto, ele sabe quando esta errando comigo, ferindo meus sentimentos e agora não é diferente.
Ele respirou fundo a passou as mãos pelos cabelos.
— S/n, Dean também veio com essa história de eu estar diferente, mas não é verdade. Ele voltou faz pouco tempo do Inferno, com certeza não está muito bem.
— E eu? Eu não estava no inferno, Sam. Eu estava aqui o tempo todo e acompanhei a sua mudança desde o começo. Você está completamente diferente.

— Eu não estou diferente, eu só estou preocupado com tudo o que vem acontecendo. Você sabe... Lilith e tudo isso. Você consegue entender?
— Não, Sam, eu não consigo – Falei.– Porquê nós dois sabemos que não é esse o problema.
— Eu não sei do que você está falando.
Ele desviou o olhar.
— Você está mentindo – Falei.– E não estou falando só de agora, de um tempo para cá você tem mentido o tempo inteiro.
Agora eu não posso voltar atrás, foi como se tivesse dado o primeiro passo para um caminho que eu não gostaria de seguir, mas agora estou correndo em direção ao fim.
— Eu estou tentando fazer o melhor que posso.
— Você está me afastando, está mentindo para o seu irmão e por qual razão? – Ele ficou em silêncio.– Viu? Você nem mesmo confia em mim o suficiente para dizer o que está acontecendo.
Eu lhe dei as costas, pretendia ir embora, mas foi como se não conseguisse mover meus pés do chão. As lágrimas ainda estavam aqui, e eu não consigo impedi-las. Bem... tanto faz, eu nunca fui do tipo durona mesmo.

Senti as mãos dele nos meus ombros, ele apertou devagar, mas me segurou ali para que não fosse embora.
— Eu juro que nunca faria nada para magoar você, S/n. Eu sei que estou evasivo... você está certa, mas o que eu disse é verdade. Eu estou tentando deter Lilith.
Ele soou sincero, mas ainda falta uma parte da verdade. Eu quero saber essa parte?
— Quem está ajudando você?
— Como?
Eu me virei para ele.
— Tem alguém te ajudando, alguém... planejando junto com você. Não sou eu e nem Dean, e com certeza não é o Bobby. Eu quero saber quem é.
Ele engoliu em seco.
— Eu preciso que confie em mim.
— Isso soou como um pedido de desculpas.
Murmurei e se calou novamente.

— Não deixe que isso seja o fim, Sam – Pedi.
Por muito tempo Sam foi a única luz que eu conhecia, por muito tempo foi ele quem esteve comigo, depois de todas as coisas horríveis pelas quais eu passei, mas agora eu me sinto exatamente como disse para Dean.
Ele está escorregando.
E eu não sei o motivo, não sei quem está levando ele.
— Eu não quero que seja – Sam afirmou. Suas mãos ainda estavam no meu ombro, ele deslizou até as minhas costas e me puxou para si, me abraçando firme. Eu fechei meus olhos, deitando a cabeça em seu peito.
Antes, isso parecia concertar o mundo, como se tudo e todas as coisas estivessem nos lugares certos, mas agora... agora é como se eu estivesse quebrando cada vez mais.
— Nunca mais vou fazer você sofrer desse jeito – Ele murmurou na minha cabeça, seu rosto estava afundado nos meus cabelos.– Eu desisto do plano. Desisto de matar Lilith se você quiser. Você decide tudo a partir de agora.
Devolvi seu aperto, eu quero acreditar nele, eu preciso acreditar nele.
— Vamos passar por isso juntos.
Sam finalizou, eu concordei com a cabeça.
— Estou contando com isso.

****

Amiga, na meta eu percebi que estava muito dramático, ai eu ouvi a música que você pediu e fiquei até triste. Oh musiquinha de fossa, bem a que eu gosto mesmo (aliás, obrigada pela recomendação, amo Ruelle)

imaginariarialoves espero que tenha gostado ❤

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