✓ 𝐈𝐌𝐀𝐆𝐈𝐍𝐄𝐒 | 𝐒𝐔𝐏𝐄𝐑𝐍𝐀𝐓𝐔𝐑𝐀𝐋 - || LIVRO ENCERRADO ||

No Control (+14, Violência extrema)

Leitora/Castiel

***

- Qual a sua missão?- Naomi da continuidade a sequência de perguntas.
Sua voz dois em minha cabeça, causava repúdio. Se fosse possível que eu tivesse enxaquecas, sem dúvida nenhuma essa maldita voz seria uma razão para ter.
- Acabar com qualquer ameça ao Céu. Respondi mecanicamente, mesmo que fosse contra a minha vontade.
- E quem é o inimigo numero um do céu?
- O anjo Castiel.
- E quando encontra-lo - Ela deu a volta na mesa e pôs suas mãos em meus ombros. - O que vai fazer?
- Recuperar a placa dos anjos e punir o rebelde.
O ódio me consumia por dentro, a raiva por estar sendo controlada, por estar sendo obrigada a matar anjos para essa desgraçada.
- Você esta pronta! - Naomi se afasta satisfeita, dando pequenas palminhas de satisfação. Ela volta para trás de sua mesa e me encara pronta para me dar uma nova ordem.- Você ira para a Terra.
Me mantenho calada, tenho alguma ideia de qual será a ordem e não gosto nada.
- Você vai encontrar o anjo Castiel e obrigá-lo a nos dar a placa.
- Foi para isso que eu fui treinada.- Murmurei.
- Ele está transitando pelos restaurantes de uma rede de fastfood, o que torna mais difícil para nós o pegarmos. Então quero que você faça ele parar.
- Como vou fazer isso?
- Descubra S/n, faça o que for preciso. Ela estala os dedos e me manda embora.

***

Escolhi uma das lanchonetes para onde Castiel estava fugindo, em Portland.
Entro no estabelecimento e me sento em uma das mesas, ainda tenho a esperança de que ele apareça, e que eu não precise machucar ninguém. Meu receptáculo obedece as ordens de Naomi mas não a minha mente, infelizmente não sou forte o bastante para vence-la.
Eu era de um esquadrão diferente do de Castiel, nunca tivemos muito contato. Até quase dois anos atrás, quando Castiel apresentou uma nova perspetiva à todos nós.
Eu sai de meu esquadrão para seguir Castiel, enquanto todos os outros foram para o lado de Rafael. Eu me tornei líder de um dos exércitos de anjos seguidores de Castiel. Eu passava de anjo em anjo as idéias dele.
Até que Castiel foi longe demais, quis se tornar o novo Deus, dizimou milhares de anjos no Céu e centenas de humanos na terra.
Mesmo assim eu não o abandonei, a até quando todos pensavam que ele estava morto eu ainda acreditava nele. Então eu comecei a reunir anjos, para que pudéssemos continuar com o trabalho que Castiel não conseguiu terminar por culpa da sua ganância.
Foi quando Naomi me pegou, de acordo com ela eu " tenho muito potencial" e devo usa-lo a favor do Céu. Ela começou a me controlar e sempre que eu resistia eu sentia fortes ondas de dor.

Agora estou aqui sentada em uma lanchonete, esperando para matar o único anjo que um dia me deu esperança.
- Já sabe o que quer pedir, moça? - Uma garçonete pergunta se aproximando.
"Isso está demorando muito", Naomi reclama em minha cabeça." faça isso logo".
A lamina angelical desliza pela manga de minha jaqueta e um movimento rápido eu me levantei e cortei a garganta da garçonete. As pessoas e os outros funcionários me encararam horrorizados enquanto eu caminhava na direção da próxima vítima. Muitos tentam fugir, mas não conseguem chegar nem até a porta antes que possam ser perfurados pela minha lâmina.
Mato todos, exceto uma garçonete. Eu a cego e deixo em estado quase que irrecuperável.
Com ela deixo uma mensagem para Castiel e recuo para o canto mais escuro do estabelecimento.
Sem mais tardar um bater de asas anuncia a chegada de Castiel. Ele olha ao redor completamente desnorteado e ao encontrar a moça caída no chão repetindo sem parar "Pare, ela quer que você pare" ele demonstra ainda mais confusão.
Ele se ajoelha ao lado da garçonete e se prepara para curá-la com sua graça, é nesse momento que em um leve movimento de minha mão o pescoço da mulher se quebra e ela cai morta.
Castiel se levanta e posso ver a ponta de sua espada angelical surgir da manga de seu sobretudo.

- Você deveria ter parado antes, Castiel - falei e meu tom era monótono, eu sai da penumbra e dei um passo em sua direção.- Isso poderia ter sido evitado.
- S/n...- Ele franze as sobrancelhas. - Você fez isso? Por que?
- Por sua causa, Castiel - Falei, no entanto minha vontade era gritar que eu sentia muito e que nunca quis nada daquilo.- Ordens são ordens, e as minhas eram capturar você não importava como.
- Você não é assim - ele abaixa a lâmina e se aproxima de mim.- O que fizeram com você?
"A placa, faça-o falar onde ela está!", Naomi grita em minha cabeça.
- Onde esta a placa?- pergunto balançando a cabeça levemente para afastar a pontada de dor devido ao grito.
- É Naomi?- Ele levanta a mão que não esta segurando a arma e põe em meu ombro. - Você é mais forte que ela, pode vencer.
Balanço a cabeça apertando os olhos fechados e por um glorioso segundo cheguei a pensar que estava livre do controle de Naomi, até ouvi-la gritar muito mais alto:
"A placa, recupere-a, faça o que estou mandando, S/n".
Ergui o punho de minha arma batendo no rosto de Castiel, ele se afasta, mas eu o agarro pela gola do sobretudo. Bato outra vez com o punho da arma em seu rosto e ele nem sequer reage.
- A placa, Castiel - repito. - Onde está ela?
Ele não tenta lutar comigo, ele não responde e isso me machuca por dentro.
Por que ele não reaje?
Vivi tempo o suficiente entre os humanos para ser capaz desenvolver sentimentos como os deles. já senti carinho, amizade, amor... Pode ser estranho para um anjo, mas eu tenho quase certeza de que Castiel foi o único pelo qual senti essas três sensações.
- Estou avisando, Castiel - Paro de bater, sua cabeça pende para trás e seu rosto esta ensanguentado, eu o jogo contra uma mesa e ele cai.- Não me obrigue a...
- Me matar?- Ele diz se levantando com a mão nas costelas.- Não, S/n, não é o que você quer, é?
Minhas mãos se fecham em punho apertando o punho da espada.
- Você não escondeu em nenhuma das lanchonetes pelo qual passou não é?- Pergunto com um pensamento iluminando minha mente.- Estava com você o tempo todo.
Lanço-me sobre ele o derrubando no chão, rasgo sua camisa e giro as lamina entre os dedos.
- S/n - Ele tenta mais uma vez. E por dentro eu grito e juro que estou fazendo o maximo que posso para resistir. - Você é mais forte que ela.... eu confio em você, sei que consegue.

"Vá, agora!" Naomi incentiva eufórica.
- Não devia confiar tanto nos outros, Castiel.
Digo e a ponta da espada afunda em sua barriga, mas não fui eu quem pensei nestas palavras. Foi ela. Naomi está tão infiltrada em minha mente que está me usando como uma porta-voz.
Ouço seu grito e é como se estivesse furando a mim mesma.
Desço por seu abdômen abrindo um corte longo e entre os gritos do lado de fora e de dentro de minha cabeça, já que Naomi não para de me incentivar a abrir mais, solto a faca.
Castiel joga a cabeça para trás arfando e gemendo.
- Desculpa.... - Murmuro pela primeira vez conseguindo sobrepor os comandos de Naomi.
Castiel me olha e em seus olhos azuis posso ver a compreensão.
Enfio a mão no corte e dentro dele perto de suas costelas, consigo sentir algo duro. A placa!
Eu a tiro e me levanto.
" Isso!", Naomi comemora, "Agora mate Castiel e me traga a placa".

Volto-me para Castiel, e a visão dele todo sujo de sangue, sangue que agora esta em minhas roupas, caído no chão e tão vulnerável... isso de alguma maneira despertou em mim a força que precisava para resistir a pressão exercida por Naomi.
- Não! - Gritei reunindo toda a minha força para fazer isso.- Você não vai me controlar!
Fui atingida por uma dor tão forte e soltei um grito tão alto que todos os copos e janelas de vidro a minha volta quebram. Meus joelhos cederam e eu desabei no chão com a placa ainda em mãos.
A dor é tão intensa que tudo a minha volta havia se tornado um borrão disforme.
" S/n ", Naomi chamou, " Você não pode... Você não..." sua voz some e meu grito fica ainda mais alto.
Sinto uma leve pressão em meu braço e mesmo com todo o turbilhão de coisas que se passam dentro de mim consigo erguer a cabeça e encontrar os olhos de Castiel. Ele se arrastou para o meu lado e está segurando meu braço me dando apoio.
- Você é mais forte que ela, S/n, eu sei que consegue.
Minha voz vai sumindo conforme a dor passa, um silêncio se instala dentro de minha cabeça e finalmente posso sentir que ninguém além de mim mesma pode me controlar.
Olho outra vez para Castiel e levanto a mão para cura-lo, porém ele a segura.

- Precisamos sair daqui imediatamente, Naomi sabe a nossa localização.
Assinto com a cabeça e nos levo para um chalé nas montanhas.
- Não se preocupe - Digo ajudando-o a se sentar no sofá da pequena sala.- Estamos longe do radar deles, esse lugar é completamente impenetrável para anjos, demônios, ou qualquer ameaça.
Ele assente fraco e então finalmente toco sua testa curando os ferimentos que eu mesma causei.
- Eu podia ter feito isso sozinho, não precisava gastar a sua graça. - Ele diz segurando minha mão.
- Eu os causei - Abaixo a cabeça envergonhada.- Nada mais correto que eu o curasse.
Ficamos um pouco em silencio, e eu começo a pensar que já esta na hora de tomar meu caminho. Agora que estou livre de Naomi, quer dizer, não completamente já que agora ela vai me caçar como louca.
- Devo ir agora - Me levanto e entrego a placa.- Tome, guarde bem. Naomi não desistira até conseguir pega-lá.
Cass se levanta e pega a placa, depositando-a no sofá. Ele segura minhas mãos e me encara, me pergunto o porquê dele estar fazendo isso.
- S/n, você não... precisa ir agora, afinal não nos vemos a tanto tempo que eu estou contente em saber que você esta viva.
Castiel sempre foi bem sentimental, pelo menos eu o via assim. Sempre se importando até demais com as pessoas, sempre se culpando pelo erro alheio. E saber que ele se lembrava de mim não foi uma surpresa. No entanto não pude evitar a reação exagerada de meu receptáculo.
- Digo o mesmo - Sorri um pouco.- Mas tenho que ir, é perigoso ficarmos junto. Somos os maiores inimigos do Céu no momento e Naomi deve estar fazendo de tudo para nos encontrar.
Ele faz um movimento com a cabeça e se aproxima um pouco mais.
- Eu procurei saber de você, S/n - Ele me encara.- Queria saber se estava viva, mas foram tantas coisas....
- Eu entendo - Interrompi. - Muitas coisas acontecendo aqui, não é? Fiquei um pouco atrasada nos acontecimentos, já que Naomi não me deixava sair.
- Sinto muito por tudo o que aconteceu com você. Lamento por ter te trazido para tudo isso.
- Eu entrei nesse guerra por mim mesma - estou respirando rápido demais com toda essa aproximação súbita. - Seguir você foi algo que eu escolhi.
Ele ele segura meu rosto e tenho certeza que isso não é um movimento pensado.
- Fico muito feliz pela sua escolha - sussurra.- Confesso que isso nunca me aconteceu antes...
Eu tenho a leve impressão de que ele não não esta mais falando sobre a época em que lutamos contra Rafael.
Eu não sei bem o que falar, e não não preciso falar nada. Castiel cela nossos lábios em um beijo calmo, até porque somos novos nisso e eu ainda acho tudo isso um pouco estranho.
Jogo meus braços ao redor de sua nuca. Ele tira as mãos de meu rosto e laça minha cintura.
- Talvez eu não precise ir embora - Digo respirando pesado depois de terminar o beijo.- Somos mais fortes juntos.
- Já provamos isso uma vez - ele acaricia meu rosto.
Sorrio para ele tendo certeza de que agora estaríamos lado a lado como da última vez.