Capitulo 3 - Óbvio

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Alice.

Me acordo tarde e me levanto, mas logo paro e me repreensão mentalmente por ter bebido tanto, a dor de cabeça é forte, entro no box e ligo o chuveiro, deixando a água morna cair sobre meu corpo, fico parada por um tempo, com os olhos fechados, embaixo do chuveiro, deixando que a agua explore cada parte, curva, detalhe do meu corpo. Com os olhos fechados, volta a minha cabeça a lembrança dos olhos azuis, do garoto que me beijou na noite anterior. Seu beijo parecia me completar, me pegar no colo e me levar para longe, de tudo.
Espanto meus pensamentos e termino de tomar meu banho, me visto de maneira confortável e desso as escadas. Tomo um remédio e percebo que meus pais náo estão em casa. Volto para o quarto e me deito, acabo dormindo um pouco.

Desperto de meus sonhos com o som de tiros, me levanto e agradeço pela dor de cabeça ter passado, me dirijo ao guarda roupas e visto uma calça jeans skinning preta, continuo com a blusa que estou vestido, colocando apenas um moletom por cima. Abro a gaveta de minha cômoda e pego minha arma, dourada, uma pistola náo muito grande, verifico se esta bem carregada e ouço os tiros mais perto, calço meu tênis rápido e corro para fora. Vou defender o que também é meu.

Desso o morro com cautela, dando tiros certeiros em meus adversários, ando e então vejo dois homens me cercarem. Tento atirar mas falho e sou puxada para um beco, logo ouvindo o som dos tiros que poderiam ter me acertado, fecho os olhos ao sentir minhas costas baterem forte contra a parede de tijolos atras de mim, tenho medo de quem possa ser, provavelmente um vapor inimigo.

Xx - Pode abrir os olhos. - ouço, uma voz desconhecida, para mim conhecida, mas naol me lembro de quem é.

Faço o que ele diz e vejo seus olhos azuis, lembrei. Ele segura em minhas maos, fortemente pressiona minha arma, esticando meus braços.

Eu - Que é você? Por que ta aqui? - pergunto, mas ele náo tem tempo de me responder.

Ouço tiros por perto, olho para o lado e vejo meu padrinho.

Gean - Alice! - ele grita e o garoto me solta, atira ao lado de meu padrinho, sem intenção de acertar. Sai correndo, esta com a toca do moletom. Fico paralisada. - Vai pra casa! - me viro para olha-lo e ele anda até mim - Ta tudo bem? - apenas balanço a cabeça positivamente - Vai pra casa. Seu pai não vai gostar de você ficar andando por aqui. - diz e beija minha testa.

Corro até minha casa e entro na mesma, subo e me sento na cama, ouço os tiros vindo de fora, mas que não demoram a parar. Quando isso acontece, me deito viro meu rosto e acabo por sentir seu cheiro em meu moletom, sua voz ecoa em minha cabeça. Quem é ele?

Tomo um banho e desso. Meu pai chega com meu padrinho.

Pai - O que você tava fazendo fora hoje durante a invasão?

Eu - Defendendo a comunidade. - digo indiferente, despejando um pouco de café numa caneca.

Pai - Eu já faço isso Alice, tem bastante gente para isso. - dou de ombros - Você podia ter se machucado. Náo te quero mais se metendo nisso okay?!

Eu - Ta. - tomo meu café.

Gean - Ele podia ter te matado se tivesse afim Alice. - me engasgo.

Eu - Ele quem? Quem é ele? Você sabe? - pergunto demonstrando interesse.

Pai - Quem podia ter matado ela Gean? Do que vocês tão falando? - meu pai pergunta sem entender.

Gean - Me admira você não saber, diz pra todo mundo que quer matar ele e náo sei o que. Te cuida.

Pai - O TH chegou perto dela? - pergunta irritado.

Eu - Era o TH? Não era ele. - náo acredito.

Gean - Náo, era o filhinho dele.

Eu - Droga... - sussurro.

Pai - Que? - me pergunta.

Eu - Nada. - deixo a caneca na mesa e saio.

Pai - Alice! - chama mas náo dou atenção.

Desso até a casa de Bia, entro e vou ate seu quarto, onde ela está deitada na cama com o celular na mão.

Eu - Preciso falar com você! - digo alto abrindo forte a porta e ela se assusta.

Bia - Credo Alice! Quer me matar?!

Eu - Náo, eu tenho uma arma, se quisesse já tinha feito. - ela sorri irônica.

Bia - To vendo que foi foda. Fala. - ela diz se sentando, fecho a porta e faço o mesmo.

Eu - Eu beijei Felipe Torres ontem a noite.

Bia - QUE??

Eu - Qual foi, ta surda?!

Bia - Náo, mas acho que eu ouvi errado. Você beijou quem? Responde só pra confirmar.

Eu - Felipe Torres. - digo relutando contra mim, me reprovando pela ação.

Bia - Seu pai náo pode saber disso.

Eu - Por que você náo diz alguma coisa que não seja o obvio?! - reviro os olhos.

Patricinha do Morro  ( Vol.2 )Onde histórias criam vida. Descubra agora