Capítulo 20 - Higor

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Alice.

 Acordo com alguém me chamando.

Xx - Alice...alice...alice! - ouço ao longe - ALICE! - abro os olhos assustada - Bom dia! 

Eu - Oi Bia. - digo - Bom dia. - ela faz uma expressão de surpresa.

Bia - O que aconteceu?

Eu - Nada. Por que? - pergunto me espreguiçando.

Bia - Não sei... - sorri, um sorriso largo - tá diferente. Mais bonita, querida, sei lá, simpática, me dando bom dia ás oito e meia da manhã nas férias...estranho.

Eu - Não, só to de bom humor hoje. Aproveita, só isso. - digo me levantando e indo até o banheiro.

Bia - E eu posso saber o por que desse bom humor? - pergunta esticando o pescoço através da porta do banheiro.

Eu - Não. - digo e rio baixo. 

Bia - Ah, desculpe, tinha esquecido.

Eu - O que? - pergunto sem entender.

Bia - Mesmo de bom humor, ainda é a mesma Alice. E a Alice tem segredos com a melhor amiga. - diz fazendo bico e revirando os olhos, rio da sua atitude infantil, entro no banho e ela some em direção do meu quarto.

  Tomo meu banho lembrando da noite de ontem, na praia, mas depois as imagens do sonho aparecem, derramo uma lágrima, sinto a água percorrer meu corpo e me lembro do desespero que senti, sem poder respirar. Respiro fundo, fecho os olhos e a imagem dele sorrindo aparece, sorrio ainda de olhos fechados, pouso minha mão no registro do chuveiro e giro, abro os olhos e desligo o chuveiro. Depois de me vestir, tomar café e tudo mais, eu e Bia saimos de casa. 

Bia - Qual é Alice?! As férias acabam hoje e até agora não fizemos nada só nós duas. - reclama descendo o morro ao meu lado.

Eu - E o que você quer fazer? - paro no meio da rua e abro os dois braços, ela olhapara os dois lados e estampa um sorriso malicioso nos lábios.

Bia - Vem! - ela me puxa.

  Descemos mais um pouco e ela me carrega até a academia, onde eu estudava a alguns anos atrás.

Eu - O que você quer aqui? - pergunto quando ela entra em uma das salas, cuja tem uma das paredes composta de espelho.

Bia - Faz tempo que você não dança.

Eu - Não quero dançar Beatriz. - afirmo a interrompendo.

Bia - Faz tempo Alice... - diz e reviro os olhos - ele ia gostar que você dançasse. - afirma - Ele amava te ver dançar, vamos. Por favor? - pede, a encaro e penso um pouco. 

Eu - Você acha que ele gostava de me ver dançar? - pergunto sorrindo fraco.

Bia - Tenho certeza. - diz e sorri - Ele gostava de dançar com você, mas isso não pode mais infelizmente. Mas você pode. - diz.

Eu - Tá bom. - digo.

  Ela coloca a música e começamos a dançar juntas. A cada passo me lembrava de Higor. Fechava os olhos e via ele dançando comigo, me divertindo, abri os olhos e estavam marejados, mas continuei dançando, me lembro de cada detalhe dele. Higor era incrível, sempre sabia o que dizer, dançava como ninguém e tinha grandes chances de ser um ótimo bailarino no fúturo. Infelizmente o homofobismo de alguns homens da comunidade lhe tirou daqui, chorei bastante quando aconteceu, mas tempos depois acabei superando um pouco a dor, apesar de que nunca vou esquecê-lo. O tempo passa rápido, passamos o dia na comunidade. Já de noite, volto para casa, tomo um banho e visto uma roupa um tanto fresca, com um moletom cangurú por cima e calço meu tênis. Desso e minha mãe está colocando o jantar, meu pai está no sofá, me sento á mesa, meu celular no bolso vibra, pego o mesmo e percebo a mensagem:

"Tá fazendo o que princesa?" - Felipe.

    Respondo rápido, minha mãe termina de servir a janta e se senta também, meu pai se junta a nós, me sirvo e meu celular volta a chamar.

"Te busco daqui meia hora, pode ser? Quero te ver..." - Felipe.

  Sorrio e respondo que "Sim". Janto e percebo que meus pais me observam atentamente, de um jeito diferente. Ao terminar, levo meu prato para a pia, escovo os dentes e ando até a porta.

Pai - Alice. - chama.

Eu - Oi. - respondo já com a mão na maçaneta.

Pai - Onde você pensa que vai?

Eu - Último dia de férias pai, dá um desconto vai.

Pai - Não, amanhã tem aula. - diz e eu bufo.

Eu - E dai? Prometo que não chego tarde e ainda são... - olho no celular - oito horas. - arredondo.

Mãe - Deixa ela ir Brian. - diz.

Pai - Só hoje. Se cuida e eu vou ver que horas você chegou. 

Eu - Tá, tchau. - digo ao longe, já saindo.

  Desso o morro rápido e paro na estrada, observo ao redor e nada. Olho o longe, então um faról se acende e eu sorrio. Quando vou andar até ele ouço:

Xx - Vai aonde Alice? - congelo.

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- O que tenho a declarar sobre esse capítulo: Tá tenso.

Bjú!

Ps.: Comentem muito pfvr!

Patricinha do Morro  ( Vol.2 )Onde histórias criam vida. Descubra agora