Capítulo 12 - Um beijo?

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Alice.

Eu - NÃO! - digo alto e o choro me domina,  incapacitando de falar, deixando apenas soluços escaparem - Só... - soluço - me... - respiro fundo - só me deixa em paz. - digo.

Felipe - Você tá chorando? - pergunta e parece preocupado pela sua voz, mas não acredito que possa estar realmente se preocupando comigo - Alice. - chama e continuo chorando - Alice, tu tá chorando? - insiste.

Eu - Me deixa... - é o que consigo dizer.

Felipe - Onde você tá? - pergunta - Me diz onde você tá! ALICE! - grita e continuo soluçando.

Eu - Longe...

Ligação OFF

  Desligo a ligação e dobro minhas pernas no banco, fico chorando ali, em silencio por mais tempo. Ouço então um som, vindo de uma grande quantidade de mato, me chama atenção, parece ser alguém se aproximando. Mas para. Logo para. Então ouço um trovão. O céu avisando que logo irá chover. Continuo alí, sinto que eu até quero que chova, até quero me molhar com a água da chuva. Vejo alguns raios riscando o céu com linhas iluminadas. Após mais ou menos meuia hora, fito a tela do meu celular avistando o horário, 03:57pm. Não estou tão longe, quase não sai da cidade. Ouço novamente o som vindo do mato e começo a ficar com um pouco de medo, mas me convenço de que é apenas algum animal.

  Me levanto para voltar para a casa e encarar meus amigos. Esfrego as mãos em meus braços por sentir frio nessa madrugada gelada. Caminho para sair da praça e percebo alguém correr por trás de mim, me viro rápido e não vejo ninguém, começo a ficar assustada. Volto a andar, agora mais rápido. Na saída da praça vejo o faról de um carro se aproximando rápido na rua, então sinto alguém colocar a mão em minha boca. Tento gritar, mas não consigo. O carro para e me surpreendo ao ver quem é, ele desse bravo, parece decidido á fazer o que for para ajudar, vejo ódio e ao mesmo tempo desespero em seus olhos, meu olhos então, já vermelhos de tanto chorar, voltam a ficar cheios d'água. Ele saca uma pistola e aponta para a pessoa atrás de mim.

Xx - LARGA ELA! - ele grita e destrava a arma.

Xx2 - Qual é playboy? Fez a mina chorar e agora quer pagar de herói?! - o imundo que me segura dispara as palavras e aquilo dói até em mim, por saber que na verdadede, ele nem teve culpa.

Xx - Se eu fiz ela chorar por um descuido qualquer porque não sei o motivo, mas isso não é da tua conta e, nem te dá o direito de encostar nela. Agora solta ela se tu quer continuar vivo. - ameaça.

Xx2 - Aé? E o que eu tenho a perder?

Xx - A vida idiota! - minhas lágrimas caem. 

Xx2 - Que vida? É até melhor morrer mesmo. Vem me mata! - ele diz.

Xx -Posso fazer das coisas mais cruéis contigo, ou até mandar fazer, pra não sujar minha mão com um sangue tão sujo quanto o teu. 

Xx2 - Faz então! - manda interrompendo.

Xx - Larga ela primeiro.

Xx2 - Não... - diz a palavra alongando a mesma -  a patricinha vale a pena. - ao ouvir isso percebo que a conversa dos dois vai demorar e não vou aguentar isso, ouço outro trovão e chuto as partes baixas do crápula que me prende - Ai! Filha da puta! - diz me soltando e se contorcendo, me afasto e Felipe atira, não pra matar, mas pra machucar, errando a mira de propósito.

  Fico paralisada e não faço nada, pelo principal motivo de não saber o que fazer.  Começa então a cair uma garoa. 

Felipe - Vem. - chama e coloca a arma na cintura. 

  Caminho até ele e paro a poucos centímetros de seu corpo, em cima do meio fio e ele no asfalto, assim fico um pouco mais alta, mas nada comparado com sua altura perto da minha. Crio uma certa coragem, respiro fundo e começo:

Eu - Eu não costumo fazer essas coisas de agradecer e tal, mas acho que eu te devo um... - nesse momento um trovão alto ecoa e me assusta, fazendo com que tropece e quase caia, ficando realmente perto de Felipe, que me segura e passa o braço por minha cintura, com a outra mão limpa minhas lágrimas.

Felipe - Um beijo? - nego com a cabeça e minhas lágrimas insistem em não cessar. 

Eu - Eu não posso. Ele não pode tá certo. - digo e abaixo a cabeça, mas ele me segura e levanta a mesma novamente.

Felipe - Ele quem? E por que não pode?

Eu - Porque não é certo.

Felipe - E quem é que decide o que é certo? - fico quieta - Vou entender como um "ninguém". - a chuva começa a cair agora mais forte.

Eu - Eu te odeio... - digo um pouco baixo.

Felipe - Ta bom. - diz e me entrega um selinho nos lábios - Eu deixo você falar que me odeia.

Eu - Você tem algum problema garoto? Eu disse que te odeio. - afirmo.

Felipe - E eu disse que deixo você falar isso. Por mim tudo bem, até porque eu não vou acreditar mesmo. - fica quieto por um tempo - Agora entra logo, a gente vai ficar encharcado. - ele termina de falar e eu corro dando a volta no veiculo e entrando no mesmo.

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Ai meu Deusss! Eai? O que vcs tão achando amores? Responde ai nos coments please! Bjú!


Patricinha do Morro  ( Vol.2 )Onde histórias criam vida. Descubra agora