Capítulo 15 - Problema

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Alice.

  Subimos o morro e paramos na casa dela. Entramos e vamos direto pro seu quarto.

Bia - Agora fala. - manda e eu a encaro sem entender.

Eu - O que? Que eu saiba quem tem coisa pra falar aqui é você. - digo.

Bia - Nem vem, não adianta disfarçar. Eu sei que aconteceu alguma coisa. Fala. Por que você tá assim?

Eu - Assim como? - não entendo.

Bia - Desde quando chegou, não tá normal, sei lá, você tá longe, não para de olhar pra esse celular, pra falar a verdade, desde ontem isso. - diz.

Eu - Nada a ver.

Bia - Tudo a ver dona Alice.

Eu - Ai quer saber?! - digo me levantando - Eu vou pra casa. Dormir! Dormir Beatriz! SO-ZI-NHA! Sabe?! - ela ri e joga uma almofada em mim que saio do quarto.

  Subo o morro, pensando, não tô estranha coisa nenhuma. Nada a ver isso, todo mundo me perguntando no que que eu tô pensando e tudo mais, não interessa! Se fosse pra eles saberem eu não pensava, eu falava né. Fala sério. Entro em casa e vejo meu pai com minha mãe jantando, minha mãe faz menção de me oferecer janta, mas não lhe dou oportunidade já respondendo:

Eu - Já comi! - digo alto e subo as escadas.

  Entro no meu quarto e tomo um banho. Saio e visto uma roupa de dormir, me deito e olho em meu celular, nada. Affe! Que raiva, afinal o que eu tanto espero?! Me repreendo e coloco os fones de ouvido, viro, me cubro com um edredom fino e fico ouvindo até pegar no sono.

  Acordo sentindo alguém sentar ao meu lado e ouvindo vozes bastante baixas, sussurros perto de mim, não abro os olhos e finjo continuar dormindo, só ouvindo o que eles falam:

Pai - O que você acha que ela tem? - pergunta e sinto minha mãe tirando delicadamente os fones do meu ouvido.

Mãe - Não sei, quem sabe algum problema. 

Pai - Que tipo de problema? - pergunta preocupado.

Mãe - Não sei Brian. - afirma.

Pai - Ela cresceu rápido né?

Mãe - Muito... - acaricia minha cabeça e mesmo não vendo, sei que está sorrindo.

Pai - Ela anda ultimamente, sem prestar atenção em muita coisa, desligada de tudo, longe da gente, quase nunca para em casa. Você acha que ela pode tá... - enrola, parece ter medo de falar. 

Mãe - Namorando? - pergunta terminando a frase dele.

Pai - Isso. - parece não querer que seja verdade.

Mãe - Não, namorando não, mas quem sabe, avoada do jeito que está, não para de olhar pra esse celular, pode estra quem sabe apaixonada. - NÃO MÃE! ATÉ VOCÊ?

Pai - Não, prefiro pensar que ela ainda tem sete anos e só tá correndo, descendo as escadas, pegando chocolate escondido antes do almoço. - eles riem baixo.

Mãe - Lembra quando ela fugia? Brava, saia batendo a porta e até hoje a gente não sabe pra onde ia... - pro topo do morro mãe...respondo mentalmente.

Pai - Verdade... - ele ri baixo - ela é marrenta, pior que você, mas puxou um pouco de mim também, olha como ela é forte, emocionalmente falando.

Mãe - É...você disse que não importava se ela tinha quatorze ou vinte anos, é sua filha e tem que te obedecer, lembra?

Pai - Sim...

Mãe - Ainda acredita nisso? 

Pai - Nem um pouco. Ela nunca obedeceu. Quando fizer dezoito anos, eu tenho medo que ela vá embora e que eu perca a minha filha.

Mãe - Não vai perder...mas ela vai embora. Talvez não com dezoito, mas ela vai, algum dia. 

Pai - Esse é meu medo Bianca. - diz e suspira.

Mãe - Mas ela nunca vai te deixar de verdade, ela ama a gente. Você nunca vai perder a sua filha. - afirma.

Pai - Lembra, ela queria se meter nas minhas coisas, com quatorze anos. Sempre gostou da adrenalina e do perigo.

Mãe - Esse era o meu medo. - dá enfase em "meu".

Pai - Sabe Bianca...quando eu entrei naquela casa pra pegar minha filha e vi ela com Felipe - me arrepio ao ouvir o nome dele - me prometi que nunca ia deixar que ele encostasse na minha filha, ao menos chegasse perto dela.

Mãe - Por que está dizendo isso? - não entende.

Pai - Eu vi os dois, pareciam amigos, vi que ela tava feliz e o jeito como ele olhava pra ela, naquela hora o meu maior medo foi que algum dia ele chegasse perto dela.

Mãe - Brian, se algum dia, por um acaso os dois...- ela pausa, parece não ter certeza de se deve ou não continuar a pergunta, respira fundo - se os dois se encontrassem, se apaixonassem, você teria coragem de mandar tua filha embora por uma rivalidade? Perder a tua filha? 

Pai - Não sei Bianca... - pausa - mas isso nunca vai acontecer. - afirma.

Mãe - Se algum dia acontecer, eu espero que você pense muito bem. - diz. 

Pai - No dia do nosso casamento seu pai disse que, não é fácil criar uma filha, como uma verdadeira princesa, pra vim um vagabundo e tirar ela de você. Eu tenho uma filha Bianca, linda, ainda não aconteceu, mas eu sei que algum dia algum moleque vai tirar ela debaixo da minha asa e até lá eu quero cuidar dela. Não quero pensar nisso...vamo.

  Minha mãe beija minha testa e sai. As palavras do meu pai ficam na minha cabeça, mas eu não gosto do Felipe, não sei porque me assombram tanto as palavras de meu pai.

  Enfim consigo dormir.

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Vish...gente. Capitulo tenso kkk.
Comentem o que vcs acham que vai acontecer por favor. 

Heey! Spoiler: Próximo capítulo vai ser *0* bafônico!

Bjú! *-*

Patricinha do Morro  ( Vol.2 )Onde histórias criam vida. Descubra agora