Alice.
Caminho pela avenida, passo a mão no rosto a cada três passos para limpar as lágrimas que sem que eu entenda caem descontroladamente. Atravesso a rua e caminho pela areia, me sento e abaixo a cabeça. Ouço as ondas. Só elas e os carros na avenida ao fundo. Sinto alguém encostar em minha cabeça. Não levanto a cabeça, continuo chorando, bastante, soluçando também, forçando os olhos fechados, enquanto estou abraçando minhas pernas dobradas. A pessoa que por enquanto desconheço se senta ao meu lado e fala:
Xx - O que aconteceu princesinha? - pergunta.
Levanto a cabeça rápido e me jogo em cima dele. Ele cai na areia e eu deito minha cabeça em seu peito, continuo chorando muito, mas agora abraçada ao seu corpo, sinto seu perfume e ele não entende nada, fica imóvel por um tempo, assustado, mas depois me abraça e passa a mão em meu cabelo, acariciando minha cabeça. Quando me acalmo um pouco digo:
Eu - Você me segue né? - pergunto.
Xx - Queria ter tempo para fazer isso, mas não, te vi por acaso. - responde - O que aconteceu Alice?
Eu - Você morreu. - aperto mais meu corpo contra o seu.
Felipe - Que? - não entende, claro.
Eu - Nada, não importa. - digo.
Felipe - Você queria me matar até hoje cedo, o que te deu? Não te entendo garota.
Eu - Felipe, - chamo e ele me olha - você me ama?
Felipe - Eu disse que amo, não disse?!
Eu - Então você não precisa entender, só fica assim comigo, por favor. - peço.
Felipe - Tá... - continuo alí, deitada no meio da praia, no peito do meu inimigo, mas isso já não importa mais, não faz diferença nenhuma.
Depois de bastante tempo, que não conto minutos, horas ou segundos, me manifesto a perguntar o horário.
Eu - Que horas são Felipe? - pergunto, ele tira o celular do bolso e olha pra tela do mesmo.
Felipe - Meia noite e trinta e seis. - diz.
Eu - Hum. - resmundo fechando os olhos.
Felipe - Quer ir embora? Eu te levo.
Eu - Não, eu quero ficar aqui com você. - ele sorri, aquele sorriso perfeito dele.
Felipe - Ta bom.
O tempo continua passando e percebo que já estou ficando com sono.
Eu - Eu quero ir pra casa, mas não quero que você vá pra sua casa. Eu não entendo isso, nunca senti essas coisas... - digo vencida.
Felipe - Você me ama Alice? - pergunta.
Eu - Não. - digo de olhos fechados, agarrada ao seu corpo - Eu não te amo, não chega a isso. - minto, pois sei que isso já não é verdade.
Felipe - Ta bom. - ele fica quieto por alguns segundos - Posso te pedir uma coisa?
Eu - Hum? - resmungo com preguiça de abrir os olhos.
Felipe - Deixa eu te fazer me amar?
Eu - Eu não quero te amar.
Felipe - Alice, - me chama e abro os olhos - namora comigo? Não precisa me amar, eu posso viver com isso, eu finjo que você me ama, to acostumado já. - diz.
Fecho meus olhos e respiro fundo.
Eu - Eu vou embora. - fico quieta e ele suspira, eu realmente vou embora, mas sinto preguiça de me mover, de sair de perto dele, não sei o que está acontecendo comigo, não tenho controle sobre meu corpo - Ta.
Felipe - Ta o que? - abro os olhos, coloco minhas mãos abertas em seu peito e levanto a cabeça para olhá-lo.
Eu - Eu namoro com você... - reviro os olhos - mas ninguém pode saber. E eu não te amo. - afirmo e me sento ao seu lado.
Ele ri baixo e deita de lado, apoia a cabeça na mão e me olha, morde o labio inferior e fala:
Felipe - Ainda. - sorri e eu acabo fazendo o mesmo.
Eu - Pode ser. Tanto faz. - digo e me levanto.
Caminho até a calçada e ele logo vem atrás. Paro, pois não sei onde está seu carro, ele passa o braço pela minha cintura e caminhamos, chegamos no carro e entramos, me encsto no banco e acabo cochilando um pouco. Me acordo ouvindo sua voz rouca.
Felipe - Princesa. - chama , abro os olhos devagar e vejo seus olhos azuis, estão escuros hoje - Vai dormir na sua cama. Mas, - olho para ele - me diz uma coisa, o que te fez mudar de idéia sobre mim?
Eu - Um sonho. Só isso, não preciso te contar mais nada, algum dia você descobre. - digo devagar, por causa do sono.
Felipe - Ta bom, boa noite.
Eu - Boa noite. - viro para abrir a porta, mas ele me segura.
Ele me beija, só agora consigo realmente acreditar que foi só um sonho. Só um sonho...ainda bem que foi só um sonho...
Nos afastamos por falta de ar e ele distribui diversos selinhos em meus lábios. Abro a porta e desso.
Eu - Tchau. - digo marrenta.
Felipe - Ei princesa, - chama e me abaixo para olha-lo - te amo. - ele sussurra.
Eu - Que legal! - digo irônica -Eu também me amo. - sorrio.
Felipe - Até com sono você é marrenta, olha onde eu me meti. - ele ri sozinho.
Eu - Beijo. - digo e fecho a porta.
Caminho subindo o morro e ele vai embora, chego em casa, ando até a cozinha, pego um copo d'água e olho o horário no relógio, 2:27am. Subo as escadas e entro em meu quarto. Tomo um banho e me deito. Durmo.
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OMG! Gostaram? Tão com raiva de mim? Haha Amo voces!
Bjú! <3
Me apaixonei por esse capítulo.
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Patricinha do Morro ( Vol.2 )
De TodoAlice, agora com dezesseis anos, já jurou matar Felipe e Thiago, sem perdoar Heitor também. Vingativa, procura atingir seus objetivos à qualquer custo, mais marrenta do que a própria Bianca, desafia a mãe e todos os outros, menos seu pai, por quem t...