Capítulo 16 - Por favor...

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2 dias depois...

Alice.

  Depois de dois dias, minhas férias estão cada vez mais perto de acabar. Levanto do sofá e caminho até a praia. Me sento na areia fofa e fico observando o mar. Abaixo minha cabeça e sinto alguém se sentar ao meu lado. O mesmo que se faz presente, náo diz nada, fica em silêncio, como se náo estivesse perto, como se náo estivesse ao meu lado. Mas posso sentir sua presença e ouvir o som quase inexistente de sua respiração.

Levanto a cabeça e me viro para olha-lo. Me surpreendo com quem vejo, ele náo me olha, mira o mar. Sem me dar atenção.

Eu - Pensei que tivesse morrido. - digo e ele permanece em silencio, me ignora - Felipe! - chamo.

Felipe - Que eu saiba era você quem queria me matar. - diz indiferente.

Eu - E quero. - ele abre os braços.

Felipe - Fica a vontade.

Eu - Por que isso?

Felipe - Se quisesse me matar já tinha feito.

Eu - Quem te garante?

Felipe - Eu. Oportunidade não te faltou. Mas não fez nada. Nada Alice.

Eu - Eu náo tive culpa. Você esvaziou a minha arma.

 Felipe - Tanto faz. - percebo que ele está triste.

Eu - Não que eu me importe, - digo indiferente - mas o que você tem?

Felipe - Se não se importa, por que pergunta?

Eu - Não é educado responder perguntas com perguntas. Seu pai não te ensinou isso?

Felipe - Antes dele me ensinar qualquer coisa sobre educação, alguém precisa ensinar a ele.

Eu - Brigou com o papai?! - rio e ele revira os olhos - Tá... - percebo que realmente não era uma boa hora pra estar rindo - você não me encomodou mais... - digo tentando não demonstrar sentimentos e ele finalmente vira o rosto para me olhar.

Felipe - Como você disse, eu te "encomodava", pensei que não gostasse. 

Eu - Eu não disse que gostava... - digo.

Felipe - Eu náo tenho certeza disso. - ele parece pensar - Vamos fazer um acordo?

Eu - Náo faço acordo com meus inimigos. - digo.

Felipe - Eu não sou seu inimigo, meu pai é.

Eu - Mas eu te odeio. 

Felipe - Mas eu te amo! - diz e eu o encaro surpresa.

Eu - Você não ama ninguém! - afirmo.

Felipe - Amo você.

Eu - Então prova, quem sabe eu acredite. - digo e saio. 

  Volto ao morro e subo. Hoje Vitor vai para o Perú, paro na casa de Bia para me despedir e depois de fazer isso vou para casa. Me deito em minha cama e ligo a televisão, olho em meu celular e como tem sido ultimamente, nada.

  Acabo pegando em um sono rápido por falta do que fazer. Me acordo escutando tiros, miro a televisão e está passando um noticiário urgente, ao vivo aqui na comunidade, TH está invadindo o morro, a repórter diz ser a pior invasão até agora. Me visto e pego minha arma, certifico-me de que está carregada e desso correndo. Saio e vou atirando certeiramente em vapores inimigos, chego perto de um bar e vejo Heitor, tento atingi-lo, mas o desgraçado escapa, ele vira pra mim, tento fugir mas me deparo sem saída, ele mira em mim e atira, dizem que passa um filme na nossa mente quando estamos prestes a morrer, de tudo o que a gente fez na vida, na minha só passou o que eu não fiz e eu parecí ver a bala em câmera lenta, vindo para mim, pronta para me atingir. Mas não, só percebo que não quando ouço mais um tiro e sinto alguém cair aos meus pés. Olha para baixo, não acredito no que vejo, me ajoelho e todo o barulho ao redor parece cessar, olho para frente com muita raiva de Heitor e vejo ele caído no chão, grito:

Eu - Para! PARA! - mando - Chama uma ambulância! Pelo amor de Deus... - começo a me derreter em lágrimas infinitas.

  Os tiros param, ando até o corpo de Heitor lentamente e já posso ouvir a ambulância se aproximando, descarrego minha arma atirando todas as balas que tem dentro da mesma no peito de Heitor. Depois disso, atiro a mesma em um canto qualquer e corro, volto para perto dele, me ajoelho e vejo seus olhos começando a secar, ele está com dor, obviamente muita dor.

Eu - Fica comigo, por favor... - digo em meio ao choro - você não pode morrer...fica comigo...por favor... - ele começa a fechar os olhos lentamente, vejo o sangue em sua barriga, .muitos vapores correndo - NÃO! Por favor...fica...fica comigo...por favor... - choro cada vez mais.

  A ambulância começa a subir o morro chegando perto e seu olho já está quase totalmente fechado.

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Patricinha do Morro  ( Vol.2 )Onde histórias criam vida. Descubra agora