Capítulo 11

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- Como você ainda consegue subornar Neena? - Eady ri. - Isso não é mais a seleção.

Ela mastiga o pão com pressa perdendo toda a postura de rainha e se parecendo com alguém que não come decentemente há dias.

- Vai ver ela já notou que eu sou quem me saio melhor em te fazer feliz. - Digo respondendo sua pergunta.

No fundo foi bem difícil convencer Neena a me deixar entrar no Salão das Mulheres quando Eadlyn está aqui sozinha. Mas eu consegui convencer uma das criadas a me dar a bandeja que ia levar para a rainha e depois disse a Neena que Eadlyn precisava comer. Acho que ela se compadeceu da minha insistência porque ela mesma poderia entrar com a bandeja.

- Presunçoso. - Eady fala revirando os olhos.

Pego um pão e começo a comer também. Gostaria de saber se ela está com humor para conversar hoje, nos últimos dois dias desde a festa e o ataque no centro eu tenho levado patadas sempre que tento. Ahren teve mais sorte, mas agora ele voltou para a França.

- Hoje os primeiros vinte sorteados vieram. - Ela conta por iniciativa própria.

- E como foi? - Mostro meu interesse.

Ela coloca a bandeja de lado e ao invés de deixar o espaço vazio entre nós no sofá se ajeita e encosta suas costas em meu peito.

- Eady...

- Eu sei, alguém pode entrar. - Diz. - A gente simula um desmaio se isso acontecer.

Dou risada. Ela está sendo muito prática para alguém que está praticamente enganando seu marido.

- Foi horrível. - Ela volta a falar sobre o seu dia de encontro com súditos. - Sabe qual a maior reclamação que ouvi? Não termos mais castas.

Já tinha ouvido sobre isso, mas achei que era conversa fiada. Por que alguém seria louco de querer o sistema de casta de volta?

- Sabe que seu avô rebaixou meus pais a casta oito? - Pergunto.

- Sim, eu soube antes da Seleção acabar. Sinto muito pelo que houve com eles. Eu amo a sua família. - Ela lamenta.

Beijo seu cabelo e sorrio.

- Eu sei, e amo a sua também. Mesmo seu irmão mais novo que vive aprontando. - Brinco. - Mas sobre meus pais eles subiram a seis com a ajuda do seu pai, se as castas voltassem eles seriam isso, eu seria isso, um motorista, um garçom, ou um criado do palácio.

A ideia de não poder fazer o que amo é assustadora demais para ser cogitada.

Ela segura minha mão.

- Eu nunca permitiria um mundo onde você não pudesse fazer o que nasceu para fazer. - Diz. - E nem todas as pessoas. Nem cogitei a hipótese de trazer as castas de volta, mas me fez pensar...

- Em que?

- Meu pai dissolveu as castas pelo bem do povo, e embora essas pessoas digam que a querem de volta, eu acredito que tudo que precisam é de algo tão grande quanto essa ação e que tenha efeito benéfico na população. - Ela me explica o que está pensando. - Eu acho que nem mesmo essas pessoas sabem o que querem, alguns clamam o fim da monarquia e outros a volta das castas.

Isso a está deixando tensa. De todos os desafios que a realeza traz provavelmente esse é um que ela não esperava tão cedo.

- Já tem alguma ideia em mente? - A questiono.

Tenho medo do que ela pode querer fazer para tentar acalmar o povo. Ela é inteligente e pode ter um objetivo justo, mas isso pode acabar em um monte de idéias estupidas.

A Verdade {fanfic de A Seleção}Onde histórias criam vida. Descubra agora