Capítulo 4 - Central Park

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Como combinado lá estava eu esperando Sakura no Central Park. Ela apareceu dez minutos depois do combinado, bem, a demora dela só me fez ficar mais ansioso para vê-la. Assim que a avistei ao longe com Akamaru a chamei.

- Sakura – Gritei e ela então veio ao meu encontro, parando exatamente na minha frente.

- Itachi, como está? – era meio estranho ouvi-la me chamar por outro nome, mas era melhor continuar com a minha verdadeira identidade em segredo, eu morria de medo de que ela mudasse comigo quando descobrisse que sou famoso

- Bem melhor agora que te vi – falei e a beijei na bochecha o que causou uma crise de latidos de Akamaru, pelo visto ele não gostava que eu me aproximasse muito da rosada. Sakura só riu. – Seu cachorro não gosta de mim

- Ele não gosta que você queira se aproveitar de mim – continuou sorrindo

- Só foi um beijo inocente. – disse e coloquei as mãos no bolso do casaco para esquentar as minhas mãos, apesar de estarmos no verão estava meio frio.

- Claro que foi, mas Akamaru é muito ciumento.

- Seu cachorro tem ciúmes?

- Muito. E se você tentar alguma coisa ele te morde. – ela estava me ameaçando

- Estou morrendo de medo do vira-lata – bufei e Akamaru me mostrou os dentes. O que eu tinha feito pra esse cachorro querer me atacar? Com Sakura ele é uma doçura.

- Ele está se ofendendo. Peça desculpas. – ela mandou e eu obedeci

- Tudo bem. Akamaru, me desculpa. Prometo não fazer nada de mal a Sakura ok? – o cachorro parecia me entender e então ficou mais calmo mudando completamente a fisionomia que antes era feroz.

- Viu, agora está tudo bem de novo.

- Ainda bem – respirei aliviado

- O que nós vamos fazer? – perguntou já mudando de assunto

- Eu pensei em andarmos, conversarmos e tirar algumas fotos o que acha?

- Boa idéia. Vamos andando então – disse e saiu andando para um lado do parque e eu a segui. Sakura podia ser cega, mas pra mim ela enxergava melhor do qualquer um. Ela sabia andar por todos os cantos do parque e os descrevia com imensa facilidade. Estava impressionado. Ela me contou que andava tão bem pelo lugar, porque desde criança passeava muito por aqui com os amigos. A memória estava viva, apesar de agora não poder enxergar, ela ainda conseguia imaginar tudo.

- Não sente falta do tempo em que enxergava?

- Sinto. Mas o que posso fazer se é como se apagassem todas as luzes sempre? Fica tudo escuro, então só me resta imaginar as coisas como era há sete anos, não mudaram muito não é? – perguntou com um sorriso nos lábios

- É, não mudou muitas coisas. Mas o que é novo você não consegue ver. Por exemplo, o rosto de alguém, você não sabe como é.

- Eu sei que não é como antes, mas eu vejo o rosto das pessoas de um jeito diferente. Bem, Hinata me conheceu quando eu já estava cega, então eu sei como ela é tocando o rosto dela. Eu sinto os traços do rosto.

- Tocando no rosto?

- É. Posso te olhar? – perguntou pra mim esticando os braços em minha direção

- Sim – consenti e ela tocou o meu rosto. Aquelas mãos eram suaves e apalpavam meu rosto devagar percebendo cada traço. Era tão boa essa sensação.

O amor é cegoOnde histórias criam vida. Descubra agora