Capítulo 59 - Preguiça

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- Nem acredito que você já está de partida – resmungou Sakura já pronta para voltar para a faculdade. Na noite anterior, após o pedido de casamento Sakura foi com Sasuke até seu hotel e passaram a noite juntos, só que agora, infelizmente, ela teria que voltar para a sua vida e ele retornar a Nova York para trabalhar.
- Tenho, mas você não acha que essa noite valeu a pena? – Abraçou-a com carinho e ela sorriu
- Valeu. Meu dia não seria igual sem você me surpreendendo. Aliás, como preparou tudo?
- Digamos que tive ajuda... Eu falei com a sua amiga, Tenten, e ela me garantiu que ia conseguir mantê-la entretida enquanto eu não chegasse.
- Então ela pediu a ajuda do Sai pra isso? Vocês três armaram pra mim?
- Bem, eu não falei com ele, sim com a Tenten, mas como você disse; eles estão juntos, então acho que eles combinaram para nos ajudarem.
- Que legal. Uma pena que você nem conversou com o Sai. Ele saiu de lá logo quando você chegou.
- Ele deve ter percebido que estava nos atrapalhando.
- Você não vai poder ficar mais nenhum pouquinho comigo? Nem pra conhecer meus amigos?
- Outro dia quem sabe?
- Tudo bem, mas que isso seja uma promessa.
- Claro, amor. – sorriu e beijou Sakura.

[...]

Enquanto isso na galeria de arte, Konan estava trancada em seu escritório trabalhando normalmente, mas ela já não era a mesma; vivia triste, sem falar com ninguém. Até com o próprio Sasori só se comunicava por e-mail. Era a primeira a chegar à galeria e a última a sair para evitar ver alguém. O término do namoro a afetou muito, mais do que ela acreditava que afetaria. Nem conseguiu ajudar a Nagato, aliás, como ela poderia oferecer ajuda a alguém quando ela mesma necessitava? Era um momento complicado e o único que poderia estender a mão a ela não estava ali.

- Konan, ta mais do que na hora de você sair daí! – Avisou Sasori diante da porta que permanecia fechada
- Não. Deixe-me trabalhar. Não quero ver ninguém... Ainda – avisou e ignorou o pedido de seu velho amigo.
- Deixe-a, é melhor, ela ainda está com o coração partido – Falou Nagato que estava tentando compreender a amada. Nem ele acreditava que Konan amasse tanto o Itachi.
- Tudo bem. Por enquanto eu desisto, mas eu volto. – Sasori falou alto e voltou a sua sala.
- Não sei mais o que fazer – Nagato confessou se sentando a frente do irmão diante de sua mesa.
- Nem eu. Ela não me escuta. – falou pensativo
- Pelo menos ela ainda vem trabalhar e se alimenta normalmente. – Concluiu Nagato
- Konan não é uma adolescente pra fazer greve de fome por causa do namorado. A verdade é que ela está vivendo essa dor de perder o Itachi por uma segunda vez e isso acaba com ela.
- Se ela o ama tanto, porque terminaram? – Nagato não compreendia.
- Eles são desse jeito, intensos demais. Se Itachi não concorda com as atitudes de Konan com certeza ele quis obrigá-la a fazer o que ela não queria. Não há coisa que ela odeie mais do que se sentir obrigada a fazer algo que não quer. Certamente, optou por fazer o que queria mesmo e Itachi a abandonou.
- Como ele foi capaz de abandoná-la? Eu nunca faria isso – Nagato não podia entender Itachi.

- Você é apaixonado por ela. Está esperando a primeira oportunidade para fazê-la feliz. Itachi vê isso, irmão. Aliás, acho que foi você o pivô de toda essa briga.
- Mas eu não tentei separá-los!
- Nem precisou; só a sua presença já incomodou o bastante. Itachi é ciumento. E obviamente Konan achava isso desnecessário, afinal ela tinha decidido. Ela só queria te ajudar. Ela sabe como o seu tratamento é difícil e quer estimulá-lo a prosseguir.
- Obrigada, irmão, estou me sentindo culpado pelo sofrimento dela.
- Mas você não é culpado. Aliás, não vejo culpado nessa história.

[...]

Bruno Mars – The Lazy Song – para ouvir

Hoje eu não estou com vontade de fazer nada
Só quero ficar deitado na cama
Não quero atender ao telefone
Então deixe o recado na secretária eletrônica
Pois juro que hoje eu não quero fazer nada


De noite, já em casa, vestia apenas um pijama e assistia na TV a algum filme; na verdade assistia a "O amor não tira férias" e por alguns minutos se viu no lugar da mulher traída que fugia de tudo e alugava uma casa de uma estranha do outro lado do país só pra tentar esquecer a sua vida. Konan queria sair da fossa. Ela queria esquecer que Itachi estaria em algum lugar, com alguma mulher. De repente notou que havia voltado a chorar e enxugou as lágrimas depressa. Desligou a TV. Estava de saco cheio. Correu até o quarto e destruiu pouco a pouco a estatua de Itachi pelado com uma marreta. O seu quarto agora estava todo sujo, mas ela não ligou, apenas saiu de lá, e se jogou no sofá. O telefone tocou várias vezes. Nas cem primeiras vezes era Nagato, preocupado como sempre, porém Konan o ignorou. Depois de todas as tentativas em vão de Nagato, Sasori resolveu ligar como sempre fazendo o papel do bom amigo.

Konan precisava de um amigo àquela hora, mas achava que Sasori não poderia ser um bom amigo agora, até porque tinha certeza que tudo que ele falasse a empurraria para Nagato e a última coisa que ela procurava agora era um novo namorado.
O telefone tocou de novo e dessa vez para a sua surpresa não eram Sasori ou Nagato.

"Tem alguém em casa? Essa é a terceira vez que eu ligo e você não me atende, aconteceu alguma coisa? Konan, responda!" – Era Deidara. Konan então levantou aos pulos do sofá e atendeu ao telefone.

- Não desligue ok? Estou em casa sim e como é bom te ouvir! – exclamou ao ouvir que seu grande amigo tinha finalmente se lembrado dela
- Pensei que não quisesse falar comigo. Muito ocupada com o Itachi? – Deidara perguntou e ao ouvir o nome do ex Konan quase começou a chorar.
- Você ainda não sabe?
- Saber o que? Se você não me contar como posso saber? – Deidara parecia surpreso
- Tudo bem, eu falo. Itachi e eu terminamos. – Falou de uma vez só
- E você está bem? – Deidara então entendeu porque ela ignorava o telefone. Isolamento. Da primeira vez que ela e Itachi terminaram Konan também havia se isolado desse jeito.
- Indo. – Falou deprimida.
- Konan, eu só liguei pra te avisa que eu cheguei de viagem e to passando aí. Dentro de dez minutos eu chego aí. Ok? Não corte os pulsos por causa daquele babaca ta? – brincou
Eu nunca faria isso. Você sabe!
- Sei, mas é sempre melhor garantir. – riu e ao Konan ouvir sua risada imediatamente riu também.
- Obrigada por lembrar-se de mim.
- Amigos servem pra isso. – garantiu e depois desligou. Konan esperou pacientemente por ele e a campainha tocou.

- Você não vai mais ir embora? – perguntou Konan assim que abriu a porta e se deparou com o loiro
- Não vou se você não me mandar embora. – sorriu e apenas sentiu o corpo da amiga choca-se ao seu.
- Então fique. Preciso de você agora mais do que nunca.
- Já imaginava. Vamos entrar e me diga como está tudo.
- Ok – assentiu e entraram. Era tanta coisa pra falar.
- Comece. Estou aqui para ouvir tudo.
- Bem, depois que você foi embora teve o lançamento do filme do Sasuke e lá o Nagato reapareceu porque teve alta da clinica e agora ele faz o tratamento aqui fora. O Itachi começou a sentir ciúmes dele e então discutimos muitas vezes, mas da ultima vez a coisa ficou séria; tanto que terminamos. Eu não faço idéia de onde ele está e agora eu estou aqui me debulhando em lágrimas, destruindo coisas e evitando o mundo lá fora.
- Não é a primeira vez que você faz isso Konan. Que tal superar?
- como superar?
- Você poderia viajar. Eu posso dizer que é um bom remédio.
- Não quero viajar. Que tal você cuidar de mim?
- Vou fazer o melhor que puder, mas não vou poder ficar toda hora do seu lado.
- Por quê? – Konan estranhou. Deidara estava ali, e ele realmente sentiu falta dela, mas tinha algo de diferente nele.
- Eu tenho que voltar a trabalhar, ainda mais agora que você está deprimida o Sasori deve querer uma ajuda na galeria e bem... Eu tenho uma novidade pra você.
- Que novidade? – Não parecia ser coisa boa
- Eu arrumei uma namorada. – sorriu e Konan deu um sorriso amarelo em troca
- Como?

Ah na viagem eu conheci alguém que tem me feito muito feliz. – Deidara parecia mesmo feliz e Konan se sentiu ainda mais infeliz com a notícia
- Quem é ela?
- Você vai conhecê-la depois, agora eu sou só seu. Vou cuidar de você hoje, mas não fique mal acostumada. – ele a abraçou e Konan apenas sentiu o perfume dele.
- Você ta afim de não fazer nada comigo?
- Claro que sim preguiçosa! – sorriu e beijou sua bochecha. – Fazer nada com você sempre foi muito divertido.

O amor é cegoOnde histórias criam vida. Descubra agora