Capítulo 22 - Amnésia

680 70 6
                                    

Detestava hospital. As paredes brancas. Os doentes pelos corredores. Hospital tinha até um cheiro diferente. Procurei na recepção pelo quarto de Sakura Haruno e me disseram que as visitas estavam restritas. Pediram-me para aguardar e depois de esperar um pouco Hinata surgiu.

- Que bom que você está aqui Hinata. Como está a Sakura? – segurei os dois braços de Hinata e quase a sacolejei

- Ela está bem. Já acordou e agora está fazendo exames. – Hinata disse tranqüila, mas algo estava diferente

- Ufa, isso me deixa aliviado. Quando vou poder vê-la? – soltei os braços de Hinata

- Acho melhor você não vê-la agora.

- Por quê? Ela é minha namorada eu preciso vê-la. – falei nervoso

- Ela não se lembra de você Sasuke. – Hinata falou calmamente

- Como assim? – fingi não entender

- Ela bateu a cabeça no chão na hora do atropelamento e o médico disse que ela está com amnésia parcial. Ou seja ela lembra de algumas coisas e de outras não.

- Do que ela exatamente não lembra?

- Ela não se lembra de um ano pra cá, ou seja, ela não se lembra de você nem do Naruto.

- De mim? – a ficha não parecia cair, minha própria namorada não se lembrava de mim

- É, mas o doutor disse que é temporário. Ela ta fazendo os exames e com o tempo ela vai voltar a lembrar.

- E se demorar? – lamentei

- Vamos ser otimistas. Ela vai conseguir lembrar e deus queira que logo. – sorriu para me animar

- Naruto já foi avisado também?

- Ainda não. Você sabe como ele está feliz com o festival, seria maldade contar a ele agora.

- Entendo. Eu to arrasado. – falei cansado

- Se eu pudesse esconder de você isso eu esconderia, porque sei que isso parte seu coração. Mas Sakura vai se lembrar.

- Isso era tudo que eu não precisava agora. A Sakura se esquecer de mim.

Hinata não me deixou vê-la. Ela falar comigo e não lembrar quem eu sou me deixaria muito mal, então por isso voltei pra casa e contei a Itachi meu drama. Queria na verdade falar com Naruto, mas achei injusto já que ele estava tão animado com o festival que seria dentro de dois dias. Eu esperava apresentar Sakura a todos lá, mas pelo visto meus planos vão ser adiados por causa dessa armadilha ingrata do destino. Itachi me disse para ficar calmo e esperar. Com o tempo as coisas iam se resolver. No dia seguinte, um pouco mais calmo voltei ao hospital e lá conversei com Hinata melhor. Agora me interessei em saber sobre o acidente como tinha acontecido.

- Como foi? – perguntei atento a qualquer palavra que Hinata fosse falar

- Sakura estava indo pro Central Park, ela foi atravessar o sinal e o carro do Nagato avançou o sinal vermelho. Bem, ele conseguiu ver ela um pouco antes e por isso freou bem em cima, mas mesmo assim o carro bateu de leve nela aí ela caiu no chão e bateu a cabeça. Ele a socorreu e trouxe pra cá. Por causa da coleia do Akamaru conseguiram me localizar e eu vim pra cá.

- Esse louco tava no carro em alta velocidade por quê?

- ele estava sendo perseguido. Ele ficou muito assustado e preocupado com a Sakura. O irmão mais velho dele está pagando o hospital e me deu o cartão para qualquer coisa.

- Me dá esse cartão? Eu quero falar com esse cara. – pedi e Hinata me deu o cartão. Me surpreendi ao ver o nome Sasori. Era nada mais nada menos do que o sócio da Konan. – Eu o conheço.

- Conhece?

- Sim, ele é sócio da ex-namorada do meu irmão na galeria que vai ser o New York Film Festival.

- Ele é tão importante assim?

- É um excelente artista plástico. Eu só não sabia que Sasori tinha família, ele sempre foi muito solitário. Lembro das vezes que saiu comigo e com meu irmão por causa da Konan.

- Ele me pareceu um irmão bastante cuidadoso.

- Eu vou falar com ele. Ver o que vai acontecer com o irmão dele.

- fale mesmo.

- Eu não vou poder mesmo ver a Sakura?

- Você pode, mas ela não vai se lembrar. Vai ser uma opção sua.

- Eu quero vê-la – me decidi. Andei ao lado de Hinata pelos corredores e depois ela abriu a porta. No quarto estava Sakura deitada na cama coberta por um lençol azul, típico de hospital. Ela sorriu ao ouvir Hinata dizer que tinha trazido uma visita especial e disse que estava se sentindo esquecida. Então ela perguntou por mim e aquele pergunta me doeu mais do que um punhal cravado no peito.

- Quem é ele? – pergunta inocente, porém me fazia sangrar por dentro

- Sakura, eu já te expliquei que você não se lembra de certas coisas não é? – ela fez que sim e Hinata prosseguiu – então esse rapaz é uma pessoa muito próxima de você.

- Meu amigo? – arriscou

- Não – Hinata fez uma pausa procurando as palavras, mas não encontrou um termo melhor – Ele é seu namorado – Sakura então gargalhou como se aquilo fosse uma piada e aquilo me machucou

- Como eu posso namorar ele se eu amo o Kiba? – foi direta

- O Kiba morreu Sakura. – Hinata disse sem graça

- E daí? Meu amor continua vivo. – eu apenas a observei falando aquilo convicta, então era isso? Mesmo depois de tudo ela ainda amava o Kiba e não se lembrava de mim?

- Ele é seu namorado. Uma hora você vai lembrar – disse por fim e se calou

- Eu sou sim seu namorado – me sentei na borda da cama – há exatos quinze dias.

- Pouco tempo – falou com um tom mais ameno, como se ela começasse a acreditar

- É, mas a gente se conhece desde o final de janeiro.

- estamos em que mês? – perguntou

- Inicio de março.

- Por que eu demorei tanto pra começar a namorar você?

- Você gosta mesmo muito do Kiba. Mas você começou a gostar de mim. Eu lutei por você e se apaixonou por mim. Espero que você se lembre de mim.

- Não é por mal que eu não lembro. – tentou se desculpar

- Tudo bem. Eu entendo. – falei triste

- Não fique assim. Eu vou conseguir lembrar.

- Claro que vai – sorri e a beijei na testa

- Mas entenda, é difícil pra mim te ver como namorado, pra mim você é um estranho. – foi sincera

- O estranho vai vir te visitar sempre e quando você sair do hospital quer voltar a te ver, aliás, espero que você se lembre logo de mim. – sorri, meu sorriso era triste, mas tinha esperança ali

- Eu quero me lembrar de você – disse sorrindo e então fui embora. O coração um pouco apertado, um pouco magoado, mas não era culpa dela. Não mesmo.

O amor é cegoOnde histórias criam vida. Descubra agora