Capítulo 6

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- Isso seria espetacular, não seria? Especialmente em um traje caro ou em um traje criado por alguém com bom gosto - ela torceu o nariz e o corpo para frente, colocando a mão sobre a boca para que as corujas e os coelhos não ouvissem - Uma vez, ouvi Max explodir para fora da roupa, mas as circunstâncias eram bem diferentes disso que você me pergunto - ela brincou, lançando uma piscada de olho para demonstrar bons modos. Banhando-se intensamente com a luz da lua, Cat esperou para observar minha reação.
Eu pisquei.
- Não quero atrapalha-la Jessie - esclareceu Cat, lançando um suspiro melodramático - Posso me transformar outra vez, mais isso diminuiria consideravelmente a probabilidade de metade de nossa conversa ser compreendida - disse sorrindo - E que Deus me impeça de sentir o cheiro de esquilo enquanto eu estiver em minha pele de lobo. Meu nivel de atenção se torna... uma porcaria.
- Tudo bem Cat. Eu aguento.
- Olhe aqui em cima Jessie - ela provocou apontando para o rosto.
- Engraçadinha - resmunguei - Então...
- Da. Então... O que meu irmãozinho está fazendo para você se sentir confusa e ferida?
- Ah droga! Ele já não me beija com a mesma frequência que me beijava. Ele não segura minha mão... É como se estivéssemos nos separando aos poucos.
- Separando aos poucos? - o sorriso em seu rosto se desfez quando ela inclinou a cabeça pensativa. - Mudanças tornam as cousas difíceis para os rapazes. O cérebro deles, a comunicação ja não se torna clara. Veja Max, por exemplo. Já tem quase dezoito anos e continua sendo idiota.
Eu ri e ela sorriu novamente.
- O cérebro do lobo e o do garoto não cooperam um com o outro. As garotas são meio selvagens aos dezessete anos, independentemente de serem ou não lobos - ela torceu o nariz novamente - Pietr está se esforçando para se ajustar. Tentando se sentir a vontade com a ideia de você vê-lo como ele é. Tentando se sentir a vontade com quem ele é.
- Ele parece bastante a vontade perto da Sarah.
Cat riu.
- É fácil parecer a vontade quando você não se importa.
- Você está falando sério? É simples assim? Ele não se importa com a Sarah, então, pode ser... - tomei um folego para manter minha voz uniforme - carinhoso com ela?
- Em primeiro lugar, as coisas nunca são simples Jessie. Somos russo-americanos. Por definição, somos complexos.
Eu não poderia discordar. Ela estendeu o braço e segurou minha mão.
- Em segundo lugar, carinhoso significa amoroso, pravda?
Assenti.
- Você está interpretando os sentimentos do meu irmão da forma errada. Ele não ama Sarah. Ele está preso a ela por enquanto. Você colocou Pietr nessa situação quando mentiu para ele sobre seus sentimentos. Seja paciente enquanto ele se livra de tudo isso
Envergonhada, considerei as palavras de Cat.
- E provavelmente esteja enfrentando o que aconteceu naquela noite - admiti - Não é fácil enfrentar... aquilo.
Ela concordo, soltando minha mão. Naquela noite, tínhamos nos tornado assassinos. Autodefesa ou não, suja.ks nossas mãos de sangue.
- Talvez ele se sinta culpado por ter colocado você em meio a tanto perigo.
- Ele não sabia que tudo aquilo aconteceria.
- A culpa não funciona exatamente assim. Sentimos culpa por coisas que estão fora do nosso controle. Religiões inteiras são criadas tomando a culpa como base.
Eu me calei.
- Pietr puxou nosso pai. Ele sabe disso. Nosso pai era intenso, ele pensava com o coração. Isso o fez morrer. E agora sabemos que isso fez nossa mãe ser capturada.
Cat olhou para o céu, observando as nuvens que se movimentavam rapidamente. Passando a língua sobre os lábios, ela se virou e passou a me estudar com um olhar sombrio.
- Sinto muito Cat.
- Sei que você sente Jessie - ela disse. Seus olhos brilhavam - Mas aqueles que fizeram tudo isso não sentem. Eles estão com nossa mãe, e o tempo de vida dela está correndo. E correndo rapidamente. - ela estremeceu, lutando para manter a compostura - Os garotos... Talvez eles evitem se apegar. Eles não querem morrer como nosso pai morreu.
- Então Pietr e eu...
- As coisas vão dar certo. Sei que vão.
- Você também viu isso nas folhas de chá? - zombei.
- Nyet - disse ela em um tom melancólico - Vi nos meus sonhos. Mais você precisa acreditar Jessie. Pietr está confuso. Com medo.
Eu ri. A memória, recente demais, de Pietr  em sua pele de lobo, matando mafiosos russos, não me deixava acreditar que ele poderia estar com medo. De nada.
- Acredite em mim Jessie. Você já viu Pietr com medo antes - o olhar flamejante de Cat se fixou no meu - Fique ao lado dele. Meu irmão precisa mais do que nunca de você. Precisamos nos unir para libertar nossa mãe.
Droga. Ela estava certa em tantos aspectos. A noite do aniversário de Pietr... Sua primeira transformação verdadeira... Ele estava aterrorizado. Não por conta da própria mudança, mas por conta do que eu pensaria dele depois de tudo aquilo. E se nós não déssemos certo, como um grupo de adolescentes poderia desafiar a CIA e esperar libertar uma mãe lobisomem que envelhecia rapidamente?
Por um momento, desejei ter os problemas de adolescentes normais. Espinhas? Tudo bem. Cabelo oleoso, por favor! Cólicas fortes a ponto de me fazer cair de joelhos?
Ok, talvez não. Mas isso?
- precisamos encontra-la logo - disse Cat, distanciando-se de forma repentina e levantando um dedo em sinal de aviso. Seus olhos perderam o foco enquanto ela ouvia. - Preciso voltar logo para casa.
- Está tudo bem? - antes que eu eu conseguisse terminar a pergunta, Cat ja tinha novamente se transformado em lobo e ja estava correndo em meio a floresta.
Deixei as árvores para trás e segui na direção de minha casa.
Um ruído em meio a floresta me fez arrastar o corpo para trás.
- Tem alguém ai?
Ruídos abafados. Sapatos amassando as folhas.
- Quem está ai? - perguntei enquanto continuava subindo a encosta. Ouvi o chiado de um rádio. Talvez a dez metros de distância
- Alpha para Bravo. Você está com ela?
Droga. Está com quem? Apertei o passo, distanciando-me do ruído.
- Negativo. O lobo se livrou da armadilhada - respondeu o aparelho.
O ruído desapareceu, assim como aquele caminhar pesado. Para caçar minha amiga. Isso não era parte do acordo.
Finalmente em casa e sem fôlego de tanto correr, agarrei o telefone e liguei para os Rusakova.
- Allo? - era Max.
- Cat está em casa?
- Da, Jessie. Ela acabou de chegar.
- Passe o telefone para ela.
- Exigente - ele ironizou - Estou entendendo por que você gosta tanto dela - disse ele, longe do fone.
- Allo Jessie.
- Eles estão caçando você.
-Da.
- Por que você não me disse?
- De que adiantaria? Eles estão tentando achar uma desculpa para levar um de nós.
- Eles não conseguiriam fazer isso se você viesse aqui como... você. - insisti - Max poderia ter te trazido de carro.
- Na verdade eu fui como eu mesma.
O sotaque de Cat se tornou mais marcado. Pude ouvir um ruído... Ela trocou o telefone de mão. Bleh!
- Por que dar a eles a oportunidade de pegar você?
- Nós somos assim Jessie - resmungou Max na linha - Se a CIA escolhe não seguir nosso acordo, deixe eles tentarem pegar a gente.
O telefone foi desligado antes que eu pudesse dizer as palavras que queria. O repentino nó em meu estomago deixava claro que eu sentia falta de Alexi como líder da família Rusakova. Embora estivesse em um situação nada amigável desde que os Rusakova de sangue descobriram seu envolvimento com a Máfia Russa, Alexi teria sido muito mais sensato do que Max. Todavia, quando os lobos descobriram que aquele que Pietr, Cat e Max acreditavam ser um irmão de sangue não era o que afirmava ser. Tudo mudou.



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CONSEGUI ATUALIZAR HOJE VIVAAAAAAA...

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O segredo das sombras (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora