Capítulo 28

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Sofia

Você percebe que não teve uma noite boa quando fica com alguém no estilo do Ethan: um babaca. Além de ser idiota e de só falar besteira, ele também beija mal, então podemos considerar esta festa uma grande perda de tempo.

Não sei por que aceitei ficar com ele, vai ver foi pelo tédio ou pela carência. Em três anos não precisei me preocupar com quem seria meu par para nada, porque Drew era presença constante na minha vida, mas bem... Agora as coisas mudaram, como todos sabem. Não sinto mais raiva dele, pra ser bem sincera, não consigo sentir mais nada. Acho que é um bom sinal, né? Pelo menos Isabel diz que sim.

Empurro o peito de Ethan para trás quando, por acidente, abro os olhos durante aquele beijo medíocre e vejo a Emma seguindo pelo corredor da casa sem seu cão escudeiro, que no caso é a aquela amiga gótica da Amélia.

— O que foi gatinha? — Ethan ronrona, e sinto vontade de vomitar.

— Cala a boca. — falo entediada para ele e o tiro da minha frente, enquanto começo a segui-la.

Três bêbados entram na minha frente e acabam me atrasando. Quando termino de gritar para que sumam, não consigo achar a Emma. É como se ela tivesse evaporado. Abro as portas que encontro pelo caminho e acabo achando um banheiro. Estou finalizando o retoque na maquiagem quando Emma entra e fecha a porta atrás de si assim que o faz.

— Estava me procurando? — ela pergunta, e dá um sorriso frio.

— Você é a Kim Kardashian para eu estar te perseguindo por algum caso? — debocho e guardo meu batom dentro da bolsa. Sim, eu estava procurando-a, mas é óbvio que ela não precisa saber disso. — Sai da frente da porta. — ordeno, encarando-a.

— Interessante essa sua aproximação com a Amélia.

— Não somos próximas. — digo, entediada.

— Ah, não? — Emma ri e não move um músculo para se afastar da porta. — Tem certeza?

— Eu não te devo satisfações, querida. — A minha paciência já acabou. — Se eu estou próxima ou não da Amélia não é, nunca foi e nem nunca será da sua conta. Acha que eu não sei o joguinho que está fazendo? Aquela sua atuação no banheiro foi fantástica, diga-se de passagem.

— Não sei do que está falando.

— Sabe sim... — eu me aproximo dela. — Só está fazendo seu papel de coitadinha. Você está se meteu com a pessoa errada e vai pagar caro por isso. Vou desmascarar você na frente de todo mundo, é uma promessa.

Emma sorri e desencosta-se da porta, abrindo-a e me dando passagem.

— Toma cuidado, Sofia. Um dia a gente está lá em cima, e no outro está no fundo do poço.

— Está me ameaçando?

— Não. — Emma nega de imediato e começa a sair do banheiro. — É uma promessa.

•••

Acordo mais cedo do que gostaria no Domingo. Para ser franca, eu nem dormi direito. Nunca fui ameaçada, isso não pode ficar assim! Com a cabeça martelando, saio da cama e decido que preciso de uma boa xícara de café.

Desço as escadas de pijama mesmo e vou até a cozinha pegar o café. Quando estou indo para a sala assistir TV, ouço barulhos no escritório do meu pai e mudo o caminho. A porta está levemente aberta e a empurro com cuidado. Meu pai está sentado em sua enorme mesa de madeira enquanto rabisca algumas coisas em papéis diversos. Pela quantidade de xícaras de café na sala, ele deve ter feito alguma reunião ontem á noite.

Garotas VenenosasOnde histórias criam vida. Descubra agora