Amélia
A porta continua escancarada assim como minha boca. Estou tão incrédula que nem ao menos me dei ao trabalho de tentar disfarçar. Emma não poderia ser tão cara de pau a este ponto! Não é? Por que se ela for, então é pior do que pensei.
— O que você pensa que está fazendo aqui? — Sofia é a primeira a disparar. Ela parece um vulcão prestes a entrar em erupção, mas eu continuo chocada demais observando o sorriso cínico de Emma.
— Eu vim para a festa do pijama. — Emma diz como se fosse obvio (só na mente dela) e franze as sobrancelhas como se estivesse confusa. — Não é hoje?
— É hoje, mas você não foi convidada! — Sofia grita e bufa. — Você está de brincadeira? Acha mesmo que eu te chamaria para a minha casa? Sua cobra sem...
Seguro Sofia pelo braço prendendo a respiração de nervosismo. Eu odeio a Emma, mas não quero que ela chame a policia por ter sido agredida. Sofia já ganhou um castigo por causa da cobra, não merece uma passagem na delegacia.
— Emma? — Uma garota de cabelos claros aparece na entrada da porta dos fundos. — Nossa, Emma!
— Oi, Clary! — Emma acena da porta e dá um passo para entrar, mas Sofia se coloca na sua frente.
— Não sabia que você viria! — A tal Clary diz animada. — Ei gente, a Emma está aqui! — Ela grita sob o ombro e logo várias garotas se aglomeram na porta, quase derrubando Sofia e eu.
Não pode ser possível... Emma ganhou mesmo popularidade. Não consigo acreditar.
— É uma pena que não poderei ficar garotas — Emma fala em tom de lamentação. Forço-me a não revirar os olhos e torcer seu pescoço.
— Por quê?! — Uma delas pergunta rapidamente.
— Bom, Sofia não está muito contente com a minha presença. Vocês sabem, eu já a perdoei, mas ela continua guardando raiva de mim por algum motivo. — Emma entorta um pouco a boca, como se estivesse chateada. Falsa!
Como se tivessem ensaiado, todos os olhares se voltam na direção da Sofia. Ela, que até então estava quicando o pé no chão de raiva, para e encara todas as garotas.
— O que é? — ela pergunta meio grossa (mas é a Sofia, então ninguém liga).
— Nós achamos que essa festa do pijama seria para nos aproximarmos e te conhecermos melhor... — Clary diz. O que falar dessa garota que mal conheço e já detesto?
— E daí? — Sofia insiste, visivelmente sem paciência.
— E daí que continuamos te vendo do mesmo jeito de sempre. — Uma garota rebate. — Suas festas do pijama sempre foram para garotas populares, pela primeira vez nós achamos que você estava realmente sendo legal conosco. Com todas nós.
"Você precisa jogar o jogo dela" é o que Sofia vive me dizendo. Jogar o jogo dela... Hum, vejamos.
Puxo Sofia pelo braço até um canto reservado do hall.
— Emma está manipulando-as, se você a mandar embora nosso plano não dará certo. As garotas vão pensar que você não a quis aqui porque Emma está popular agora e você a vê como uma rival...
— Mas Emma é uma rival. — Sofia responde entediada.
— Não esta noite — eu digo. — Nós não podemos mandá-la embora, já que o "objetivo" da noite do pijama é nos aproximarmos dessas garotas e ganharmos a confiança delas.
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Garotas Venenosas
Подростковая литератураAmélia Harley define sua vida em uma única palavra: tédio. Além de não fazer parte de nenhum grupo social do colégio, possui apenas dois amigos: Josh Cohen e Grace Hill - ambos considerados seus amigos para sempre. A única coisa que movimenta sua pa...