Capítulo 35

2.5K 311 65
                                    

Sofia

— Onde você estava? — meu pai pergunta assim que termino de fechar a porta. É estranho encontrá-lo no hall de entrada porque quando ele está em casa sempre fica no escritório – chego até acreditar que dorme lá, já que nunca o vejo indo para o quarto com minha mãe.

Jogo as chaves que seguro em cima da mesinha e solto um suspiro. É sábado e minha casa está cheia de funcionários do meu pai que caminham de um lado para outro com papeis nas mãos. As reuniões tinham dobrado em quantidade, então a presença (inoportuna) deles estava ficando bem frequente – para a minha infelicidade.

— Na Isabel, eu pedi para sua secretária dar o recado, ela não disse nada? — pergunto, mas estalo a língua e balanço a cabeça. — Aliás, que diferença faz né? Se você realmente se interessasse atenderia seu próprio telefone quando eu ligo. — Solto um bocejo e começo a caminhar em direção á cozinha. Preciso de uma garrafa de água, um banho e a minha cama.

— Sofia! — ele me chama em tom severo e eu paro, encarando-o. — Você quer que eu acredite que ficou na casa da Isabel o dia todo e não vai sair hoje á noite? O que está tramando?

Giro os olhos.

— Não estou tramando nada, pai! — bufo de maneira irritada e sigo até a cozinha, ignorando seus pedidos para que eu volte. Meu pai fica insuportável quando finge que liga para mim.

A luz da cozinha está apagada e mantenho-a assim, porque estou morrendo de dor de cabeça. Amo costurar, desenhar, bordar... Mas o cansaço que fica depois é surreal, bem pior do que treinar uma tarde toda com as líderes de torcida.

— Você é provavelmente a única pessoa que ignora o senhor Cooper.

A voz de Noah me sobressalta e pulo assustada, colocando a mão no coração. Ele está encostado no batente da porta e de braços cruzados. Pego minha garrafa de água e fecho a geladeira irritada.

— Você parece uma praga! — reclamo de forma entediada e rompo o lacre da garrafa. — Sempre aparecendo onde estou, ás vezes parece até que me segue.

Noah bufa e balança a cabeça com um sorriso frouxo.

— Bem que seu pai queria. — Ele ergue uma sobrancelha sugestiva e começa a caminhar para fora da cozinha. Alcanço rapidamente e seguro em seu braço.

— Meu pai queria que você me seguisse?

Noah olha para baixo e eu sigo seu olhar, que para na minha mão em seu braço. Puxo-a rapidamente e limpo no casaco que estou vestindo. Minha cara de nojo o faz rir.

— Ele achou estranho você ter ficado o dia todo fora.

Cruzo os braços.

— Isso não é incomum.

— Ele disse que é pelo fato de estar relacionado com sua mesada e a falta do seu carro. — Noah responde e dá de ombros. — Estava tramando algum plano contra alguém?

Seu interesse me faz ficar curiosa. Ergo uma sobrancelha e sorrio de canto.

— Eu sempre estou tramando alguma coisa.

— Posso saber o que é?

Balanço a cabeça e esbarro nele quando passo ao seu lado.

— Nunca! — respondo. Ouço uma risadinha do Noah enquanto subo as escadas.

•••

Ethan afasta sua boca da minha. É domingo e eu poderia estar fazendo qualquer outra coisa, mas Isabel não atende telefone e Amélia disse que tinha outro encontro com (eca) Drew – e de jeito nenhum eu ficaria na sua casa sem ela lá para lembrar á sua mãe que nada voltou a ser como era (e jamais voltará). Para não perder mais um dia do curto final de semana, resolvi aceitar o convite das gêmeas para vir á uma house party na casa do Ethan.

Garotas VenenosasOnde histórias criam vida. Descubra agora