Amélia
A volta da Emma está martelando na minha cabeça. Sofia e as garotas pediram para eu deixar para lá porque, segundo elas, não existe nada que Emma tenha feito que possa ser pior, mas depois do olhar que ela nos deu no corredor, algo dentro de mim está gritando que uma tempestade está vindo e não sei como ficaremos de pé.
Dois dias depois do seu retorno e eu ainda não tinha visto-a novamente. Ao final da quarta-feira, Sofia me arrastou para uma loja de vestidos já que, dizendo ela, o baile estava perto e a gente não podia esperar mais um segundo na compras dos nossos looks.
— O mesmo cabeleireiro que nos ajudou no desfile vai vir para o baile também. — Sô diz. — Você já sabe que cor vai usar?
— Em que?
Sofia estala a língua irritada.
— No seu vestido do baile! — Ela ralha. — Olha, Amélia, ficar neurótica porque a Emma voltou não vai nos ajudar em nada. Ela está perdida, sozinha e com a reputação arruinada. O ano já está acabando e você mesma disse que a gente não ia precisar de estratégias...
— Eu digo muitas coisas, Sofia... A maioria delas não fazem sentido.
Ela estreita os olhos na minha direção.
— Mesmo que quiséssemos, não temos mais nada para usar contra ela. Aquele vídeo foi um tiro único e certeiro, Emma está no chão. Ela não vai sair de lá.
Engulo em seco e concordo com a cabeça, Sofia está certa. Emma perdeu toda a popularidade que tinha e não existe chances dela nos derrubar de novo. Meu receio deve ser apenas costume, mas nós estamos no topo de novo. E é lá que iremos ficar.
— Eu estava pensando que meu vestido poderia ser preto. — digo e Sofia torce o rosto.
— Você tem cada gosto viu.
— Então estilista, o que você vai usar?
— Eu mesma estou fazendo meu vestido.
Abro a boca surpresa.
— Não brinca!
— É claro que sim — Ela sorri. — E vai ser rosa e lindo, porque sou que está desenhando.
— Você se acha, Sofia.
— O tempo todo.
...
Eu não ia seguir o plano da Bel (pelo menos por agora) e foi justamente por isso que chamei Drew para jantar na minha casa naquela noite. Não queria que ele pensasse que eu havia me afastado dele, mas se pensarmos bem foi exatamente isso que ficou parecendo.
— Tem certeza que seus pais não vão cismar? — Ele pergunta, retraído. Dou risada e aceno com a cabeça.
— A minha mãe está morrendo de saudades de você e meu pai deve soltar uma piada ou duas, mas depois que ele descobriu que vocês torcem para o mesmo time vai ficar tudo bem.
Drew dá risada.
— Eu quase havia me esquecido daquele dia.
— Pois trate de lembrar. E eu espero que você tenha assistido aos últimos jogos porque com certeza meu pai vai perguntar sobre eles. — digo e Drew torna a rir.
Ele para o carro na porta da minha casa e quando estou quase colocando a mão na maçaneta, ele me detém.
— Antes de irmos, posso te falar uma coisa? Na verdade, perguntar.
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Garotas Venenosas
Teen FictionAmélia Harley define sua vida em uma única palavra: tédio. Além de não fazer parte de nenhum grupo social do colégio, possui apenas dois amigos: Josh Cohen e Grace Hill - ambos considerados seus amigos para sempre. A única coisa que movimenta sua pa...