Capitulo 5

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O silêncio toma conta da sala, mas é quebrado com suas perguntas.

-Nick, sua irmã chegará quando do Sul, qual é a idade dela mesmo?

-chegou hoje pela manhã, faz 15 anos mês que vem.

-foi sozinha?

-sim, não é a primeira vez que vai visitar tia Mel, Melissa.

- seus pais foram aonde?

-passa tempo.

-quero dizer qual cidade?

-este é o nome, não muito longe de BH.

-em Minas?

-sim, por que?

Terra natal de meus avós, não escondo em minha feição o desconforto da perda recente do barba branca, este era o nome que o pessoal costuma dizer para meu avô.

O velho não negava as brincadeiras inocente de quando ainda era uma criança, mas com o tempo as brincadeiras viraram de sacanagem, vivia dizendo que queria transa com a dona Aldina, sobre a mesa da cozinha, no seu receio pedia segredo para não comentar com a coroa dele, ainda penso que ele quando moço deu uns pega nessa mulher.

O relógio que ganhei de pai, tempos atrás pertenceu a barba branca.

-garoto, que foi?

-não foi nada.

-esta perdendo o filme.

-que horas já são?

- 16h50 min.

Ainda é cedo, preciso chegar em casa se arruma e ir para o jantar com á presença ilustre de Bia, menina esperta, desde pequena faz por onde ter a coisas, ser casula é outro nível. Meu celular toca, nem notei que ficou sobre o tapete fofo, ao lado da bacia verde que estava cheia de pipoca, menina gulosa, foi um breve e curto toque, provavelmente uma mensagem, ela me olha e ri descaradamente como se tivesse um palhaço fazendo show na sala.

-por favor joga meu celular aqui.

-garoto, esse toque é bizarro.

Continua sua risada gostosa, não entendo. Só porque o toque é infantil? A cueca de aviõezinhos concordo, pois ganhei no último amigo secreto, do irmão de tony também casula.

Aos poucos vai desfazendo a contagiante risada, e ainda não me entrou meu celular.

-joga.

-mas tem que admitir que é bizarro.

-sim.

-sim o que?

-meu toque de notificação de mensagem é pra lá de bizarro.

Agarro nas pontas dos dedos, a película já esta trincada com uma só queda pode vir parti ao meio a tela.

-sua louca.

-você pediu uai.

-achei que seria melhor que isso.

Verifico a mensagem na forma de texto, número desconhecido.

*aqui é Bia, o jantar ficará pronto as 19h, não se atrase metido. Estou no mercado com a mãe. Esse número não é meu, apaga assim que ler.

O número tem grande chance de ser de pai, na maioria das vezes quando ele chega da capital vem com ele um novo chip e por consequência um celular também.

O filme não termina nunca, talvez seja o segundo, mas ela esta apreensiva com o suspense na tela. A órfã, filme de uma garotinha do mau.

Meu despertador toca sem nenhum som engraçado e com lembrete. JANTAR 7H, escureceu lá fora, não sei onde coloquei a chave do carro, preciso ir logo.

Gaveta de John (Sem Correções )Onde histórias criam vida. Descubra agora