Kate Sulivan é uma jovem de 22 anos que teve sua vida virada dos pés a cabeça após o assasinato do seus pais e o suposto sumiço do irmão mais velho, o que resultou em viver sozinha na casa á qual tudo aconteceu. Kate acaba desenvolvendo uma consequ...
Kate acordou e avistou um Jake dormindo pesadamente ao seu lado, quis toca-lo, mas recuou. Tudo estava muito fresco em sua mente, tudo parecia fora do lugar. Levantou-se e desceu as escadas indo direto para a cozinha. Serviu-se de um copo de água e sentou em uma cadeira.
O telefone tocou na sala fazendo um barulho estridente. Olhou o relógio e já passava das duas da madrugada.
Quem ligaria a essa hora?
Foi em direção ao telefone e o atendeu com o coração batendo a mil.
— Alô? — disse em um tom quase inaudível. — Alô? — disse mais uma vez.
Nada se ouvia do outro lado da linha.
Kate desligou o telefone, respirou fundo e voltou a cozinha quando novamente o aparelho começou a tocar.
— Alô? — retrucou bruscamente. — Olha, eu não caio em trotes!
Antes que pudesse dizer mais alguma coisa enfim obteve resposta.
— Não faça nada que eu não faria. Sepossívelnãoreajaanada e nemninguém.— disse a voz do outro lado.
Kate largou o telefone no chão e apenas ouviu o " bip " da ligação encerrada.
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— Não acha que já está bom por hoje, amigão? — perguntava o dono do bar ao Josh
— Não! — disse com uma voz sonolenta mostrando que o álcool já havia dado efeito. — Enche de novo, por favor.
— Como vai para casa? Você está bêbado e eu já vou fechar o bar. — retrucou o homem sem paciência.
— Pessoas como eu mantém essa espelunca aberta, ta reclamando do que?
— Olha cara é melhor você ir embora, agora!
Josh se levantou dando passos tortos pelo bar, pegou sua jaqueta que se encontrava na mesa e jogou uma nota de cem reais no balcão.
— Pode ficar com o troco, deve ser um saco lhe dar com almas vazias toda noite.
Por fim saiu do bar recebendo o vento abafado que a madrugada emitia. Alguma casa, provavelmente com um homem como ele, tocava a músicaSnuuf do Slipknot fazendo tudo parecer mais melancólico.
— Ah, fala sério! — disse para si mesmo.
Sentou-se na calçada fria com ainda um copo de cerveja em uma das mãos. Pegou o celular e digitou mais uma vez uma mensagem para o irmão que não havia dado retorno.
— Mas que droga! — gritou para o nada. — Droga! droga! droga! — continuou gritando. O que tá acontecendo com a droga da minha vida? — murmurou para si mesmo.
Levantou da calçada e andou lentamente sem rumo, a muito tempo não tinha um rumo na vida assim como a caminhada que fazia. Cantarolou alguns versos da música que ainda ecoava em sua mente enquanto chutava cada pedrinha que havia em sua frente. Pensou em Jake e no seu amor cego por uma mulher louca, que ele achava ser louca. No fundo sentia inveja, se soubesse amar novamente, talvez não se sentisse tão vazio. Avistou um hotel pequeno do outro lado da rua escrito '' 24 horas '' Era ali que passaria a noite.
Andou tropeçando a caminho da pista para atravessar que mal viu a luz vindo em sua direção, um carro, um homem, uma madrugada vazia, um coração vazio, um atropelo sem socorro e em apenas um minuto um corpo arremessado para longe. Ali estava o fim de um homem que talvez por ter amado demais, se entregado demais não soube o valor do perdão. Não viu muito depois do baque em seu corpo, apenas o escuro que tomava a sua visão, desejou em uma fração de segundos ver o irmão uma última vez, desejou ver Kate uma última vez, desejou estar errado sobre a mulher que o homem amava, em minutos deitado no chão frio desejou fazer o que não fez por si mesmo antes, amar de novo. Imaginou o rosto de Mandy ao saber que ele não estaria mais aqui para salva-lá como fazia três anos atrás. Lembrou-se até mesmo de James que na época lhe dava doces escondidos de Jake e de seus pais. Fechou os olhos e sabia que ali seria seu fim, queria apenas dizer o porquê de não gostar de Kate, mas já era tarde demais.
A aglomeração de pessoas já formavam ao redor do corpo, casais saindo de baladas noturnas olhavam abismado o homem jogado no chão. Alguém ligava para a ambulância, um outro alguém tentava achar o culpado, as sirenes ecoavam perto, a chuva começava a cair, a vida é irônica, você está vivo e de repente seu corpo estar estirado no asfalto frio.
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Depois de ficar um bom tempo parada olhando para o telefone caído no chão, Kate finalmente se move. Aquela voz, ela conhecia aquela voz... Era uma voz de um passado distante, uma masculina jovem, uma voz difícil de esquecer. Tentou revirar todas as lembranças da sua mente, todos os garotos que havia conhecido ao longo dos anos, mas nenhum rosto lhe via a mente. Somente quem saberia aquela frase era James, mas não era a sua voz, era outra.
— Kate? — perguntou Jake do topo da escada. — Por quê não me chamou?
— Desculpa... — disse falhando. — Eu acordei e só vim beber um copo de água.
— Você está bem? Está pálida — disse descendo as escadas.
— Não foi nada, vou voltar a dormir, só estou cansada.
Jake estranhou a reação da mulher, ficou observando ela subir as escadas. Pegou o celular que havia guardado no bolso.