11° Capítulo

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11 - Um pesadelo tão real

As luzes piscavam sem parar, o grito vindo de longe ecoava pela casa ou mais precisamente ecoava vindo do porão. Kate andava suando frio em caminho a porta, com uma camisola de seda e pés descalços, a madeira rangia a cada paço dado.

Venha até mim... por favor...

Uma voz a chamava.

Mais um paço em direção a porta, outro e mais outro. Kate segurou na maçaneta sentindo seu coração disparar. Sentia um cheiro forte de vela vim a seu nariz, velas... Aquilo te lembrava algo, mas não sabia o quê. Tocou na maçaneta com pouca coragem e a abriu lentamente. Suas veias podiam ser vistas em seu corpo de tanto que estava tensa. Mais um grito agudo a chamava atenção, vinha do outro lado da porta.

Socorro... Por favor... Socorro...

A voz a chamava em um lamurio. A mão ainda segurando a maçaneta com força, o suor tomando seu corpo, o cheiro de vela cada vez mais forte e cada vez mais próximo. O que seria aquilo? Rodou a maçaneta com a maior calma que conseguiu ter, avistou o porão onde ficava com o James, o cheiro de vela voltava a aparecer. Os lamurios havia parado, havia ficado tudo quieto. O porão estava escuro. A mulher tateou a lâmpada para poder ser acesa e assim que o fez viu James a sua frente, em pé a olhando como se tudo aquilo fosse normal.

Saiu em disparada fechando a porta atrás de si. O que estava acontecendo? O que era aquilo? Subiu as escadas e se trancou no quarto. Estava arfando, o medo tapava sua garganta. Deu dois passos para trás olhando fixamente a porta a sua frente, até que tombou em algo, um alguém... Olhou para trás e lá estava James segurando uma vela  em suas mãos.

Socorro Kate...

Disse em apenas um sussurro e no mesmo instante jogou a vela na cama fazendo o colchão começar a pegar fogo. Kate gritava desesperadamente, o fogo tomava conta do espaço, tentava abrir a porta sem sucesso, estava trancada. Gritava por socorro e nada. O fogo foi chegando perto até que por fim tomou todo o seu corpo, a mulher ardia em chamas.

Kate acordou com o suor lhe cobrindo por inteira, passou a mão pelo corpo e tudo estava no lugar

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Kate acordou com o suor lhe cobrindo por inteira, passou a mão pelo corpo e tudo estava no lugar. Percebeu que dormia no sofá. Não estava em casa e sim no apartamento de Jake. Sua cabeça rodava como se estivesse acabado de sair de uma montanha russa, um pesadelo tão real.

 Respirou fundo tentando se acalmar.

— Jake? — disse com a voz trêmula. — Viu o relógio na parede e já se passava das 19:00 da noite. Avistou o local e parecia que não havia ninguém. — Jake! Onde você estar ?

Abraçou o próprio corpo no sofá de cor cinza que dormia a minutos atrás. Se balançava para frente e para trás como uma criança com medo do escuro. Sabia que havia sido somente um pesadelo, mas não sabia se controlar. Começou a chorar e se balançar mais rápido. Fechou os olhos com tanta força tentando apagar o pesadelo desesperador que havia tido.

Respirou fundo tentando se acalmar, nunca havia sonhado com James e em um sonho tão real ao seus olhos. Levantou com cautela avaliando o apartamento vazio que se encontrava, uma música tocava no comodo vizinho, uma música baixa, uma música clássica invadia o apartamento. Foi a cozinha se servir de um copo de água quando ouviu um barulho de porta se abrindo atrás dela, seu corpo paralisou no mesmo instante, sua cor branca ficou ainda mais pálida. Pegou uma faca em cima da bancada da cozinha e esperou quem quer que fosse chegar perto dela. Os passos mais próximos a cada minuto. O barulho de passos... Assim que se virou pronta para machucar quem a perseguia apontou a faca com força a sua frente que quase disferiu um golpe certeiro no abdômen de quem estava a sua frente.

— Kate! Sou eu! — disse Jake de olhos arregalados olhando a mulher. — Você quase me matou!

— Eu achei que fosse outra pessoa. — disse atordoada ainda segurando a faca em sua mãos. — Onde estava? Por quê eu estava sozinha? — perguntou com o corpo inteiro tremendo.

— Larga essa faca. Eu fui comprar algo para a gente comer e você estava dormindo, não quis te acordar. — respondeu nervoso.

Kate deixou a faca cair no chão fazendo um som mudo.

— Me desculpa... — disse abraçando os próprios ombros. — Eu tive um pesadelo... eu... me desculpe.

Jake foi em direção a ela, abraçando-a com força. Estava fria como a pele do irmão que havia tocado. O corpo em colapso nervoso, as pupilas dilatadas, parecia desesperada, como se algo estivesse a perseguindo.

— Foi somente um pesadelo, não fique assim. — acariciou seus cabelos.  — Já passou, eu estou aqui. Está tudo bem, nada de errado.  — tocou o rosto da mulher fazendo ela olhar em seus olhos — Amanhã iremos até o doutor Clark e não me diga que não.  — Kate respirou fundo.

— Tudo bem...  — disse voltando a si.

Brandon Clark andava de um lado para o outro em seu escritório dentro de casa segurando uma taça de vinho tinto em sua mão esquerda e um chicote na outra

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Brandon Clark andava de um lado para o outro em seu escritório dentro de casa segurando uma taça de vinho tinto em sua mão esquerda e um chicote na outra.

— Posso entrar? — perguntou uma voz feminina do outro lado da porta.

— Claro que sim. — disse Clark com uma voz sedutora.

— Precisa de uma massagem, meu bem? — disse a mulher adentrando no escritório com um vestido vermelho cor de sangue. — Você parece cansado...

— Acho que vou ficar mais ainda depois dessa noite. — respondeu dando um sorriso de lado.

— Ansiosa para saber o que me espera. — disse a mulher retribuindo o sorriso enquanto Clark tirava uma das alças de seu vestido.

— Também estou, Mandy!

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