19° capítulo

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19 - Você é tão medrosa...

'' Querida, espero que não fique chateada. Estou a sua procura. Me diga onde se encontra e irei até você. '' 

                                                                                                            Com amor, sua querida tia. ''

Com os olhos esbugalhados em direção a tela do celular, sentiu o sangue subir a cabeça e os nervos a flor da pele. Como podia ela ter ser número ou ter conseguido de tão última hora.?

Vestiu um short e uma camisa regata rapidamente e saiu batendo a porta do quarto com força deixando Jake no banheiro. Desceu as escadas  indo parar na sala de entrada onde contia algumas outras pessoas conversando e bebericando uma xícara de chá.

— A senhora viu um homem alto e grisalho por aqui? — perguntou a uma mulher de vestido longo que respondeu com um aceno de cabeça em sinal negativo.

Olhou ao redor e não avistou a silhueta do homem, apertou forte o celular nas mãos e sentiu um pingo de suor lhe cair sobe a testa. Andou apressadamente até a porta da saída e viu algo que não queria ter visto. Uma mulher se encontrava sentada com um homem na cafeteria à frente. Uma linda mulher de cabelos longos, óculos de sol e uma saia de cintura alta, teve a mesma sensação de conhece-lá. 

Balançou a cabeça se negando a acreditar que conhecia a mesma aparência feminina, se conhecesse se lembraria. O vento batia forte em seu cabelo que ainda permanecia úmido pelo banho. Adolescentes passavam em frente a pousada de bicicleta, o cheiro de pão da tarde deixava o ar mais aconchegante. Respirou fundo, ignorou a figura feminina a sua frente e desistiu de achar Clark. Andou pela calçada se recordando de como sua vida mudara em tão pouco tempo. A volta de Jake, o desaparecimento de James, sua tentativa de suicídio, o diário... Sentiu o coração apertar ao perceber que não tinha mais a única coisa que remetia a seu irmão mais velho. Quem o teria pegado e o porquê? Quem a levou ao hospital? Por que a maldita sensação de não está tudo em ordem? Como a sua tia depois de anos havia conseguido se número? por quê logo agora lhe enviou uma mensagem? Balançou  a cabeça diante de tantas perguntas sem respostas, a cada pensamento uma pontada fina era dada em seu peito. Talvez não fosse chegar a lugar algum, talvez só quisesse esquecer tudo. Cada passo dado parecia errado, sentia essa sensação.

Chutou uma folha seca que estava no meio do caminho e observou a folha voar diante de si. O cheiro de pão ficava cada vez mais forte a cada virada de esquina que dava sem nem ao menos saber onde iria parar. Avistou uma padaria pequena, com uma aparência aconchegante, o cheirinho de casa de família lhe chamava a atenção. Atravessou a pista — mesmo sabendo que não compraria nada — e foi em direção a porta que ao entrar fazia um sino balançar avisando que havia chegado gente. Sentou-se em uma das mesas e sentiu mais uma vez o cheiro vi a seu nariz, um cheiro de pão fresco com chá e bolo... 

bolo... isso lhe remetia algo, sentiu uma pontada forte na cabeça.

— A senhora está bem? — um senhor baixinho  de bigode e avental a perguntou.

— Sim... — respondeu sem graça.

— Aceita alguma coisa? — perguntou com um sorriso amarelo nos lábios. 

— Não, eu estou sem dinheiro no momento, obrigada. — respondeu abraçando os próprios braços.

O senhor de bigode saiu a deixando sozinha e logo em seguida voltou com pequeno prato de porcelana com um pedaço de bolo.

— Eu não tenho dinheiro no momento... — repetiu Kate talvez achando que o velhinho fosse surdo.

— Não tem problema, pelo seu olhar seu dia não foi bom. — sorrio — Nada que um bolo de cenoura não ajude.

DesesperadaOnde histórias criam vida. Descubra agora