Kate Sulivan é uma jovem de 22 anos que teve sua vida virada dos pés a cabeça após o assasinato do seus pais e o suposto sumiço do irmão mais velho, o que resultou em viver sozinha na casa á qual tudo aconteceu. Kate acaba desenvolvendo uma consequ...
O silêncio estarrecedor ainda tomava conta da sala. 4 horas haviam se passado.
Amelia havia ligado a TV onde só via imagem, não havia som, vozes, apenas cenas de uma novela antiga passava na tela. Derick direcionava o olhar entre a mãe e o relógio na parede desgasta da cozinha. Tudo que havia ouvido havia mexido com ele. Havia feito coisas ruins sim, mas em sua mente agora conturbada era por amor. Não sabia como diria a Kate o que havia feito e o porquê de ter feito, mesmo que tudo estivesse explicado no diário, diário esse que roubou com as próprias mãos. Levantou da cadeira e colocou duas torradas em um pires, encheu um copo de água e colocou na bandeja para levar até Kate.
— Onde pensa que vai com essa comida? — perguntou Amelia virando-se para o filho que ia subindo as escadas.
— Ela estar com fome. — respondeu secamente.
— Ela não vai comer nada até chegarem. Se você abrir a porta ela pode sair correndo. — respondeu de uma forma automática, como se somente o corpo da mulher estivesse ali.
— Eles não vão chegar agora. — crispou Derick — Ela vai morrer de fome, isso é loucura!
Amelia virou-se novamente para a frente da TV e ignorou o filho atrás de si que subiu mesmo sem a permissão da mãe. Chegou ao corredor quieto e bateu na porta do quarto de Kate.
— Kate? — a chamou grudando os ouvidos na porta. — Eu trouxe comida e água... — falou engolindo em seco sentido-se uma pessoa terrível. — Kate... me responde por favor...
Nada.
Colocou a bandeja no chão e tirou a chave do quarto do bolso da calça. Colocou a chave na entrada e girou rodando a maçaneta.
— Estou entrando... — disse abrindo levemente a porta.
— E eu estou saíndo! — afirmou disferindo uma pancada com o abajur do quarto na cabeça do homem que caiu ao chão com um gemido de dor.
Kate pulou a figura caída a sua frente e saiu porta a fora do quarto segurando o diário em suas mãos.
Caído no chão sentindo-se zonzo tentou gritar pela mãe, mas a voz ficava presa em sua garganta. Kate trancou a porta pegando a chave que havia caído no chão e fechou trancando-o ali dentro. Olhou o homem no chão e sorriu ao ver a cena.
Passou pelo corredor encaixando a chave no dedo enquanto assobiava ao descer as escadas.
— Amelia... — disse em tom cantante. — Onde está, titia? — perguntou não vendo a mulher na sala — Não se esconda de mim, que coisa feia! — o sorriso rasgava em seu rosto. — Eu vou contar até 3... — sentou-se no primeiro degrau da escada de madeira ainda com a chave girando em seu dedo. — 1... — cantou o número — 2... 3! — levantou rindo. Passou pelo sofá e não havia nada. Puxou a cortina para ver se a mulher não se encontrava atrás dela. Encarava aquilo como um jogo de gato e rato.
Bufou ao ver que a mulher não se encontrava, imaginou que talvez pudesse ter saído. Foi até a cozinha passando os dedos no armário como se estivesse avaliando se tinha algum vestígio de sujeira. O sangue seco grudado nas pernas e o cabelo ainda colado no rosto te davam uma característica ainda mais sarcástica. Abriu a geladeira e pegou um jarro de água enchendo-o um copo.
— Já que não estar, vou te esperar aqui sentada. Temos muito o que conversar. — disse sozinha fazendo sua voz ecoar pela casa. — Acho que hoje a gente realmente vai se conhecer, não é mesmo, titia Amelia?!
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.