9° Capítulo

599 94 59
                                    

9 - Dor.

Kate se remexia na cama tentando lembrar da onde era aquela voz.

'' Pensa Kate, pensa...'' dizia em pensamentos.

— Kate, eu preciso ir para casa. — disse Jake interrompendo os pensamentos da mulher deitada a cama.

— Mas é de madrugada... — disse  confusa.

— É, eu sei, mas o Josh me ligou várias vezes e me mandou várias mensagens e eu não atendi... Estou preocupado.

Kate se levanta solidaria.

— Ligue para ele! — disse ela.

— Já tentei, mas chama e não atende. Provavelmente deve está com alguma mulher, mas ainda assim acho estranho. — disse passando a mão pelos cabelos e respirando fundo.

— Pode ir Jake, pra ser sincera comigo mesma você nem deveria está aqui... Não é como se fossemos amigos, é?  disse sem graça.

— Kate, eu disse que estarei com você. Não vou nunca mais embora da sua vida

Enquanto trocavam olhares silenciosos o celular treme no bolso da calça de Jake.

— É o Josh! — diz aliviado.

— Alô, aqui é do prontos socorros...

Jake estranhava a voz, subitamente sentiu um calafrio percorrer seu corpo

— O quê houve? — disse com a voz e o corpo trêmulo.

— Josh Hall foi atropelado e sentimos muito, mas ele não resistiu. — disse o homem sem rodeios.

Paralisou com o celular ao ouvido, o corpo tremia. Pela primeira vez teve vontade de correr para os braços dos pais pedindo colo, não podia ser. Seu irmão mais novo, seu único familiar próximo, seu melhor amigo. A palidez era nítida em sua face, não conseguia dizer nada, o homem do outro lado da linha o chamava, mas apenas ouvia o silêncio como resposta.

— O quê aconteceu? — Kate gritou do topo da escada, mas não obteve resposta. — Jake, você está me assustando... O que houve?

— O Josh... — disse com poucas lágrimas descendo sobe seu rosto. — Morreu...

Kate pós a mão a boca e correu ao abraço de Jake, não sabia o que dizer e se deveria dizer. Ela não sabia lidar com perdas, não sabia como agir naquele momento.

— Eu sinto muito... — disse sem querer de fato dizer aquilo.

Jake chorava agarrado aos braços da mulher, chorava como uma criança que acabou de perder seu brinquedo favorito para o valentão da escola. Chorava ainda sem acreditar, sem querer entender. Era como se naquele momento ele entendesse de fato o que Kate havia passado.

Olhou o relógio e percebeu que se passava das 4 da manhã. O que faria agora? Como seria sua vida?

— Precisamos ir para o hospital onde ele está... — disse Kate secando as lágrimas do homem.

— Ele está morto, morto Kate! —disse aos prantos. — Não está em um hospital e sim em um necrotério.

Kate chorava, não sabia o que fazer. Pegou um copo de água para o homem que recusou em seguida. O celular de Jake tocava novamente. Atendeu com a voz rouca e anotou o endereço de onde o corpo do irmão se encontrava.

Kate vestiu um casaco e o acompanhou até a porta, antes que saíssem porta a fora o telefone da casa tocou novamente.

— Não vai atender? — perguntou Jake com a voz ainda embargada.

DesesperadaOnde histórias criam vida. Descubra agora