Kate Sulivan é uma jovem de 22 anos que teve sua vida virada dos pés a cabeça após o assasinato do seus pais e o suposto sumiço do irmão mais velho, o que resultou em viver sozinha na casa á qual tudo aconteceu. Kate acaba desenvolvendo uma consequ...
Havia um amontoado de discos antigos ao lado do sofá, uma caixa jogada no chão e o forro da poltrona pendia no espaço vazio.
Bagunça.
Era a palavra correta para definir o que Kate estava fazendo. Os olhos vidrados em cada canto da sala a procura de algo que nem ao certo sabia o que seria. O cabelo solto grudado na testa molhada de suor. Respirou fundo destemida a fuçar a casa inteira. Depois de revirar a cozinha e não encontrar nada demais além de utensílios usuais. Os quartos das crianças, o quarto de Amelia e especificamente o quarto de Derick. Não havia nada que fosse fora do comum ou que lhe lembrasse algo, sendo assim só faltava a sala. Depois de revirar tudo também não havia nada. Simplesmente nada. Se jogou no sofá exausta em bocejo de cansaço e olhou o relógio na parede que indicava que havia passado cerca de 3 horas em busca de algo. O sol já se escondia atrás da noite, sento tomado pela lua que começava a aparecer. Olhou em seu celular uma chamada perdida de Derick e ignorou o fato.
Levantou-se saindo da casa e encontrando Cooper largado no degrau da pequena escada. Balançou o rabo ao sentir o cheiro de Kate se aproximar e levantou rapidamente indo de encontro a mulher em busca de brincadeira. Kate passou pelo cachorro sem o dar atenção. O animal a fitou com os olhos caídos por não ter recebido o carinho que esperava receber. Kate andou rapidamente até o casebre onde Derick costumizava sua '' obra de arte '' e revirou os olhos ao falar a própria palavra em sua mente. Empurrou a porta fazendo um leve ruido ressoar no chão de madeira e adentrou o lugar fechando a porta atrás de si.
Olhou as obras de Derick e toda a delicadeza que tudo exibia. Não estranhava o fato de Amelia não gostar daquilo, apesar de bonito, era consideravelmente estranho. O cheiro de vela derretida era o perfume principal do lugar, misturado com o cheiro de madeira velha. Passou a mão em uma vela ainda sem forma na plataforma da instante e cheirou sentindo o forte cheiro de cera. Um vela em forma de um pequeno cachorro enfeitava a mesa a sua frente, uma folha, uma caneta, uma casa, uma bicicleta pequenina. Formas e mais formas se formavam em seu olhos. Arrodeou a mesa sentando-se na cadeira que obviamente Derick usava nos momentos de criação e girou dando uma leve risada ao fazer tal ato. Avistou duas gavetas na mesa e abriu pronta para fazer o que de fato foi fazer ali. Um pingente dependurava da gaveta, um pingente em forma de vela. Retorceu o nariz ao ver o pequeno símbolo em suas mãos, uma caneta gasta, papeis com encomendas de cera, nada demais.
Abriu a outra gaveta que continha um montinho de panos cujo escondia alguma coisa. Ouviu um barulho de carro se aproximando e imaginou que haviam chegado. Tinha que sair dali o mais rápido possível. Puxou o pano que cobria uma foto, sorrio ao ver que a foto era sua e do mesmo quando crianças. Imaginou James naquela época, o olhar carinhoso e o semblante sério que as vezes mostrava ter. Não havia nada demais ali. Se levantou da cadeira chateada pelo fato de não encontrar nada e bateu o dedo do pé em uma caixa que se encontrava no chão. Olhou a porta com medo de alguém a ver ali e abaixou rapidamente pegando a caixa. Havia um sapato usado, restos de velas gastas e algo enrolado em um pano vermelho, algo duro.
Desvencilhou o pano do objeto que estava curiosa em saber e se deparou com o que menos esperava. A capa preta gasta, as linhas tortas atrás. a frase tão explícita em sua mente. Sentiu o grito preso em sua garganta, segurava o diário, o seu diário. Um dos motivos para ter parado ali. Desejou desesperadamente um copo de água, não havia duvida em seu coração, Derick havia roubado o seu diário.
Ouviu o ranger da porta se abrindo e levantou levemente a cabeça se deparando com Derick a olhando entre o diário e seu rosto. Balançou a cabeça focando no olhar do homem que engoliu em seco.
— Não é o que estar pensando Kate... — disse inutilmente fitando os olhos da mulher. — Acredita em mim, por favor...
Andou em direção ao homem que permanecia parado e com os olhos carregados de dor e raiva disferiu um forte tapa em seu rosto.
— Vocês são todos iguais. — saiu passando pelo homem que não havia saído do lugar e correu de volta a fazenda encontrando Amelia segurando um Thomas já esperto no colo. Ignorou o fato da mulher estar ali e subiu de dois em dois degraus a escada.
— Kate, o que houve? — gritou Amelia que ouviu como resposta o bater da porta do quarto.
Pegou a mala que já estava em cima da cama e a fechou guardando o diário lá dentro. Uma lágrima solitária descia de seu rosto. Não havia mais dores guardadas ali, era um misto de raiva e rancor. Sentiu-se traída de todas as formas que poderia se sentir. Avistou a boneca sem cabeça ainda jogada no chão e chutou fazendo-a se parti de encontro a parede. Iria embora, não havia mais nada a fazer ali.
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Jake saiu da casa da mulher ainda pensativo com o que tinha ouvido. Depois de ouvir tal revelação sobre James não existir se assustou mais ainda com o que Sidney havia contado a seguir. Seu sumiço havia tido um motivo, um motivo que não havia entendido até agora. Não aceitava o que Kate estava passando e agora entendia o Porquê de terem dito que ela precisa entender tudo sozinha. Aos seu olhos parecia maldade, uma certa crueldade, mas agora fazia sentindo para si.
Voltou para o apartamento devastado, o grito de dor preso na garganta, as lágrimas gotejavam de seus olhos, como uma forte chuva revolta. O apartamento vazio, sem as duas figuras das pessoas que mais amava. Havia perdido Josh e sabia que a partir daquele dia havia perdido Kate também.