Em profundas aguas recolho cristais ambarinos.
Naquela massa inerme, a minha frente, sinto o coagular de uma estranha verdade.
Frutos doces estalam em suas margens.
Ouço o silvo da serpente edênica mordendo a própria calda.
O sussurro da brisa entre as folhas anuncia a presença do sublime.
No firmamento, o casal celeste, em êxtase, comunga num flerte eterno.
Um anjo, com a espada flamejante da finitude, convida para a ceia, todos que ai estão.
Na terra fértil, para onde convergem aguas salutares, tudo e semente e cinza: vida e morte.
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Vida Interior
PoetryA poesia, ato criativo, o ato da vida, ato sexual arquetípico. Cuidado com as palavras. Apesar da aparente fragilidade, elas são armas poderosas. Das criações humanas, talvez seja a palavra a que carrega sobre si o peso maior de nossas ambiguidades...