Guardo no armário o que olhos alheios não devem ver,seus pulsos atados, pernas arqueadas,
meus grunhidos guturais vomitados, frutos de açoites e odores,
o espelho que reflete minha cara lambuzada, contornandos suas pernas,
a pele peluda fustigando a fímbria bainha dos lençois encharcados.
O solo cheio de migalhas e cera suja, velas gastas, as nádegas emergindo do fundo,
olhos dilatados, pálpebras imergindo, inconsciente treva.
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Vida Interior
PoetryA poesia, ato criativo, o ato da vida, ato sexual arquetípico. Cuidado com as palavras. Apesar da aparente fragilidade, elas são armas poderosas. Das criações humanas, talvez seja a palavra a que carrega sobre si o peso maior de nossas ambiguidades...