Na praça, o alarde.O louco, entre uma palavra tola e outra, vocifera:
- Onde está o riso?Aquele que brota daquilo que se esconde entre quatro paredes.
Apenas silêncio.
Movediço, silêncio.Ainda mais inquieto, grita o louco:
- Onde está a alegria?Sinal da vitoriosa e bela natureza.
Toda a gente tontea.
Nos rostos, o peso dos dias.Ainda um pouco mais, lamenta o alienado:
-Pobre povo sofrido, tão pouco são seus dias.Triste sina de maldizer, nas entrelinhas da ausência, a vida e sua riqueza.
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Vida Interior
PoetryA poesia, ato criativo, o ato da vida, ato sexual arquetípico. Cuidado com as palavras. Apesar da aparente fragilidade, elas são armas poderosas. Das criações humanas, talvez seja a palavra a que carrega sobre si o peso maior de nossas ambiguidades...