Num movimento de pálpebras, aquele sorriso vago, mergulhado nos olhos escuros, desnudou algo que guardo a sete-chaves.Uma alegria perigosa, celebrada no escuro das montanhas, entre fogueiras e cantos pagãos: uma alegria crua, viva, noturna.
Experimentando o inexplicável desmoronamento desta mascara que sustento, abracei o gozo puro, insípido, orgiaco.
Do subterrâneos se elevou uma sede pecaminosa escondida, a muito esquecida.
Quando acordei o quarto tinha um sol branco e parado, que sufoca todo sonho, e vigia a superfície.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Vida Interior
PoetryA poesia, ato criativo, o ato da vida, ato sexual arquetípico. Cuidado com as palavras. Apesar da aparente fragilidade, elas são armas poderosas. Das criações humanas, talvez seja a palavra a que carrega sobre si o peso maior de nossas ambiguidades...