Tecendo frases sem fim, resta só a casca da fala, engasgados suspiros, tristes braços estirados, peso morto.Mas a vida zomba em movimentos, pois as cascas ante mim, movem-se.
Palavras como cascas de gafanhotos movidas por nenhum ser interior.
Ribombam as palavras: conchas criam conchas.
A fome de gerar forma pelo vislumbre de um borrão de chuva.
O homem vivo, longe de terras e prisões agita os casulos secos,
vem velhas vontades, uma face dançarina refletida no espelho.
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Vida Interior
PoetryA poesia, ato criativo, o ato da vida, ato sexual arquetípico. Cuidado com as palavras. Apesar da aparente fragilidade, elas são armas poderosas. Das criações humanas, talvez seja a palavra a que carrega sobre si o peso maior de nossas ambiguidades...