Hoje ninguém vem pelas ruas.Os sinais piscam de forma confusa:
todos pulam do verde para o vermelho,
não há mais o amarelo que acene cuidado.
As calçadas, enlameadas pela última chuva,
guardam o lixo perdido pelo descuido de passos apressados.
A maresia agreste assoma pelo espaço largo e vazio da praça mal cuidada.
As luzes multiplicadas agridem minhas retinas cansadas,
minha mente embassada quer apenas uma dose a mais dos cheiros guardados entre as fronhas e travesseiros dela.
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Vida Interior
PoetryA poesia, ato criativo, o ato da vida, ato sexual arquetípico. Cuidado com as palavras. Apesar da aparente fragilidade, elas são armas poderosas. Das criações humanas, talvez seja a palavra a que carrega sobre si o peso maior de nossas ambiguidades...