Namorados

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Bendigo os namorados, entrelaçados na praça central de todas as cidades.

Entre edifícios envidraçados, halitos quentes exalam odor do desejo inquieto, persistente.

Nos lábios, murmúrios perdidos entre as linhas onduladas dos beijos antecipados.

A irmandade das mãos acaricia o espaço fértil dos corpos enxarcados pelo sangue pulsante nas veias.

No encontro irreprimível de artérias, a vida se amplia infinitamente.

Por isso, agradeço aos namorados, imersos na solidão gigantesca dos atropelos, pequenas ilhas íntimas de aconchego e calor.

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