Livros

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Lembro-me de meu pai, num dia distante,

trazer nas mãos dois livros,
com uma certeza duvidosa,

jogou em minhas mãos aqueles dois pequenos volumes.

Presente ou profecia?

Hoje, convicto:

- Eram sementes lançadas em solo aberto, rico, mas incerto.

Nas minhas mãos inquietas eles desapareciam e tornavam a aparecer.

As páginas repletas de palavras bizantinas eram folheadas, lidas, inquiridas e deixadas.

Estranhamente essas sementes germinaram,

atravessaram minha infância, adolescência, 

deram frutos inesperados.

Por isso, com o poeta baiano, bendigo o que semeia livros,

que fazem um garoto sonhar e o homem pensar.

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