Os últimos suspiros de Paulo

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#Paulo.

Pra não machucar muito só virei um soco forte na cara dela, nada demais. Me levantei rapidamente, eu sei que estou perdido porque ainda preciso de um humano pra me tirar dessa barreira, e os que estão aqui não estão nem um pouco afim de me ajudar agora. Os caçadores ao redor, carregaram as armas e apontaram pra minha cabeça, não ousei me mexer.

-Fique parado ai garoto! –ordena um dos caçadores.

-Claro... –gaguejo ao ver um arco e flecha que até reluzia de tão afiada.

-Boa tentativa Paulo... –sinto a menina chutar minhas costas, sinto um osso quebrar, pra mim o estalo foi muito alto.

Me virei antes de cair e segurei a blusa da garota, com o impulso da queda a joguei pra fora da barreira. Rosnei, minhas presas já estavam prontas para a refeição, acho que já faz tempo que não fico tão bravo assim facilmente. Minhas costelas doíam, dava pra sentir a ferida se curando. A loirinha se levantou com um mortal, grande coisa, e veio até mim sorrindo vitoriosa com a faca girando entre os dedos.

-Paulo, vou poupar nossa luta, pois estou com pressa –ela me mostra um isqueiro aceso, meu medo voltou, mas ainda permaneci no mesmo lugar- Você sabe o que acontece se eu deixar isso aqui cair, não é? –olhei para baixo reparando que o solo estava coberto de folhas secas. Ai ferrou.

Senti uma pontada forte em meu braço direito, na hora soube que era uma flecha. Cai ajoelhado diante da garota.

-AAAHHHH... DESGRAÇA! -grito dolorosamente. Tirei aquela flecha de meu braço com um puxão, mas logo sinto mais duas se alojarem em minhas costas- AAAAHHHH!!! POR QUE ESTA FAZENDO ISSO COMIGO?

-Paulo, você quem pediu isso. Eu só quero uma mordida, apenas uma mordidinha e nada mais -ela ergue meu rosto, seu rosto estava tão perto do meu que dava vontade de rasga-lo em pedacinhos, só que não quero correr o risco de morrer queimado.

-Você não sabe o quanto é horrível ser como eu... -aquilo saiu quase como um sussurro, minha cabeça começou a doer, e tudo girar. Havia alguma coisa naquelas flechas... E... Eu não sei o que é...- O que esta acontecendo comigo? Meu corpo esta... pesado... Eu não consigo me mexer...

-Bons sonhos meu amor... -ouço sua voz bem distante, como se ela tivesse a quilômetros daqui.

Cai de lado, meu corpo todo sangrava, minhas costas doloridas, minha vida por um tris. Minha visão ficou turva, vi um vulto se abaixando ao meu lado. Eu preciso de ajuda, eu preciso dele.

 " Erik... Me ajuda! Por favor... "

Eu preciso dele, como todos os dias da minha vida. Meu amigo, meu irmão e meu herói, eu preciso dele. Sinto algo na minha boca, era o pulso de alguém, ou melhor, dela. Logo em seguida sangue escorreu na minha boca, era diferente dos outros, era amargo e ruim, tentei revidar mas eu mal podia  me mexer, eu não mandava no meu próprio corpo. Que o vampiro me acuda...

The Vampire. Lubyts- 2ª TemporadaOnde histórias criam vida. Descubra agora