O Homem de Jaleco

17 4 4
                                    

-É melhor assim... - Weduard vira as costas para mim, parecia pensativo demais - Agora me diga, por que esta fazendo isso? Não deveria ter vindo atrás de mim.

-Acha mesmo que vou deixar você vagando por ai, sozinho? - falo me aproximando - Do jeito que você esta não deveria estar se afastando, vai que machuca alguém ou encontra outros dos meninos, acredite estou aqui porque quero te ajudar - excito em toca-lo, ele fica quieto por alguns minutos.

Weduard se vira para mim, estava com o olhar baixo, como se estivesse sendo forçado a fazer algo, ele estende a mão me pedindo a arma tranquilizadora, tive receio em entregar.

-Promete que ira me acorrentar da forma mais firme que puder? -um sorriso surge em seus lábios, confirmo com um balançar de cabeça - Okay, por favor... - ele pega a arma de minhas mãos, eu estava prestes a protestar quando ele me pede silêncio, assim colocando o dedo indicador sobre minha boca - Eu te conheço Janne, consigo sentir suas emoções, sei que não quer me apagar - engoli em seco, eu realmente não quero fazer aquilo, ele não me parece perigoso - Mas, é preciso, eu não quero machucar ninguém, nem você.

-Você consegue controlar, não é mesmo? - digo - Não acho justo ter que te apagar todas as vezes que algo acontecer.

-Ah tudo bem, você não ira precisar fazer isso - ele destrava a arma, vi seus olhos mudarem de cor, sua respiração começou a acelerar - Ah droga... - ele apontou a arma pra si mesmo, talvez o demônio dentro de si não o deixaria fazer aquilo, consegui ouvir o disparo, a dardo estava cravado em seu peito.

De repente ele caiu no chão, suspirei de alivio, me abaixei ao seu lado tirando a arma de suas mãos. É hora de leva-lo de volta.

Thalles

Fui arremessado para longe, Rafael estava muito bravo, veio até mim e entrelaçou os braços em volta de meu corpo, me contorci tentando morde-lo, uma dor imensa percorreu meu corpo quando senti algumas de minhas costelas quebrarem. Cai no chão em forma humana.

-AAAHH! DESGRAÇADO - grito imóvel no chão, a dor em meu corpo é imensa. Minha mão tocou a arma no chão, peguei ela rapidamente e a destravei. Rafael percebeu aquilo e veio rapidamente em minha direção, ele tentou tomar a arma de mim, mas fiz uma tremenda força para não deixar que aquilo acontecesse.

Sinto as garras de Rafael perfurarem meu abdômen, soltei um uivo doloroso demais, por uma fração de segundo ele se descuidou da mão de tentava me tomar a arma, com um movimento rápido virei a arma apontada para ele e atirei,  seus olhos se arregalaram, ele me encarou mortalmente, não demorou para que seu corpo caísse em cima do meu. O empurro de lado, minha respiração fica rápida demais, coloco a mão sobre minha ferida no abdômen, uma agonia tomou conta de mim.

Ingrid

Ando pela floresta lentamente, sigo o cheiro de Daniel, não ira ser difícil encontra-lo.

Alguns minutos de passaram, paro em uma região da mata onde o cheiro de Daniel é forte demais, ele pode estar por aqui em algum lugar. Respiro fundo, sinto um cheiro de sangue, sangue dele.

Um movimento muito rápido passa por de trás de mim, me viro imediatamente, vejo um homem parado - usa roupas escuras, uma mascara de couro onde só se podia ver olhos negros, estava com um jaleco branco por cima, uma fumaça negra saia de seu corpo, havia um chicote em suas mãos - estava me olhando intensamente.

Ouço um choramingo, olho para os lados e vejo Daniel escondido aos pés de uma arvore, estava todo ferido, não estava transformado, quando seus olhos encontraram os meus, ambos ficamos preocupados. Daniel sibilou algo como " saia dai".

Minha atenção voltou ao homem de jaleco, ele usou seu chicote o fazendo enroscar em meus pés, rapidamente com um puxão me derrubou no chão.

-Me solta! - grito, com minhas garras tento cortar o chicote, mas parecia impossível. O homem começa a me puxar, eu me agarrei ao chão tentando não ir, quando vejo ele tirar uma seringa do jaleco foi ai que caiu a fixa. Esse é o mesmo homem que havia pegado Daniel, e que tentara pegar o DNA de Thalles, meu coração acelera, eu tenho que sair daqui.

Junto todas as minhas forças, rujo o mais alto que posso, a onda de som pareceu incomodar o homem, puxo minha perna fazendo com que o cabo do chicote escapasse de suas mãos, me levanto imediatamente.

Ele olhou em minha direção, cerro os punhos, era difícil controlar minha respiração. Vejo-o tirar do jaleco uma arma onde encaixou a seringa, em passos pesados veio andando até mim. Corri, vejo uma arvore muito alta, subi nela fazendo acrobacias quase impossíveis, lá de cima consegui ver o homem olhar para mim. Andei me equilibrando em um galho grosso, me joguei de lá de cima caindo em outra arvore, me escondo em meio as folhas, escondida consigo ver o homem me procurando. Suspiro aliviada por ter escapado, mas eu não podia ficar ali a todo tempo.

Minha mente esta a mil procurando um jeito de sair daqui com Daniel, de preferência vivos. Algo me puxou com força me fazendo cair, vi novamente aquele chicote enroscado em meu pé, rosno furiosa. Ameaço com presas e garras, mas o homem pareceu não se intimidar, não consegui me soltar desta vez, ele me pega pelo pescoço me erguendo, meu coração acelerou novamente.


-Me solta! - tento faze-lo me soltar, mas meus movimentos eram inúteis. 

-Ingrid Cullen... - ele ergue a arma com a seringa.

-Minha irmã não! - vejo Daniel agarrado no pescoço do homem, estava com o braço envolta de sua garganta. O homem me soltou, e voltou sua atenção para Daniel.

Agi de forma violenta, fecho os punhos e dou um soco tão forte do homem, que ele caiu no chão, Daniel finalizou o trabalho torcendo o pescoço do homem que em seguida se desintegrou em uma fumaça negra. Ficamos imóveis.

Foi tudo muito rápido, mas eu estava feliz por estar viva, Daniel me olhou e logo me abraçou, um abraço apertado, algo que senti falta.

-Você esta bem... - diz ele - Você tem que voltar, não esta segura...

-Você não esta seguro, ira voltar comigo para alcateia - digo ao nos soltarmos, ele me olhou confuso - Nós iremos resolver isso juntos, como irmãos.

-Mas...

-Já chega, já estou cansada de te perder tanto - enquanto eu falava ele me olhava atento - Não sei o que irei fazer se você morrer, e se eles te pagarem? E se te fizerem mal? Eu posso até tentar, mas não consigo manter todo mundo seguro. Você é minha prioridade, não irei te perder, já vivi tantos anos sozinha, não vou deixar qualquer pessoa te tirar daqui... - Daniel me interrompeu com um abraço.

-Nunca vou sumir de novo, eu juro... - ele sussurra em meu ouvido.

-Vamos para casa... - digo, ele concordou com um sorriso.


The Vampire. Lubyts- 2ª TemporadaOnde histórias criam vida. Descubra agora