The Vampire. Lubyts- 2ª Temporada

#Bruno

Não tinha como eu deixar que Styles machucasse Camilly por mais tempo. Me levantei imediatamente, assim ignorando completamente a dor que eu sentia no abdômen. Rosnei o desafiando, Styles me observou com os olhos em puro ódio.

-Já chega! - grito cerrando os punhos.

-Ai aí... Bruno, você não esta em condições de me enfrentar - diz ele apertando o pescoço de Camilly que continuava a tentar se soltar.

-Acha mesmo que esse ferimentozinho vai me impedir - falo o encarando.

-WEDUARD! ME LARGA! - berrou Camilly, assim enfiando as garras no antebraço de Styles.

Ela se soltou, assim veio correndo até mim. Styles ficou olhando sua pequena ferida se desaparecer, Camilly e eu nos olhamos.

-O que houve com meu irmão? - murmura Camilly em agonia.

-Digamos que Weduard me invocou, agora eu estou aqui - diz Styles se aproximando - A batalha que devo lutar infelizmente, ou felizmente, não é com vocês ... Agora com licença, tenho negócios a tratar.

-Ei, sua galinha depenada! Argh, quero o Weduard de volta - grita Camilly revoltada.

Weduard virou-se para ela, seus olhos de certa forma pediram socorro. Ele ficou parado, apenas observando nós dois.

-Você conhece a história dos demônios? - sussurro me aproximando de seus ouvidos. Ela negou - São filhos adotivos de Lucifer, e diz a historia que os irmãos possuem as pessoas para depois terem poder suficiente para entrarem em conflito, um querendo o poder do outro...

-Acha que Weduard... ? - questiona ela com insegurança, mas não deixou de observar Weduard ali parado.

-Não... Pelo que sei disso tudo, ele esta em um conflito mental, ele e o demônio tentando disputar a posse do corpo... Ele não tem a força do demônio, ainda esta com os mesmos poderes... E la dentro, nem os deuses sabem o que se passa no subconsciente dele - digo, minhas mãos começaram a tremer com a tenção.

-Eu posso saber o que se passa... - ela ameaça ir ate o Weduard.

-Camilly você não pode entrar na consciência dele... Você não é alfa - agarro seu braço. Por sorte Weduard ainda continuou parado.

-Ai que você se engana, eu sou ômega - seus olhos reluziram em um verde florescente - Eu sou beta... E sou Alfa - seus olhos mudaram para um vermelho fogo. Abri a boca assustado.

-Como isso pode acontecer?! -questiono.

-Maldito livro, "Um Verdadeiro Alpha", afs que merda - resmunga ela baixinho - Tabom, chega de conversinha!

Ela aprontou as presas e se soltou brutalmente, tentei segura la, mas dessa vez não deu certo. Ela foi até Weduard que continuava igual estátua, eu achei que ele reagiria, mas nada aconteceu. Camilly chegou dando uma cotovelada na lateral do rosto de Weduard, que desabou no chão facilmente, ela apenas o observou cai do enquanto eu me aproximava.

-Porque ele não reagiu? O que será que está acontecendo? - murmuro.

-Vamos descobrir...

Ela enfia suas garras em minha nuca, e depois em Weduard. Fiquei ajoelhado ao seu lado, a dor imensa, engoli o grito doloroso. E assim tudo escureceu...

~~~

-Aie... -abro os olhos e me vejo deitado em um chão escuro e frio. Me levantei lentamente, é difícil me acostumar com a completa escuridão - Camilly... onde você está? - olhei ao redor, vendo somente aquele breu.

-Eu tou aqui... - uma mão toca meu rosto, quase infarto - Você esta bem?

-Estou... - tiro sua mão de meu rosto, e a seguro.

-Que ótimo, agora venha! Temos que achar o Weduard - ela aperta minha mão e sai me puxando.

Optei por ficar quieto, apenas fiquei sendo guiado por ela.

Andamos sem rumo por um bocado de tempo, já estava me dando agonia.

-Estamos perdidos... - digo e em seguida ouço Camilly rosnar.

-Nao, não estamos - diz ela continuando seu caminho.

-Aceite, estamos andando faz tempo. Acha mesmo que vai achar alguma coisa nessa escuridão total? - digo.

-Sim... Achei, uma parede estranha, mas achei - diz ela parada, ela guiou minha mão ate a tal parede, e realmente, era estranho. Ficamos ali tentando descobrir o que era, digamos que não faço ideia.

-Impressão minha ou essa parede parece estar... respirando - digo tirando a mão rapidamente.

Camilly também recuou alguns passos, mas não foram o suficiente. Algo nos agarrou, estava nos apertando como se fossemos um brinquedinhos. Nossos próprios gritos de dor ecoaram na escuridão.

-O que é isso? - pergunto em meio ao grito.

-Aaaaaahh Ain... Apenas respire fundo - era agoniante os gemidos dela.

Respirei fundo, senti cheiro de esgoto, um cheiro ainda pior que isso. O que poderia ter esse cheiro, pelo visto seria uma criatura horrível e grande para conseguir nos segurar assim... Oh não, um gigante!?

E realmente era, a criatura ganhou uma cor de verde florescente, assim sendo quase impossível não vê-la. Camilly rosnou e de imediato atacou as mãos da criatura, que por sorte nos soltou, porém em uma queda enorme.

-AAAAHHHHHAAAAAHHHH - gritamos enquanto caímos.

O contato com o solo foi um tanto estranho. Caímos em uma lagoa, por sorte sei nadar e consegui continuar respirando. Camilly apareceu ao meu lado, e pelo jeito não estava entendendo nada. Olhando ao redor não se via nada, nada mesmo.

-E agora? - questiono.

-Mergulhamos... ? - Camilly agarra minha mão, fui obrigado a prender a respiração antes dela me puxar para baixo.

As águas de repente ficaram claras, bem cristalinas. Eu via Camilly perfeitamente, nadamos pra baixo, bem pra baixo mesmo. Tive que colocar uma das mãos em meu nariz para não me afogar, parecia muito fundo, e a cada cinco metros as águas escureciam aos poucos.

Bolhas de ar escaparam de minha boca, meus pulmões começaram a arder, eu queria muito respirar. Camilly parou por um momento e me olhou preocupada, parecia completamente perdida. Todo meu fôlego sumiu, as bolhas escaparam, e meu corpo amoleceu.

Camilly passou a mão em meu rosto, imediatamente o oxigênio voltou, respirei profundamente.

-Perdão... - ela me olha de cima a baixo - Achei que esse tipo de coisa não aconteceria em um subconsciente.

-Esqueceu... Que estamos lidando... Com um... Demônio -digo sem fôlego - Creio eu... Que as coisas aqui... Serão mais reais do que a gente pensa...

-Nossa... - ela apertou ainda mais minha mão - Acho melhor continuarmos - ela passou meu braço por cima de seu ombro, e assim nadamos para as profundezas.

Ficamos em um completo silêncio. Meus pés começaram a doer. A pressão começará a me afetar, porém bem pouco, provavelmente Camilly deve estar controlando a situação.

-Ham ... O que acha que vamos encontrar? - questiono. Ainda é estranho falar sabendo que estou embaixo d'água.

-Não sei... O subconsciente do Weduard é bem confuso, ainda mais quando esta possuído - diz ela - Espere de tudo... Qualquer coisa mesmo...

Nesse momento bem abaixo de nós, realmente havia um negócio estranho, a água estava no fim, e não era nenhum tipo de solo. Parecia que estávamos de cabeça pra baixo, aquela linha do horizonte que divide o mar o céu, agora estava bem abaixo de nós.

- Qualquer coisa mesmo... - murmuro - Será que se passarmos aqui, a gente cai ou seria como se o mundo estivesse indireitado?

-Só passando pra ver...