Aurora balançava sua perna cruzada numa dança repetitiva que estava deixando Kyler louco. Em suas mãos, segurava uma das revistas sobre carros que Mark colecionava. Isso, apenas para não se estressar ainda mais lendo as fofocas sobre ela estampadas nas capas de outras revistas que estavam espalhadas sobre a mesa do empresário.
— Você quer parar com isso? — ela levantou uma das sobrancelhas sugestivamente, parando de mover a perna naquele instante. — Você sabe... Bater essa perna para cima e para baixo. Está me deixando maluco.
A atriz deu de ombros e continuou com a mesma dança, ouvindo um murmúrio irritado do melhor amigo em seguida. Tinha a plena certeza de que não queria estar no escritório do empresário. Queria entender como se deixara ser levada pelo discurso de Kyler de que aceitar a proposta de um novo filme para Bloodlines seria uma boa ideia.
O tópico surgiu assim que ela, por fim, conformou-se que Fletcher nunca atenderia as ligações de Kyler. Sempre que caia na caixa postal, o coração da atriz se apertava ainda mais. A verdade, no entanto, é que Ky Henneman sequer ligara para o colunista.
— Aurora! — Ky pediu mais uma vez. — Você quer ficar calma? Vai dar tudo certo.
— Você acha? — ela suspirou. Deixou de folhear a revista, pondo-a no lugar que encontrara. Levantou-se apenas para andar de um lado para o outro dentro daquela sala. — E por que não me sinto segura em relação a isso?
— Você só está nervosa, Lindinha — o amigo falou. — Esqueceu que sempre fica assim? Esqueça as fofocas, esqueça tudo que passou até esse exato momento... Bloodlines vai ser o seu retorno. Vai ser triunfante!
— Não tenho tanta certeza disso... Ky, e se...
— Você tem que parar com esse pessimismo. Isso sim!
— Não sei se estou pronta para isso.
Aquela sensação de novo.
Uma sensação ruim, que ela odiava sentir e que estava presente constantemente. A sensação de que bastava um passo em falso para que tudo saísse do seu controle.
Aquele medo de errar outra vez.
O medo que a assombrava e a fazia sentir que estava andando em um campo minado.
— Eu não sei se estou preparada para encarar Theo Briggs novamente, Kyler — murmurou assim que parou na frente do amigo.
— Você está — falou convicto. Aurora, no entanto, ainda não conseguia confiar nas palavras de Kyler. O melhor amigo prendeu o rosto da atriz entre suas mãos macias, acariciando sua maçã do rosto. — Você já superou aquele infeliz.
— Ky... — ali estava ela, pronta para discordar novamente. — Eu não sei se... Pode ser que tenha superado, mas ultimamente não tenho feito testes para saber se posso mesmo encarar Theo. Estou com raiva. Muita raiva, você sabe disso... E essa raiva que estou sentindo só quer dizer uma coisa: Theo ainda consegue me controlar.
Aurora se afastou de Kyler e olhou para o relógio de mesa. Os ponteiros pareciam correr de pressa e tudo que ela queria aquele momento era que eles congelassem. A qualquer momento Mark entraria naquela sala, seguido por Theo Briggs.
Theo Briggs.
Céus! Ela sentia raiva até mesmo quando o nome dele soava em seus pensamentos.
Doeu ter que assumir para Kyler que Theo Briggs ainda tinha algum poder sobre ela.
Doía sempre que sentia a raiva a consumir quando ela lia o nome dele nos tabloides, quando ele era tratado como um príncipe de Hollywood e ela era a queridinha do cinema tendo sua crise de rebelde sem causa em plenos vinte anos.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Headline (HIATO)
General FictionAurora Perrin é a queridinha da América. Por isso, para Ferrie E. Brown, sua maior diversão é transformar numa tempestade qualquer deslize da estrela. Durante um ensaio fotográfico para a capa de uma revista, a estrela da nova franquia vampiresca...