17.

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"É tão bom te acompanhar e ver você sendo você.
Te observar me adivinhar e me ler
Sem legenda nenhuma."
Chamego Meu – Anavitória

Lá estava ela outra vez. A expectativa que já perseguia Aurora há algum tempo, que se acumulava em seu âmago e fazia um redemoinho de sensações na boca do seu estômago.

Aurora estava adorando sentir essa mistura louca que mexia completamente com ela, até porque não se lembrava tão bem como era.

A ansiedade, o nervosismo, as mãos trêmulas e o coração acelerado... Nada disso fazia mais sentido depois de Theo Briggs. Eram sensações que foram sumindo com o passar do tempo e as quais ela não fazia questão de se lembrar como era. Além disso, passou um bom tempo evitando sentir essas coisas novamente.

É claro que depois de seu rompimento com Theo, a mudança para Nova York fez a atriz conhecer novas pessoas. Quis continuar sua vida sem o ex-namorado, porque ela, definitivamente, não precisava dele para ser feliz.

Então quis se aventurar em outros romances.

Teve alguns rolos, namorou alguns homens, mas que não duraram até o terceiro mês. Às vezes se via cansada e achava que ninguém conseguiria chamar sua atenção, a ponto de mexer com ela de forma tão intensa. Achava até que nunca mais deixaria a expectativa dominar todos os seus sentidos. No entanto, ela não vinha. Aurora até tentava, mas todos os seus encontros e rolos foram tão comuns. Nenhum que a fizesse perder o fôlego.

Foi uma época turbulenta para Aurora, mas que com o tempo acabou se tornando algo automático.

Ela conhecia alguém, se aproximava, deixava-se ser conquistada... Aliás, era isso que ela aparentava ser. Aurora deixava seu mais novo caso acreditar que ela já estava em suas mãos, quando ela apenas ansiava que isso acontecesse de verdade. Entretanto, nunca acontecia. E isso a deixava um tanto irritada por ser frustrante demais.

Foi aí que Aurora percebeu que estava tudo bem não conseguir gostar de alguém, para que tivessem uma relação séria e estável. Isso voltaria a acontecer. Talvez acontecesse no dia seguinte. No próximo mês ou no próximo ano. Talvez isso acontecesse em um dia bonito e com o sol estridente sob sua pele, enquanto dentro dela as nuvens escuras começavam a pesar e tudo que ela queria fazer era correr para longe, quando uma moto quase bateu contra ela no meio de uma avenida. Podia acontecer naquele instante, enquanto estava sorrindo e olhando diretamente para o motivo do riso frouxo.

De qualquer forma, Aurora sabia que podia não sentir aquele clichê real de borboletas na barriga se continuasse com a pressão sobre si mesma.

Então ela parou. E viu que a melhor solução era continuar se divertindo.

Aurora se divertiu bastante com todos os seus ficantes e namorados. No entanto, não podia negar que, às vezes, se pegava pensando em quando ia se apaixonar outra vez. Daí começava todo o dilema: ela deu a chance, mas a magia não aconteceu e Aurora os dispensava.

Foi um atrás do outro. Apesar de não ter mais o seu coração batendo rápido e forte por alguém, Aurora se preparou bem para quando esse dia finalmente chegasse.

E lá estava ela, completamente linda e pronta para conquistar Fletcher Novak.

O coração deu um pulo que ela achou que não fosse aguentar. Viu os cabelos dele e quis enfiar os seus dedos ali para puxá-lo para sim, para que então o beijasse. Viu o blazer que Fletcher usava, logo pensou que poderia agarrá-lo pela roupa e juntar sua boca à dele. Poderia abraçá-lo pela sua nuca ou pelo seu torso. Poderia... Céus! Eram tantas maneiras que ela poderia fazer para beijar Fletcher Novak. Mas Aurora tinha que se controlar, para que pudesse conquistá-lo da forma que ela gostava e assim Fletcher a beijasse. Não podia ficar assim só porque havia um bom tempo que não tocava os lábios de alguém com os seus.

Headline (HIATO) Onde histórias criam vida. Descubra agora