Encarei o pedacinho de céu que era possível ver através da janela e fiquei a pensar nos rumos os quais minha vida tomou nos últimos meses, me fazendo viver coisas inimagináveis para mim. E por mais que tentasse fugir desse tipo de pensamento, era impossível estar sempre distante, tudo à minha volta me trazia à tona o fato de estar muito doente, e era assustador demais pra mim saber que estava tão perto de partir. Olhei para o lado e meus pais estavam entretidos a conversar sobre um assunto qualquer, me perguntei como estaria sendo horrível a eles ver a única filha numa situação cruel e não poder fazer nada para impedir sua partida, nesse instante o destino me pareceu injusto, com eles, Nicolas, comigo, e cheguei a conclusão que, às vezes a vida vai ser cruel e injusta com você, ainda que você não mereça, o porquê, não sei.
Sinto que nada neste mundo é capaz de me deixar melhor, nada aqui parece estar a altura do que realmente preciso para me sentir verdadeiramente bem. Respirei fundo tentando conter toda a tristeza que estava sentindo e evitando derramar mais uma lágrima sequer, por mais difícil que parece ser.
O que fazer em uma situação assim? quando a vida parece estar escorrendo de suas mãos como grãos de areia. E se Deus preferir que sejam assim os meus últimos dias? quem poderia fazê-lo mudar de ideia? crendo nisso, parecia em vão pedir a ele que me deixasse viver. Talvez a notícia tenha acabado com todas as minhas esperanças, ou talvez eu estivesse faltando com a fé...
Tudo que quero agora é entregar tudo isso a Deus e esperar pela sua vontade, e o que ele decidir no final de tudo isso será o melhor para mim.
Fui dispersada dos meus pensamentos ao ouvir batidas na porta
Marcele: Olá Nicolas, entre!
Nicolas: boa tarde_retrucou entrando com lindas flores
Marcele: vamos deixar vocês conversarem a sós um pouco, vamos Lorenzo_disse dando a mão a ele e saíram em seguida deixando Nicolas e eu sozinhos no quarto
Isabella: que lindas, obrigada amor_agradeço dando-lhe um selinho
Nicolas: como você está?_questionou-me ao sentar-se na borda da cama e eu não sabia o que dizer, não estava bem era óbvio, mas já estava cansada de dizer que não estava bem e de chorar, precisava lhe dizer qualquer coisa, qualquer outra coisa contrária, até para lhe confortar, pois sabia que tudo aquilo estava lhe fazendo tanto mal quanto estava fazendo à mim
Isabella: estou bem melhor amor_retruquei sorrindo sem graça e por dentro querendo cair em prantos
Nicolas: mesmo?_questionou-me sério, ele sabia que não, bastava me olhar por mais de dois segundos para saber
Isabella: não era o que queria ouvir?_o questionei cabisbaixa
Nicolas: sim, mas quando for verdade_disse ele e então, neguei com a cabeça
Isabella: não, não há como
Nicolas: é, eu sei que não_concordou e em seguida acariciou e beijou minhas mãos e não resisti em abraçá-lo
Isabella: não sei o que fazer_digo quase como um sussurro Me abrace forte, por favor _peço entristecida deixando finalmente as lágrimas caírem
Eu sabia que aquilo tudo também estava o deixando mal, e por um momento pensei em me afastar, eu queria protegê-lo de uma dor absurda futuramente, quando partir, e quem sabe pondo um fim em tudo ele consiga me esquecer nem que seja um pouco, e quando eu não estiver mais aqui, não será tão difícil. Mas como me afastar de alguém que me fazia bem? a única coisa no mundo capaz de me trazer paz e alegria em um momento tão caótico, chorei ainda mais, o apertei em meus braços num gesto desesperador, encarando aquele abraço como talvez o último entre nós. Eu precisava ser forte pelo menos uma vez e tomar uma decisão difícil, pelo bem dele, por todo amor que sentia, por não querer fazê-lo sofrer ainda mais junto a mim.
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Quando Vem De Deus É Diferente [ Amor, Fé & Superação ]
RomanceIsabella Fercondine tinha tudo que uma jovem no último ano do ensino médio poderia desejar: uma vida perfeita de herdeira, cercada de luxo, amigas inseparáveis, e claro, era a típica garota que sonhava com um romance digno dos filmes. E então, ela c...