Quando Vem De Deus É Diferente [ Amor, Fé & Superação ]

Capítulo 59

Lorenzo: Nicolas, está faltando apenas alguns minutinhos pra acabar o horário de visita, Marcele e eu precisamos ir em casa pegar algumas coisas, tomar um banho, você fica aqui com a Isa durante esse tempo? assim também não podem te expulsar sendo o único acompanhante dela

Nicolas: sim sim, claro, assim consigo ficar mais tempo por aqui_eles pegaram alguns pertences e seguiram em direção a saída do quarto, levantei e abri a porta para ajudá-los já que estavam com algumas coisas em mãos

Marcele: não vamos demorar, qualquer coisa liga pra gente, por favor_pediu

Nicolas: claro, pode deixar, e obrigada!

A porta se fechou e ficou apenas Isabella e eu, apesar de ela estar ali ao lado, era como se não estivesse. Sentei novamente ao seu lado, a observei por breves segundos, segurando em sua mão. Era estranho ver ela tão quieta e fragilizada.

Já havia passado um bom tempo depois que Lorenzo e Marcele haviam saído, com certeza já estavam pra chegar e eu teria que ir embora e esperar pelo horário de visita do dia seguinte.

- seus pais já estão chegando, eu vou ter que ir embora..._digo a ela, mesmo sem resposta alguma. Amanhã eu prometo que vou estar aqui assim que começar horário de visitas, tá? Eu queria muito poder ficar aqui com você, se eu pudesse não sairia do seu lado minha princesa, uma pena que não tenha nenhum armário nesse quarto onde eu pudesse me esconder_sorri de minhas próprias palavras, mais ainda por saber que ela também faria o mesmo se estivesse acordada. Você vai ficar bem, não vai? Por favor, tente ficar bem...

Minutos depois, no instante em que guardei a bíblia na mochila algumas máquinas dispararam me assustando, mas eu sabia exatamente o que aquilo significava, ela estava tendo uma parada cardíaca, chamei por alguém indo socorrê-la.

- Não! Não! por favor, não! Eu preciso de você, Isabella!_ disse enquanto tentava lhe reanimar em lágrimas, uma enfermeira apareceu e apertou um botão vermelho, não demorou quase nada para a sala ficar repleta de profissionais.

- você precisa se retirar, venha comigo por favor_um rapaz me segurou pelo braço a fim de me tirar de lá

Nicolas: eu não vou sair_digo alterado. Eu tenho que ajudar ela, me deixe

- rapaz, por favor, você não tem condições_disse e tinha razão, me retirei sem tirar os olhos da cama onde ela estava

Fiquei parado na porta olhando através da vidraça todas aquelas pessoas ao seu redor lhe fazendo reviver, meu mundo parou, caí de joelhos no chão, não era possível que aquilo estava mesmo acontecendo, eu estava perdendo a mulher da minha vida bem diante dos meus olhos.

Marcele e Lorenzo me viram e logo entenderam do que se tratava todo aquele caos, correram e tentaram invadir a sala, nunca vivenciei uma cena tão triste.

- Senhor, Senhor?_chamei de um jeito tão apelativo, como se ele fosse de fato descer do céu até mim para nos ajudar, era o que eu queria, afinal. Salve minha amada, Deus!_eu olhava para o alto de braços estendidos, eu precisava que os céus me ouvissem naquele momento mas ao mesmo tempo não sabia exatamente o que dizer, as palavras se misturavam na minha cabeça, eu estava tão em choque que as frases mal saíam da minha boca

Me mantive ali no chão em prantos, nada mais me importava a não ser tê-la viva outra vez, lembranças do seu sorriso passava em minha mente, esmurrei o chão, gritei, sentindo uma dor assombrosa ! Pessoas que nem conhecia tentavam me ajudar, mas quem ali poderia realmente me ajudar? Eu estava desolado como nunca antes. O mesmo enfermeiro me tirou do quarto, agora tentava tirar eu e os pais da Isa da frente do quarto, quando levantei e vi pelo vidro percebi que ainda estavam tentando reanimá-la usando o desfibrilador, ela não estava respondendo.