Capítulo 33

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Não me dei conta de quando apaguei, acordei tarde da noite com uma forte dor, olhei a minha frente e Nicolas dormia tranquilamente e não quis acordá-lo, levantei cuidadosamente e caminhei até o banheiro, senti um pouco de tontura e fraqueza, minha boca estava seca e amargando, provavelmente por conta dos remédios, andei até o criado mudo onde sempre deixava um pouco de água, mas já havia tomado tudo, peguei o copo e resolvi ir até a cozinha, no caminho ouço vozes vindo do quarto dos meus pais, a porta estava semiaberta.

Marcele: acha que devemos contar a ela?_questionou minha mãe e parei em frente a porta, com o coração acelerando e as mãos transpirando

Lorenzo: como vamos contar isso a ela?_continuou meu pai, então me aproximei da porta e vi minha mãe em pé olhando para ele enquanto o mesmo estava sentado na cama, passando a mão na cabeça Como vamos chegar para nossa filha e dizer: filha eu sinto muito, você só tem 5 meses de vida_disse caindo em lágrimas logo em seguida e eu não pude acreditar, fiquei tão impactada pelo que ouvi que deixei o copo que segurava caísse ao chão se despedaçando inteiro

Marcele: Isabella!_disse surpresa ao perceber que eu estava ali, olhei para os dois assustada, senti meu corpo estremecer enquanto perdia as forças e então fui ao chão sobre aqueles milhares de fragmentos de vidro, minha respiração estava ofegante e sufocada, como se estivesse perdendo o ar, e as palavras se repetiam na minha cabeça enquanto meus pais tentavam me socorrer, mas àquela altura já não conseguia dizer uma palavra, minha vista escurecia e um sono indomável me consumia

Acordei algum depois no hospital, Nicolas estava sentado ao lado da cama a me olhar, e meu pai e minha mãe estavam do outro lado, eu não sabia o que tinha acontecido exatamente, a única coisa a qual me lembrava era de ouvir meus pais dizendo que só me restavam 5 meses de vida, e obviamente não era um pesadelo apesar de eu estar um pouco sonolenta.

Isabella: desde quando sabiam?_pergunto direta e então meus pais se entreolharam com os rostos inchados de chorar

Lorenzo: desde o dia do diagnóstico, você saiu da sala antes do médico terminar de falar...

Isabella: por quê não me contaram?

Marcele: queríamos proteger você querida

Isabella: me proteger de um câncer terminal escondendo que estou nos últimos meses da minha vida?

Lorenzo: minha filha, tente entender, não é simples dar uma notícia assim

Isabella: me deixem sozinha

Marcele: querida...

Isabella: por favor me deixem sozinha. Menos você Nicolas_peço segurando sua mão e então ele fica

Quando a porta se fechou, me senti a vontade para por toda tristeza pra fora. Olhei para Nicolas e não soube o que dizer, apenas chorei, e por mais forte que ele tenha me abraçado, não era suficiente pra mandar toda aquela dor e medo embora.

Nicolas: Deus está conosco meu amor_disse segurando meu rosto e os olhos brilhando, vi o medo em seus olhos naquele momento, mas ele insistia em dizer tais palavras para me acalmar

Isabella: não me deixe sozinha essa noite, por favor

Nicolas: eu estou aqui, eu não vou embora, tá?_me abraçou apertado

Isabella: eu sinto muito, sinto muito amor_digo me referindo ao pouco tempo que me restava

Nicolas: vai ficar tudo bem, eu sei disso. Nosso Deus é maior que tudo isso meu amor, agora descanse_dizia com o olhar triste e olhos brilhando

Quando Vem De Deus É Diferente [ Amor, Fé & Superação ]Onde histórias criam vida. Descubra agora