Prólogo

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A Terra já não era o melhor planeta para se viver no Universo. A várias décadas atrás, devido ao frequente aumento do Efeito Estufa, os polos começaram a derreter em um ritmo muito acelerado.

Várias organizações mundiais passaram a buscar meios de interromper o processo, mas a população humana, em sua grande maioria, simplesmente parecia não se dar conta do que estava acontecendo, ou, apenas não ligavam para isso.

As mesmas organizações, dentre elas o Greenpeace, começaram a criar a cada dia novas campanhas de conscientização. Aulas e palestras foram dadas em praças públicas e até mesmo em rede internacional, contando com o apoio de vários famosos da época e com tradução simultânea para todos os idiomas, mas nem assim a população quis dar o devido crédito ao que era noticiado. Para a grande maioria, tudo não passava de mais uma daquelas campanhas ambientalistas que quase ninguém dá crédito, por mais importante que pudessem parecer.

Os anos foram se passando até que o caos começou a se instalar pelo globo. Ondas gigantescas começaram a surgir, terremotos, tempestades elétricas e cada dia mais tufões arrasavam as cidades. Até mesmo cidades do interior do Nordeste brasileiro começaram a sofrer com surgimentos regulares dos tufões. Foi então que a população mundial acordou, mas já era tarde demais, muito tarde.

As geleiras já estavam em um estado irreversível de derretimento. Onde antes elas eram comuns e reinavam absolutas, agora começava a nascer um enorme deserto.

A camada de ozônio nunca esteve tão debilitada e os raios prejudiciais do Sol entravam quase que livremente na atmosfera terrestre, impossibilitando as pessoas de se locomoverem pelas ruas durante o dia com segurança.

O número de pessoas com câncer começou a crescer em uma escala exorbitante, mais isso ainda era só o começo.

Os anos foram se passando. Ano após ano e o clima só piorava. Nascentes inteiras começavam a secar e ao mesmo tempo lugares onde tinham clima seco passaram a ter um clima totalmente oposto, com chuvas torrenciais várias vezes por dia. O clima tinha enlouquecido em todo o globo.

Locais desertos, agora tinham porções inundadas, alterando completamente a fauna e a flora, levando várias espécies a extinção por não conseguirem se adaptar ao novo clima.

As geleiras chegam próximas de sua extinção completa, os tsunamis em todo o mundo começam a ficar cada vez mais frequente e mais arrasadores, cidades costeiras começaram a desaparecer por completo do mapa. A cada ano os continentes diminuíam o seu tamanho, sendo invadido pelas águas.

Arquipélagos como Fernando de Noronha tiveram grande parte de suas ilhas submersas, ficando apenas as mais altas e mesmo assim com grande parte delas embaixo d'água. O caos estava instalado.

Como se já não bastasse o enorme volume de água despejado nos oceanos pelo derretimento das geleiras, ainda haviam as fortes chuvas que caiam durante quase todos os dias. Não apenas chuvas tropicais, repentinas e rápidas, mas chuvas longas e com enorme volume de água. Era como se o próprio planeta quisesse submergir no oceano, como se ele mesmo quisesse matar toda a população humana afogada, punindo-a por todos os anos de maus tratos a ele.

Os governos do mundo resolveram se unir para buscar uma solução urgente. O planeta estava revidando todos os anos de agressão, mas a humanidade ainda não estava pronta para desistir, ainda poderiam lutar.

Foi então que surgiu o Projeto Aquária. Uma rede de cúpulas submersas espalhadas pelos oceanos do mundo todo com o objetivo de abrigar a maior quantidade de pessoas possíveis.

Cada cúpula seria uma cidade, seguindo padrões de tamanho diferentes para cada situação.

As cúpulas seriam divididas da seguinte forma:

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