ALGUNS ANOS DEPOIS...
Kai agora já era um rapaz de 19 anos, próximo de completar os 20. Até já estava na faculdade, a mesma que o pai havia feito, de engenharia. Planejava um dia trabalhar nas cúpulas Engenho Científicas dos polos, embora esse plano fosse mais por vontade de Rafael do que dele.
Seu pai vivia dizendo o quanto ficaria feliz quando finalmente Kai fosse trabalhar com ele na cúpula do Norte, e como Kai já estava prestes a se formar, Rafael não ia precisar esperar muito.
Durante os anos que se passaram, Kai fez um amigo muito especial, o Zack, que assim como ele também estava estudando para trabalhar na cúpula do Norte. Zack era fissurado pela profissão e era de longe o melhor da turma. Sempre se empenhando ao máximo nas atividades e sempre alcançando as maiores notas.
As pessoas da escola até comentavam que ele poderia se formar antes mesmo do curso acabar, ou mesmo ser contratado sem ao menos terminar os estudos.
Kai tinha muito orgulho do amigo e os dois eram praticamente irmãos, pois cresceram juntos e sempre estudaram nas mesmas salas.
Zack, assim como Kai, também tinha uma ótima aparência. Também assim como Kai, Zack era caucasiano, mas não tinha a pele tão clara quanto a do amigo. Possuía belos olhos verdes e seus cabelos eram de um loiro escuro, quase castanho, e eram meio cacheados, o que lhe dava um charme bem característico. Porém, Zack fazia mais o estilo "intelectual" e não se preocupava tanto com a forma física. Ao contrário de Kai, que fazia o estilo sarado e não abria mão do famoso tanquinho – o que fazia muito sucesso entre as garotas, ainda mais quando se unia aos seus olhos azuis e seus cabelos ruivos – Zack era magro, mas não magro demais. Ele costumava dizer que estava em forma, e também não ficava para trás na hora da conquista.
Outra característica que os diferenciavam muito, era que Kai era um aventureiro nato. Depois que tirou sua carteira de motorista, a alguns anos atrás, quando completou 18 anos, ele sempre gostou de explorar o oceano.
Inclusive, esse era o único motivo que fazia com que ele realmente quisesse trabalhar para o governo nas cúpulas dos polos, pois os civis comuns, a muito tempo já não tinham mais a liberdade de se deslocarem para qualquer profundidade. Os aquamóveis agora possuíam um sistema de travamento que só permitia a eles que chegassem até o limite máximo da profundidade das cúpulas, ou seja, aos 1000 metros. Passando disso, os aquamóveis entravam em modo automático e voltavam para o limite permitido.
Sendo um engenheiro do governo, seja qual fosse a área, Kai teria acesso irrestrito a qualquer área do oceano, podendo chegar até mesmo nas zonas abissais, que mesmo não tendo os seres mais belos do mundo por lá, ainda assim continha segredos que Kai mal via a hora de desvendar.
Apesar das limitações de profundidade, os aquamóveis não continham limitações para a superfície. O motivo era óbvio: Com os frequentes anúncios semanais dados pelos atual Chefe Supremo de Aquária sobre o terrível clima que ainda assolava a superfície da Terra, os engenheiros não acharam necessário colocar nenhum sistema de travamento nos aquamóveis, dado que, uma pessoa em sã consciência não iria desobedecer uma ordem direta do líder de Aquária e muito menos iriam arriscar suas vidas indo a um lugar que era considerado tão perigoso.
Tempestades elétricas, tornados, trombas d'água furiosas e forte possibilidade de contaminação do ar por material radioativo, dificilmente seria uma receita convidativa para um explorador, porém, com sua forte curiosidade, moldada insistentemente por seu avô durante toda sua infância, Kai começava a se perguntar se o clima lá em cima era tão ruim quanto diziam.
Por enquanto ele só tinha ido no máximo até bem próximo da superfície, o suficiente apenas para ver um pouco da paisagem desfocada fora da água, e claro, protegido pelos poderosos filtros de seu aquamóvel. Porém Kai tinha uma ideia de programa diferente para seu próximo fim de semana.

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Aquária
FantasíaEfeito Estufa. A Terra vinha sofrendo com ele a vários anos e mesmo com as pistas que o planeta vinha dando de que isso traria prejuízos no futuro, a população mundial simples fechou os olhos e ouvidos para o problema, e com o tempo, o problema só f...