Alguns dias se passaram desde que Kai e Lana haviam se visto. Kai já estava bem preocupado com a amiga sereia. Desde que eles haviam ficado amigos, os dois nunca haviam passado mais que um ou dois dias no máximo sem se verem, mas agora já estava com muito mais que isso.
Vários pensamentos passavam pela cabeça de Kai e isso deixava-o ainda mais preocupado e ansioso. Kai não sabia se o motivo da ausência da amiga era por não querer falar sobre a suposta coisa que estava lhe preocupando e que ele havia percebido ou se o real motivo era que ela havia sido descoberta e punida por estar se encontrando com um humano.
Como Kai não tinha como saber qual das duas coisas tinha acontecido se não fosse pela própria Lana, então ele resolveu tomar uma atitude para acabar de vez com esse suspense... ou pelo menos tentar.
Naquele dia ele não teria aula, então Kai aproveitou para ir para a ilha mais cedo e procurar por Lana. Caso ela não aparecesse, ele iria procura-la pelas redondezas.
Na hora de sair, porém, Kai teve que inventar uma nova desculpa para seu pai que já havia chegado do trabalho.
- Onde você vai a essa hora? – Perguntou Rafael. – Logo hoje no final de semana que eu planejava sair com você!
- Não se preocupe, pai. É só uma pesquisa da escola que tenho que fazer. Volto antes das 20h.
- Está bem, mas não demore. Não vejo a hora de sair para espairecer um pouco.
Kai sorriu e se despediu em seguida.
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Como Kai havia chegado mais cedo no ponto de encontro onde ele e Lana costumavam parar para conversar, ele aproveitou para dar uma volta em torno da ilha na esperança de encontrar alguma pista de onde ela poderia estar ou de onde ela poderia ter estado.
Infelizmente, mais uma vez ele não encontrou nada. Kai já estava muito preocupado com o que poderia ter acontecido a ela.
Após terminar sua procura, ele retorna para a margem da praia para esperar mais uma vez a amiga sereia, porém já não estava com a mesma esperança das outras vezes.
Depois que o sol se pôs e o crepúsculo deu lugar à noite de lua cheia, Kai começou a se levantar para ir embora, pois havia prometido ao seu pai que voltaria cedo e o caminho de volta era longo.
Antes de mergulhar na água, Kai se deteve e olhou na direção do mar, cerrando os olhos para tentar ver melhor. De repente, ele viu uma figura se dirigindo velozmente até sua direção. Quando finalmente ela estava mais perto, Kai percebeu que quem estava vindo até ele era Lana, e ela parecia bem apressada.
Sem perder tempo, Kai correu de encontro à amiga, ajudando-a a sair da água antes de perguntar o que estava acontecendo, o que nem foi preciso, pois Lana já foi logo falando:
- O seu líder. Foi o seu líder... – disse Lana em tom de urgência. – É tudo culpa dele!
- Se acalme! Do que você está falando? – Perguntou Kai enquanto tentava acalmá-la. – Quem é culpado de quê?
- O líder supremo de Aquária. Ele é o culpado pela morte do rei e da rainha de Symmia.
Kai ficou boquiaberto, mesmo não entendendo direito o que estava acontecendo. Infelizmente, a recente notícia sobre o assassinato da realeza symmiana não seria a pior notícia que Kai iria ter naquele dia.
- Você está me dizendo que o Chefe Supremo pode ser o responsável pela morte do rei e da rainha de Symmia? Mas isso é terrível!
- Sim, é. E isso não é tudo.
- O que mais ele fez?
- Provavelmente ele também é o responsável pelo desaparecimento e a morte da sua mãe.
~~~
Kai adentra na sala e vai direto para onde estava Rafael.
- Pai, quero que me conte tudo sobre o que aconteceu com a minha mãe. Tudo o que você sabe e principalmente o que você suspeita.
Rafael encarou o filho completamente surpreso e ficou totalmente sem ação com a inesperada abordagem do filho.
- Do que você está falando?
- Não se faça de desentendido. Eu já sei que minha mãe não podia ter filhos e um dia, misteriosamente ela desapareceu, e da mesma forma voltou a aparecer tempos depois. Depois de alguns dias vocês descobriram que ela estava grávida de mim. É verdade que você suspeita que o Chefe Supremo é o responsável pelo desaparecimento dela e de outras pessoas que sumiram na época?
Rafael ficou boquiaberto com o que acabara de ouvir do filho. Por alguns segundos ele simplesmente não soube o que falar depois da bomba que Kai havia jogado em cima dele. Por fim, ele só pode pensar em alguma desculpa para se esquivar daquela conversa, porém Kai não estava disposto a desistir.
- Quem te contou isso devia estar ficando maluco ou tomando alguma droga. – Disse Rafael já se levantando.
- Não venha com essa de tentar se esquivar da resposta. Se não quiser me contar eu irei descobrir sozinho.
Rafael parou e voltou a olhar para Kai.
- Filho, você não entende! Isso é perigoso! – Os olhos de Rafael já se enchiam de lágrimas. - Essas pessoas são perigosas. Se eles fizerem alguma coisa com você.... eu... eu... – Rafael desaba e começa a chorar.
Ao ver a reação do pai, Kai se acalma e o abraça.
- Pai, eu sei que isso é perigoso, mas eu preciso descobrir a verdade. – Disse ele olhando nos olhos de Rafael. – Eu não sei dizer ao certo, mas é como se isso fosse minha obrigação. Minha mãe, meu avô... é como se eu devesse isso a eles.
Rafael pensou um pouco e por fim acenou positivamente com a cabeça.
- Ok filho, vou lhe contar tudo... pelo menos tudo que eu descobri até agora.
Kai assentiu. Os dois se sentaram e Rafael começou a contar tudo para o filho.
~~~
Depois de uma longa conversa e já sabendo de tudo que seu pai havia descoberto sobre o desaparecimento e a morte de Julia, Kai e Rafael foram se deitar, porém apenas um deles iria dormir naquela noite.
Passado algum tempo, depois de ter certeza que Rafael já estava dormindo, Kai saiu de fininho do quarto e pegou o carro de seu pai, abriu a porta da garagem e saiu.
Quando chegou na fronteira de A23, o porteiro reconheceu o carro de Rafael, que estava com os vidros fechados e não permitia que Kai fosse reconhecido, pois eram muito escuros. Ele, porém, não se preocupou em pedir para que Kai baixasse os vidros pois achou que fosse Rafael. O porteiro apenas o cumprimentou e abriu passagem para que Kai seguisse em frente.
Logo em seguida, Kai seguiu na direção da Ilha para se encontrar com sua amiga Julia. Não demorou muito até que ele chegasse, pois ele estava usando toda a velocidade extra que um carro de um engenheiro licenciado da cúpula engenho-científica tinha, o que era bem considerável comparado aos veículos dos civis.
Depois que chegou na ilha, Kai saiu do aquamóvel com ainda mais cautela do que de costume. Ele agora estava cometendo duas infrações graves: Sair para a superfície e pegar um veículo não autorizado. Porém, isso não era tudo, ele estava preste a cometer outra infração, tão grave quanto a primeira.
- E então, está pronta? – Perguntou Kai para Lana.
Ela assentiu.
- Tem mesmo certeza que quer fazer isso? Eu não sei como os conselheiros vão reagir quando ver você. – Avisou.
- Sim, eu tenho.
- Então me siga.
Lana mergulhou na água e Kai fez o mesmo, seguindo para o Aquamóvel em seguida. Depois disso, Lana foi na frente nadando e Kai a seguiu. Seu destino: Symmia.
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Aquária
FantasyEfeito Estufa. A Terra vinha sofrendo com ele a vários anos e mesmo com as pistas que o planeta vinha dando de que isso traria prejuízos no futuro, a população mundial simples fechou os olhos e ouvidos para o problema, e com o tempo, o problema só f...