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Zack acordou depois de alguns minutos. Ainda atordoado, demorou alguns segundos até lembrar do que tinha acontecido e rapidamente tenta se esconder atrás dos arbustos.

Depois de olhar em volta e se certificar de que os soldados não estavam mais ali, Zack procurou seu celular que tinha caído em algum lugar por ali e depois de encontra-lo saiu do local.

Ao longe, já podia-se ouvir o barulho das sirenes vindo em direção da casa que agora estava completamente em chamas. Em Aquária, não era necessário ligar para o corpo de bombeiros em caso de algum incêndio. Primeiro por que isso era muito raro de acontecer dentro das cúpulas, e segundo, o próprio sistema de segurança das cúpulas mandava a notificação e a localização exata de qualquer foco de incêndio que pudesse aparecer, já que o oxigênio dentro das mesmas era em uma quantidade bem menor do que se estivessem na superfície, e com o fogo, iria se consumir mais rapidamente.

Porém, quando os bombeiros chegaram na casa, Zack já estava longe.

Ele saiu pelos fundos do quintal para evitar que alguém o visse e achassem que ele fosse o responsável pela explosão.

Assim que chegou em casa, Zack foi direto para o seu quarto e pegou vários tipos de materiais e seu laptop, depois foi para a garagem e pegou seu Aquamóvel, saindo em alta velocidade em direção a saída de A23.

Quando chegaram em Symmia, Kai, Lana e San entraram pelo portão principal. Em outra ocasião, antes de Kai possuir sua calda, todos seriam capturados e presos – na melhor das hipóteses, já que estariam com um humano -, mas quando os soldados viram a marca real na calda de Kai, em vez de prendê-los, todos se curvaram e rapidamente abriram o portão.

Eu disse que ia dar certo. – Comentou Lana. – Vamos, agora precisamos ir direto para o concelho.

Kai e San assentiram e a seguram.

As portas da sala do concelho se abriram e Lana e os outros entraram sem medo.

- Mas o que isso signifi... – Um dos conselheiros começou a falar, pronto para puni-los pela insolência, mas se interrompeu assim que Kai entrou na sala. – Então era mesmo verdade! – Disse o conselheiro impressionado.

Vejo que sua forma real já veio à tona, jovem Kai. – Comentou o conselheiro Hani. – Fico feliz que tenha se encontrado.

Sim, obrigado. – Agradeceu Kai. - Mas não foi por isso que viemos.

Eles contaram ao concelho tudo que tinha acontecido e sobre os planos de Renan.

Isso é terrível. – Disse o ancião que aparentava ser o mais velho do concelho. – Se a máquina for ativada, será questão de tempo até termos uma guerra entre os dois povos e nossas defesas já estão muito baixas para isso. Nossas armas podem ser mais poderosas, mas os humanos estão em muito maior número.

É verdade. – Concordou Hani. – Mas nós temos ele. – Hani aponta para Kai. – Ele poderá nos representar como um embaixador da paz e fará a transição com facilidade entre os dois povos.

E quem garante que eles o ouvirão? – Perguntou o outro ancião.

Ninguém, mas em último caso, o jovem Kai será capaz de usar a força dos martes para nos defender. Symmia já não está mas sem a proteção real, nós agora temos força. O mar está a nosso favor.

Você está pronto para tamanha responsabilidade meu jovem? – Outro ancião do concelho perguntou.

Farei tudo que estiver ao meu alcance para ajudar a todos da melhor forma possível. – Respondeu Kai.

Que assim seja. Preparem os exércitos e divida-os em cinco grupos, sendo quatro para busca para tentar encontrar e destruir o local da torre principal e um, maior que os outros quatro, para ficar e proteger a cidade em caso de um ataque. Tentaremos ao máximo evitar um conflito direto, mas caso ele aconteça, precisamos estar preparados.

Está de acordo, Alteza? – Hani perguntou, já referindo-se a Kai como um príncipe.

Kai olhou para Lana, incerto do que dizer. Lana assentiu.

Faça o que achar melhor. – Respondeu Kai.

Que assim seja.

Os grupos de soldados symmianos foram separados e enviados para vários locais do oceano na intenção de encontrar a ilha em que estava a Torre de Controle de Tempo principal para destruí-la, impedindo os planos de Renan.

O que faremos depois de encontrá-la? – Perguntou Lana para Kai.

Primeiro precisamos encontrar Renan. – Disse ele.

Kai pensou um pouco e diz:

Eu tive uma ideia. Vamos.

Os dois foram até o conselheiro Hani para pedir ajuda.

Precisamos chegar até A23 o mais rápido possível. – Falou Kai indo direto ao ponto.

Mas alteza! Isso é muito perigoso. Renan pode saber que você está vivo e se ele o encontrar pode matá-lo. Não quero nem pensar nessa possibilidade!

Sabemos os riscos, mas vamos ser discretos. Eu prometo.

Por que se arriscarem tanto assim? – Hani quis saber.

Meu amigo Zack. Ele poderá nos ajudar.

Perdoe-me alteza, mas da última vez que contamos com a ajuda de um humano, não tivemos uma boa experiência.

Eu sou meio humano, não sou? – Lembrou Kai. - Zack não é como os outros. Ele saberá como nos ajudar, e estando em A23 irá contribuir ainda mais para que o meu plano dê certo.

E depois disso, o que pretendem fazer caso encontrem seu amigo?

Iremos para Cúpula Mestre. É lá que a parte principal do plano irá acontecer.

Hani pensou um pouco e depois de alguns minutos falou:

Tudo bem. Isso pode dar certo. Mas vocês têm de me prometer que serão cuidadosos, e depois que acharem seu amigo, voltem para Symmia para daqui irem para a Cúpula Mestre, e terão de serem acompanhados por um grupo de 20 soldados. Eu conheço um atalho que os levará até lá de forma rápida e segura.

- O.k. – Kai prometeu.

- Tomem cuidado, alteza. Symmia precisa de você. Agora mais do que nunca.

Kai assentiu e depois ele e Lana saem da sala, deixando Hani muito preocupado.

Kai e Lana se aproximaram de A23 pela parte leste da cidade, onde ficava o parque onde Kai e Zack costumavam ficar nos finais de semana.

Infelizmente Zack não estava lá, como Kai já esperava. Porém Kai viu uma coisa que o deixou surpreso. Em todos os outdoors digitais da cidade, estavam a sua foto, mas não apenas isso. Cada foto continha uma palavra enorme em vermelho.

Avisos de vários tipos diziam que ele era um foragido nacional e que devia ser pego vivo ou morto por traição ao governo.

Isso não é bom. – Comentou Lana preocupada. – E agora, o que vamos fazer?

Vamos para a ilha. Algo me diz que Zack estará lá.

Como tem tanta certeza?

Zack me conhece melhor que ninguém. Ele sabia que eu gostava de ir pra lá quando algo me incomodava. Se ele viu os anúncios, deve ter imaginado que eu estaria lá para me esconder.

Então o que estamos esperando?

Kai assentiu e os dois saíram nadando a toda velocidade na direção da ilha.


NOTA_______

Uma notinha rápida. Não vou fazer promessas, mas se tudo der certo, tentarei acabar o livro até o natal... ;)

E é só isso. rsrs Espero q goste do cap. Até a próxima.

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