27. Stay with me

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Anteriormente em Love Assistant 2...

- Eu não vou te deixar morrer por mim, seu idiota.

Comecei a tirar seu paletó e desabotoei a sua camisa preta. Ali, em seu ombro, uma grande quantidade de sangue ejaculava, saindo como em uma catarata. Ergui a minha mão, coberta pelo líquido vermelho.

Não me contendo, eu gritei. Gritei com todas as forças dentro de mim, até que todos tivessem escutado.

•••••

- Fica aqui comigo - pedi, com lágrimas escorrendo pelas minhas bochechas. - Por favor.

Seus olhos me fitaram. Gotas de suor começaram a escorrer em sua testa. Segurei a sua mão e entrelacei os nossos dedos.

- Eu deixo você segurar a minha mão! Por favor. Por favor, por favor, fica comigo, Shawn.

Chorei ainda mais, sentindo-me impotente. John tentou tirar-me de perto dele diversas vezes, mas eu não cedi. Ele estava encharcado de suor, mas seus olhos ainda estavam abertos. Sua mão não apertava mais a minha com tanta força, mas eu fiz o trabalho por nós dois.

- Não me deixe - sussurrei, tirando o seu cabelo de sua testa. - Eu te amo. Por favor.

Pude ouvir a sirene da ambulância se aproximando. Eu não vi exatamente quando ela estacionou. John forçou-me a levantar, enquanto os paramédicos colocavam o corpo de Shawn em uma maca.

O asfalto estava manchado pelo seu sangue, o que embrulhou meu estômago.

- Eu vou com ele! - gritei, erguendo a mão.

- Quantos anos você tem? - perguntou um dos médicos.

- Dezoito.

Ele assentiu e pediu para que eu esperasse até que o corpo estivesse na ambulância. Olhei ao redor. Todas as pessoas que estavam no restaurante haviam se aglomerado ali, fotografando. Aquilo estaria na internet em minutos.

Ele tomou um tiro em meu lugar e eu nem ao menos deixei ele segurar a minha mão enquanto deixávamos o restaurante, pensei, chorando ainda mais.

- Pronto, filha, entre na ambulância.

Olhei para John uma última vez e ele me prometeu que tudo ficaria bem. Entrei no veículo e sentei ao lado da maca, segurando a mão de Shawn mais uma vez.

Os paramédicos começaram a trabalhar assim que estávamos em movimento.

- A bala está alojada no ombro dele - disse uma mulher - O único jeito de tirá-la será através de uma cirurgia.

Sequei as minhas lágrimas com os pulsos, já que as minhas mãos estavam sujas de sangue. Com o sangue dele.

Eu não acredito que você se jogou na frente de uma bala por mim, pensei, enquanto estava ainda mais perto dele. Ele era louco. Irresponsável. Irracional. E eu o amava.

Funguei e peguei o meu celular, tremendo. Toquei a tela, sujando-a de sangue. Disquei o número de Karen e, antes que pudesse ligar, meu telefone começou a tocar, anunciando uma chamada sua.

- Como é que ele está? - perguntou, soluçando. Eu pude ouvir a voz de Aaliyah ao fundo, pedindo para falar comigo. Até mesmo a pequena estava em desespero.

- Estamos na ambulância - respondi, me esforçando para parecer forte; sem sucesso, novamente.

- Estou a caminho do aeroporto agora! Estamos chegando aí em quatro horas.

Ela passou o telefone para Manny, que também chorava. Ele perguntou exatamente o que havia acontecido e lhe contei detalhe por detalhe. Eu pensei que ele ficaria furioso comigo, mas ao menos não aparentou estar. Desliguei a ligação minutos depois, assim que chegamos no hospital.

Acompanhei os paramédicos até o lado de dentro. Nos corredores, enfermeiras vieram ao nosso encontro, levando a maca para trás de uma porta dupla. Eu não poderia passar dali. Sentei-me em uma cadeira no saguão, tremendo e chorando. Liguei para Ed.

- Eu estarei indo para aí agora. Taylor irá comigo.

Respirei e encostei a cabeça na parede. Eu deveria ter o perdoado. Eu deveria ter lhe dado a minha mão. Mas eu não o fiz.

John entrou minutos depois. Ele se sentou ao meu lado e não disse nada, apenas abraçou-me. O segurança disse que iria comprar algo para comer e eu assenti, ficando sozinha.

Quando Ed e TSwift entraram, ambos correram em minha direção, sem se importar com o sangue em meu vestido. Eu soluçava alto, inconsolável.

- Vai ficar tudo bem, querida - disse Tay, acariciando o meu cabelo. - Não quero cobrar muito de você, mas acho que você deveria olhar o seu Twitter.

Assenti, pegando o meu celular novamente. Ed continuou com os braços ao meu redor enquanto eu checava a rede social. "#PrayForShawn" estava em primeiro lugar nos trends. Na tag, várias fotos minhas abraçadas com o seu corpo frágil no chão, rodeado de sangue. Ninguém sabia exatamente o que havia acontecido. Ninguém sabia que eu era a responsável.

- É tudo culpa minha - sussurrei.

- Não se culpe - respondeu o ruivo, limpando algumas das minhas lágrimas. - Ele fez isso por amor. E eu sei que, quando ele estiver bem, não irá se arrepender.

Sentamo-nos e eu encostei a cabeça em seu peito, enquanto Taylor cantava algumas músicas para me acalmar. Horas depois, John havia voltado, mas não tínhamos nenhuma notícia dos médicos. Fechei os olhos e me acalmei, tirando um cochilo. Eu tinha pequenos sonhos sangrentos com sons de tiros.

Depois de um tempo, senti uma mão em meu ombro. Abri os olhos e vi uma Karen chorosa à minha frente. Levantei-me e a abracei forte.

- Oh, querida... - disse, em prantos.

Fui em direção a Aaliyah, que estava tentando ser forte. Eu não a culpo se não conseguir. Os braços de Manny foram os que me envolveram com maior força. Ian também estava com eles e o garoto me abraçou, dizendo que tudo ficaria bem.

- Vá para o hotel e troque de roupa, meu amor. Você está suja - comentou Karen, acariciando meu cabelo.

- Eu não vou sair do lado dele.

Nesse mesmo minuto, as portas duplas foram abertas e um homem com jaleco branco passou entre elas. Todos nós nos voltamos em sua direção. Ed e Taylor ficaram em pé, esperando por notícias. Por boas notícias.

- Ele está se recuperando - disse, para o alívio de todos. Aaliyah sorriu e chorou ao mesmo tempo, enquanto Ed suspirou - Conseguimos retirar a bala e não haverá sequelas. Ele perdeu muito sangue, por isso precisa descansar. Posso falar com os pais?

- Ele poderá receber visitas? - perguntou Manny.

- Sim, mas a família primeiro.

Karen foi até a recepção para preencher alguns dados, enquanto todos estavam ansiosos para vê-los e, ao mesmo tempo, felizes com as boas notícias. Eu só podia pensar em como seria olhar em seus olhos novamente e as coisas que eu o diria.

Infelizmente, Taylor e Ed precisaram ir embora, mas prometeram voltar no dia seguinte. Olhei pela janela; já estava escuro do lado de fora.

A família Mendes entrou para ver o filho, junto com Ian, enquanto eu esperava no saguão, batendo os pés no chão e andando de um lado para o outro.

- Katherine?

Virei-me no som daquela voz, dando-me de cara com a pessoa que eu menos esperava. Cruzei os braços e a encarei.

- O que você está fazendo aqui?

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